Jolie é muito mais do que uma boca

atrocaOntem fui no Shopping Jardins ver o filme “A Troca” (Changeling),  magnificamente bem dirigido pelo super veterano Clint Eastwood (78).

Gostei muito do filme. Mas, posso adiantar…..é denso! Melodrama da melhor qualidade. Daqueles que, ao final, ninguém dá um pio. Todo mundo sai da sala de cinema, refletindo e, alguns até, com a face vermelha e inchada decorrente daquela choradinha básica.

A história é inusitada, mas perfeitamente possível de ter ocorrido, ainda mais nos idos de 1928 (Los Angeles-EUA). Trata-se do desaparecimento misterioso de um menino, cuja mãe solteira, Christine Collins (Angelina Jolie), faz tudo para encontrar. A polícia da época, mais suja do que “pau de galinheiro”, querendo melhorar a sua imagem, resolveu “achar e devolver” a criança para a sua mãe, chamando até a imprensa para registrar o que seria o seu competente feito. Só que, para a mãe e para todo mundo que assiste, o fedelho não é o filho dela. Longe de ser! E a luta dela começa aí, para provar que aquilo era pura armação da polícia. Como ela começa a ameaçar a “ilibada instituição”, acaba sendo irregularmente internada em um hospício. É um sofrimento só.

Angelina Jolie, mais uma vez prova sua competência como atriz. Além de uma boca sensacional (…desculpe, mas é inevitável falar disso…rs) e de uma mulher de notório ativismo social no mundo, a moça arrebenta nesta atuação. No início, de choro fácil e altamente convincente, a personagem se transforma em uma guerreira que luta contra todos os “inimigos” que a impedem de continuar na luta em busca do filho. Com a ajuda de coadjuvantes imprescindíveis, tais como, um pastor (John Malkovich) e um policial não-corrupto, ao final, vê a derrocada de todos aqueles que a fizeram sofrer. Registro deve ser feito ao sorriso de canto de boca, que ela sempre faz, a cada batalha vencida. Isso é a cara de Eastwood!

Um filme de época perfeito. Cenário, figurino (..e olha que não entendo porra nenhuma desse assunto, hein….), carros Ford “T” circulando pelas ruas, bondes e muitos outros detalhes precisos nos remetem à década de 1920, com absoluto realismo.

Muita coisa acontece ao longo da trama para deixá-la ainda mais atraente. O final não é nada previsível. Podem ir ver, sem susto, pois é entretenimento profundo, mas garantido!

Download do filme (rmvb, audio em inglês, legenda em português): aqui