Carrinho valente

Neste final de ano, aluguei um carro para passear com a família em uma conhecida zona turística rural do Brasil.

Diante de tanto veículo 1.0, daqueles que faz a gente passar raiva de 10 em 10 minutos, sabe-se lá porque, o escolhido foi o Chevrolet Prisma 1.4 Joy, já com 60.000 Km rodados.

Tirando a barulheira do painel (coisa solta), tive uma grata surpresa! O “carrinho” desenvolveu muito bem no asfalto e na estrada de terra (muito buraco, lama e cascalho) mostrou-se valente e resistente. Nem precisava, mas ele ainda foi bastante econômico, com uso predominante das marchas 3 e 4, no fora de estrada, fazendo até 11 Km por litro de álcool.

Aprovei!

HSF

Vitória: cada dia mais linda!

Vitoria_atireiopaunogatoEu amo Vitória! Os estudiosos costumam dizer que o amor é um sentimento que se apresenta em “cores” e formas distintas dependendo de como e com quem você se relaciona. Eu só espero que também tenham explicação para esta forte cumplicidade e incondicional amor que sempre nutri pela minha cidade natal.

Como nas pessoas que amamos, nas cidades, também encontramos defeitos, falhas, fragilidades e projetos inacabados, passíveis de críticas, naturalmente. Só que, embora saibamos terem fundamento, não nos sentimos à vontade quando ouvimos isso de algum “estranho” ou morador de outra cidade. Imaginem alguém chamando um filho seu (ou parente próximo) de “orelhudo”, por mais consciência que você tenha da referida deficiência!? Você não ficaria nem um pouco satisfeito, não é verdade!?

Lembro que, certa vez, ainda na condição de secretário municipal, do agradável município de Vila Velha(ES), em plena reunião de secretariado, foi inevitável criar um certo mal estar com o Prefeito Max Filho. Ora, ele abriu a reunião, irônico, achando muito engraçada uma carta de leitor publicada em “A Gazeta” que, em resumo, ridicularizava a nossa Capital. Não lembro dos detalhes, mas em linhas gerais, dizia que “Vitória era mesmo uma cidade maravilhosa pois suas duas vistas mais bonitas eram a do Penedo e a do Convento da Penha” (localizadas em Vila Velha), e que “as suas melhores praias começavam na Praia da Costa e iam muito além da linda praia de Itaparica…”, também, ambas em Vila Velha. Como NUNCA tive “papas na língua”, pedi a palavra e disse ao nobre Prefeito que um político com a sua ‘”estatura” e notória pretensão de exercer outros cargos estaduais (….governador, por exemplo, como sempre quis…), deveria medir as suas palavras ao criticar a Capital, bem como, evitar o obtuso fomento a bairrismos abomináveis entre cidades coirmãs. Tirando os muitos puxa-sacos de plantão que riam da piadinha, as demais testemunhas poderão afirmar o acontecido e confirmar que o “alcaide” não gostou nem um pouco de nossa intervenção.

Claro que não se podia esperar outra reação de uma cara que foi nascido e criado no bairro de jucutuquara (na “nação” jucutuquara), timidamente, torcedor do Rio Branco e da Escola de samba Unidos de Jucutuquara. Um cara que em sua biografia vai poder dizer que já tomou um inofensivo, mas crestado tiro de sal nas costas, ao ser flagrado por segurança do Museu Solar Monjardim, sobre um pé de manga, degustando a fruta “proibida”. Mais tarde fui saber, pela academia, que aquela arriscada aventura de menino, no direito, se chamava furto e invasão de propriedade….rs…Mas, honestamente, pergunto: como eu poderia ficar inerte ao terem falado mal de minha cidade, de minhas raízes?…

Para ser justo, a antiga luta dos Max em favor de sua terra (Vila Velha) tem um certo sentido. O fulcro central estaria na injusta distribuição de renda, entre os municípios, resultado de políticas tributárias parciais e tendeciosas, como o Fundap, por exemplo. Não comungo, plenamente, com esta tese, mas analisando os números, entendo perfeitamente a revolta dos “canelas-verdes”. No meu último ano no executivo de Vila Velha, o orçamento anual daquela cidade girava em torno de uns R$ 150 milhões, enquanto Vitória “brilhava” com um orçamento de uns R$ 850 milhões. Se considerarmos que a área de Vila Velha é 2,23 vezes maior do que a de Vitória e sua população supera 30% a da capital (só ilha), de fato, algo nos leva a crer que tal distribuição mereça uma mais justa revisão.

Vitoria_atireiopaunogato_2Independente da polêmica de que Vitória seria mais fácil administrar por ter mais dinheiro (o que discordo!), devo salientar que tivemos sorte, muita sorte, em nossos últimos chefes de executivo municipal. Que tenham marcado a minha lembrança, iniciaria o “pacote” de mudanças significativas em nossa querida Vitória, a partir da gestão do Dr. Vitor Buaiz que, embora esquecido, fez uma gestão elogiável. Depois veio Paulo Hartung, cujas inovações (principalmente sociais) foram seguidas e saudavelmente ampliadas pelo Prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas. Luiz Paulo foi e é um dos políticos mais inteligentes que tive a oportunidade de ver atuando. Mesmo aparentemente “indisciplinado” (no jeito de ser), em suas falas, sempre teve sacadas, verdadeiramente, geniais. (Só perde para o PH, na capacidade de se articular e colocar “vascaínos e flamenguistas” do mesmo lado: do seu! rsrsrs…).

Mais recentemente, o Prefeito João Coser, um merecido retorno do Partido dos Trabalhadores ao Governo Municipal. Sou suspeito para falar da gestão de João (..fui subsecretário e secretário em sua gestão), mas posso dizer que quase todas as boas ações e projetos de Luiz Paulo foram continuados (…alguns só mudaram de nome, a bem da verdade…rsrsrs…). Mas, nas inovações, João mostrou-se um ótimo gestor e, além disso, um dos políticos mais inacreditavelmente leais com os quais já tive o enorme prazer de trabalhar.

Como se pode ver, a construção de uma cidade, ao longo das várias gestões administrativas, carrega uma rica história, jogos de interesse (naturais em política!) e um conjunto de forças que diante de uma “maestro” inábil, certamente, resultaria em desastre ao desenvolvimento municipal. Não foi assim com Vitória, graças às nossas acertadas escolhas e a uma conjuntura aleatória de fatores que, por sorte, conspiraram a nosso favor.

As duas cidades (em uma), amplamente divulgadas nas duas últimas campanhas eleitorais, uma rica e próspera e outra miserável, ainda existem. Suas diferenças vão diminuindo lentamente com os programas sociais e empenho das administrações municipais citadas. São cicatrizes sociais que demandam muito tempo para serem reparadas. Mas, conforto-me ao acreditar que trilhamos pelo caminho correto.

Por mais que eu goste de viajar (…e eu gosto bastante!…), quando retorno, é indescritível o meu prazer ao reconhecer, ainda de longe, a geografia, a arquitetura, monumentos e jardins desta linda cidade! E saber que no dia ensolarado seguinte, logo cedo, estarei lá, assíduo e pontual, caminhando naquele espetacular calçadão de Camburi saudando, do continente, a beleza e graça desta ilha. Parabéns a todos que participaram desta construção, pois tornaram possível esta grande “vitória”. Uma Vitória de todos nós capixabas!

HSF

Rotina de uma corredora

Procurando casos particulares de quem mudou a sua vida ao começar a praticar corrida, achei super interessante o “case” da Ana Maria Coltro, que tem 49 anos (…claro que parece ter muuuito menos…) e pratica corrida há 18 anos.

Ao que tudo indica ela passou a gostar tanto de corrida que adaptou sua vida a este esporte. Acorda cedo (05:30 h…..uhh…isso ninguém merece!…rs…) faz suas corridas e depois assume a sua empresa, por volta das 08:30 h, segundo sua própria narrativa. Ela tem uma empresa de turismo (Xtravel) que, inclusive, possui uma linha de produtos específicos para levar corredores à provas internacionais de corrida, com um forte diferencial competitivo: a dona da empresa também vai junto para correr … rsrsrs.

E o mais curioso é quando ela conta o que a fez se interessar pela corrida: “o semblante de alegria de quem ela via correndo“. É mesmo impressionante como isso contagia as pessoas….

Gripe “A”, na Argentina. Um exagero?

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Temporão e o tamanho do "pepino"

Acabo de retornar da Argentina! (Em um post específico, gostaria de poder detalhar algo sobre esta inesquecível experiência). Mas, agora, quero chamar a atenção para uma questão, no mínimo, curiosa: a gripe influenza “A”, mais conhecida como “cabeça de bacalhau”: a gente sabe que existe, mas não vê.

Tendo ficado pouco mais de uma semana naquele país, não vi sequer uma única pessoa de máscara “hospitalar” circulando por aquelas ruas. A referida cena só foi vista, em momentos raros, nos aeroportos, mas não nas cidades.

Em conversa com uma de nossas guias, a Natália, pude perceber uma certa indignação, nela personalizada, de todo o povo argentino com o nosso Ministro da Saúde Dr. José Gomes Temporão que, em pronunciamento em cadeia nacional, dia 06 de julho de 2009, abordou as medidas públicas nacionais contra a gripe “A” e, de quebra, sugeriu que se adiassem as viagens de julho, para países que tivessem o vírus “H1N1” “circulando livremente”. Antes, porém, ele já havia definido que países eram estes, tendo a Argentina como topo da lista, dos mais próximos…

Cheguei a ouvir que o nosso Ministro passara a ser “persona non grata” em terras argentinas, por conta de suas declarações, cujos efeitos danosos, logo se refletiram em quedas nos índices do turismo argentino, relativo a brasileiros, da ordem de 60%. Esta queda impactaria até a mais sólida indústria de turismo, por isso, disseram: “…seu ministro não pisa mais aqui…”.

Não quero pagar com a língua e, logo após escrever este texto, começar a sentir dores pelo corpo e febre alta (rs…), mas fico me perguntando até que ponto o alarme oficial do Governo brasileiro não teria outras intenções, além da preocupação com a segurança nacional? Porque a consequencia imediata do “terrorismo” anunciado, foi a destruição temporária do turismo local argentino e, natural aumento do turismo interno, aqui no Brasil.

Não tenho condições de avaliar, com a devida e necessária cientificidade, se o tratamento dado ao caso, pelo Brasil, foi de fato exagerado. Mas, posso assegurar que se o foi, teríamos aí configurado um típico caso de descuido diplomático, beirando à irresponsabilidade governamental que, em termos mais “técnicos”, poderíamos classificar como uma “puta sacanagem” com aquele povo. Para outros, esta teria sido só mais uma atitude “imperialista” e inconsequente do Brasil, tendo trazido enormes prejuízos aos nossos vizinhos.

lomoalapimienta_atireiopaunogatoTeorias da conspiração à parte, o fato é que, infelizmente, o nosso querido Ministro Temporão, pelo visto, também deverá precisar adiar as suas merecidas férias, caso tenham sido marcadas para Argentina, especialmente a Patagônia. Isso porque lá, um dos pratos mais tradicionais sempre foi a carne de caça (Viado), o “Ciervo a Cazadora“, por exemplo. Mas agora, tal opção vem sendo ameaçada por outro prato de “caça”, que se tornou um dos mais apreciados pelos “hermanos”, o “Temporão, a la pimienta“. Pelo visto, eles passaram a adorar este prato que, ao que parece, deve ser bastante indigesto. Mas, também, vai entender argentino….