Carta à Robin Williams

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Vitória(ES), 2 de dezembro de 2009

Prezado Robin Williams,

Conheço gente que perde a amizade, mas não consegue deixar passar aquela piada, ainda que seja de mau gosto. Acredito que você também deva ser como essas pessoas, pelo que pude perceber em sua última entrevista no programa do David Letterman. Você foi abrir a sua “rodada de piadas” da noite, logo com uma pérola que tinha como alvo, uma ácida crítica ao fato de o Brasil ter conseguido a enorme vitória de sediar as olimpíadas de 2016, derrotando a cidade norte-americana de Chicago. Logo o Brasil: um pais tão carente de pedigree, não é mesmo!?…

Porra cara, confesso que fiquei triste, é claro! Fico imaginando a decepção de milhões de brasileiros que tinham você como um artista em alta conta, principalmente por suas atuações inesquecíveis em filmes tais como: Good Morning Vietnam, Sociedade dos Poetas Mortos, Uma Babá Quase Perfeita, Patch Adams, dentre outros.

Foi como um soco na boca do estômago de todos aqueles que sonharam, um dia, na realização de uma olimpíada abaixo da linha do equador. É óbvio que foi uma maiúscula vitória brasileira e, porque não dizer, uma vitória sulamericana.  Ninguém tem o direito de nos tirar este gostinho. Este é o saboroso gosto reservado àqueles que sempre foram coadjuvantes e, num determinado momento, assumem o papel principal.

Por isso, meu caro Williams, em nome de sua vasta filmografia e de todos os bons momentos proporcionados pela sua ótima atuação na telinha, saiba que nutro uma grande admiração por você mas, somente desta vez, você foi um belo de um filho da puta! Você conseguiu nos fazer esquecer da pessoa aparentemente carismática que é, dando lugar a um ianque escroto e enlatado!

Queira desculpar se meu orgulho ferido latino-americano é mau educado. Eu sei que foi grosseria de minha parte, mas não fui eu que comecei. O melhor é esquecer, como eu já o fiz. Aliás, qual será o seu próximo filme?

HSF”

Um dia muito ruim…

Imagine uma coisa que pudesse acontecer com você hoje e que, certamente o deixaria muito, mas muito irritado (Puto, seria o termo mais autêntico, para o caso!…). Agora multiplique ou potencialize por 3 (no mínimo)…Aí, põe irritação nisso, não é!? Pois o meu dia de ontem foi assim! De tirar “monge budista” do sério. Alguns o chamariam de um dia de fúria, outros de um dia de cão, eu, por mera precaução, prefiro me limitar a chamá-lo simplesmente de dia “ruim”. Pelo menos assim, consigo colocá-lo na categoria de um dia como qualquer outro, só que com características que exigem da gente um maior preparo psicológico para reagir, adequadamente, aos acontecimentos. 

Acho que isso deve ser muito mais comum do que se possa imaginar. Todo mundo já deve ter experimentado um dia desses, em que se tem a nítida impressão de que todas as más notícias e irritações de toda natureza resolveram se concentrar naquelas, aparementemente, comuns 24 horas. 

dia-de-furia-atireiopaunogato

dia_de_cao_atireiopaunogatoAliás, isso já deu até enredo de filme. Lembro de dois, especialmente que me vêm à

 cabeça imediatamente quando penso em um dia em que a gente se deixa se descontrolar por motivos externos. Um deles, e mais antigo, é o “Dia de cão”, protagonizado pelo craque Al Pacino. O outro, um pouco mais novo, é o “Dia de Fúria”, cujo ator principal foi Michael Douglas. O primeiro filme baseia-se em fatos reais: um homem (Al Pacino) e um cúmplice estão cercados em um banco, com os funcionários como reféns, ao tentarem assaltá-lo. Diga-se de passagem que tudo dava errado para o cara. Em torno do acontecimento, que deveria durar apenas dez minutos, mas acabou durando horas, a mídia torna tudo um evento que tende a não acabar bem, como de fato, é o que acontece. Já o segundo filme retrata a história de um homem desempregado que chega ao seu limite de equilíbrio emocional,  num dia, durante um congestionamento e resolve combater a escória da sociedade ele mesmo. Será um dia inesquecível para William Foster (Michael Douglas) e o detetive que estava para se aposentar, Martin Prendergast (Robert Duvall), que tem a missão de encontrá-lo e capturá-lo na imensa Los Angeles. Para quem gosta de filmes antigos, mas que fazem a gente pensar, eu indico os dois. São os detalhes do psicológico dos personagens que tornam as tramas muito interessantes. 

Bom, voltando ao meu dia, não penso que devo “apagá-lo” completamente de meu calendário, por três razões: 1) porque ao preocupar familiares e amigos, todos vieram ao meu “encontro” estendendo-me a mão, pelo momento visivelmente mais difícil que eu passava. Isso nos mostra, claramente, com quem você pode realmente contar. São sempre os mesmos, é verdade! Mas, é ótimo saber que eles existem; 2) porque a minha corridinha da manhã foi excelente, eu diria, altamente produtiva…rsrs…..; e 3) porque devo tirar caras lições das reações que apresentei, diante das contingências. Acredito que da próxima vez que enteder estar passando por mais um “furacão” parecido com o que passei ontem (e que ainda repercute hoje), terei mais maturidade e não arriscarei tomar decisões, das quais, por certo, me arrependeria pouco tempo depois, como o foi dessa vez. 

Peço desculpas a todos que preocupei e agradeço a todos que se juntaram a mim, em sinal de união. Não posso dizer que nunca mais vou passar por um dia desses, escolhido a dedo, como exemplo de “problema”, mas posso certamente, ter um melhor controle sobre as minhas reações quando isso acontecer novamente.

Conselhos??!!…Não sou muito afeto a aconselhar ninguém, mas se estiver passando por um dia desses, o ideal mesmo, seria você poder suspender toda a sua agenda (profissional e pessoal) e se distanciar (fisicamente mesmo) do local em que está inserida a sua rotina. Lá, isolado ou com poucos e bons amigos, espere a “tempestade” interior, passar. Acredito que assim, a gente consegue estar mais preparado para resolver as questões, depois. Infelizmente, não foi isso que fiz. Mas, se não der pra suspender a agenda e “escapulir” por um dia, amigo, você só tem uma coisa a fazer: coloque a “faca” entre os dentes, calcule friamente todas as consequencias de seus atos, pense em sua família, em seus amigos e na vida que você tem e encare a “fera” desse dia, como se fosse um dia como qualquer outro. Acredite: ele vai terminar! E, quando este dia, ao seu final, virar as costas pra você, não se esqueça, passe a mão na bunda dele!

HSF

Jolie é muito mais do que uma boca

atrocaOntem fui no Shopping Jardins ver o filme “A Troca” (Changeling),  magnificamente bem dirigido pelo super veterano Clint Eastwood (78).

Gostei muito do filme. Mas, posso adiantar…..é denso! Melodrama da melhor qualidade. Daqueles que, ao final, ninguém dá um pio. Todo mundo sai da sala de cinema, refletindo e, alguns até, com a face vermelha e inchada decorrente daquela choradinha básica.

A história é inusitada, mas perfeitamente possível de ter ocorrido, ainda mais nos idos de 1928 (Los Angeles-EUA). Trata-se do desaparecimento misterioso de um menino, cuja mãe solteira, Christine Collins (Angelina Jolie), faz tudo para encontrar. A polícia da época, mais suja do que “pau de galinheiro”, querendo melhorar a sua imagem, resolveu “achar e devolver” a criança para a sua mãe, chamando até a imprensa para registrar o que seria o seu competente feito. Só que, para a mãe e para todo mundo que assiste, o fedelho não é o filho dela. Longe de ser! E a luta dela começa aí, para provar que aquilo era pura armação da polícia. Como ela começa a ameaçar a “ilibada instituição”, acaba sendo irregularmente internada em um hospício. É um sofrimento só.

Angelina Jolie, mais uma vez prova sua competência como atriz. Além de uma boca sensacional (…desculpe, mas é inevitável falar disso…rs) e de uma mulher de notório ativismo social no mundo, a moça arrebenta nesta atuação. No início, de choro fácil e altamente convincente, a personagem se transforma em uma guerreira que luta contra todos os “inimigos” que a impedem de continuar na luta em busca do filho. Com a ajuda de coadjuvantes imprescindíveis, tais como, um pastor (John Malkovich) e um policial não-corrupto, ao final, vê a derrocada de todos aqueles que a fizeram sofrer. Registro deve ser feito ao sorriso de canto de boca, que ela sempre faz, a cada batalha vencida. Isso é a cara de Eastwood!

Um filme de época perfeito. Cenário, figurino (..e olha que não entendo porra nenhuma desse assunto, hein….), carros Ford “T” circulando pelas ruas, bondes e muitos outros detalhes precisos nos remetem à década de 1920, com absoluto realismo.

Muita coisa acontece ao longo da trama para deixá-la ainda mais atraente. O final não é nada previsível. Podem ir ver, sem susto, pois é entretenimento profundo, mas garantido!

Download do filme (rmvb, audio em inglês, legenda em português): aqui

“Bolt” é digno da Disney

 

Bolt - Supercão
Bolt - Supercão

 

 

Hoje fui ao cinema com as crianças e, na escolha do filme, acabamos por nos render aos apelos “mágicos” da Disney. Vimos o desenho “Bolt – o supercão”.

As crianças, claro, adoraram. Mas, os adultos também. Achei um filme muito interessante e com ótimas tiradas. Foi a primeira animação da Walt Disney, após aquisição da Pixar. Com estas duas marcas, tinha mesmo de ser algo interessante.

A estória, basicamente, é a de um cãozinho simpático que é o protagonista de uma série de TV. Na série, ele tem superpoderes, de herói mesmo! Defende a sociedade de inimigos imaginários sem muita personalidade (propositalmente, são completamente sem graça). Sua missão de vida parece ser a de defender uma garotinha, personagem que participa com ele das aventuras.

A questão principal é que o “herói” não sabe que seus poderes e tudo ao seu redor são “fakes”. Não passa de efeitos de estúdio de televisão. Ele pensa que é mesmo um herói e que pode fazer tudo aquilo que faz nas gravações. Cheguei a lembrar um pouco da estória do filme “O Show de Trumam”, protagonizado por Jim Carrey. No final ele descobre que estava sendo usado, sem saber, desde o seu nascimento, como um ator principal de um filme acompanhado por milhões de telespectadores. Bolt, por sua vez, ao fugir do set de filmagens, da metade do filme em diante, também começa a cair na real…..aos poucos….mas, o desenrolar da trama é muito bem feita, muito engraçada (para baixinhos e para altinhos).

A mensagem principal do filme é clichê mesmo! É a de que se você quer muito uma coisa e acredita que pode conseguir, você acaba conseguindo, de uma forma ou de outra. Apesar de manjado, trata-se de um conteúdo que faria uma grande diferença na vida de algumas pessoas, caso elas o incorporassem.

Sem dúvida nenhuma, vale a pena ver, sim! Não se esqueçam, porém, de atentar para alguns coadjuvantes que, quase sempre, roubam a cena: uma gata, um hamster e alguns pombos. São absolutamente hilários. Na versão dublada do desenho, podem ser identificadas várias vozes de atores conhecidos. Os desempenhos, na dublagem, são fabulosos.

Boa diversão!

Download do filme (rmvb, audio em inglês, legenda em português): aqui