Capixaba: muito orgulhoso de sua terra

Moqueca Capixaba
Moqueca Capixaba

Perdi as contas das vezes em que, em pleno horário nobre na rede Globo, a programação era recheada com uma propaganda do Estado da Bahia. Eu, daqui do Espírito Santo, sentadinho na minha poltrona, acabava vendo as “maravilhas” (indiscutíveis, a bem da verdade!!!…) de meu querido Estado vizinho, só porque havia, por parte daquele Governo Estadual, primeiro vontade política e, depois, orçamento, para esbanjar “baianidade” por todos os recantos do país. Resultado: pintou feriado, pra onde a gente vai, hein!? Pra Bahia, é claro! É Salvador, Morro de São Paulo, Prado, Caravelas, Porto Seguro, Cumuruxatiba, Ilhéus e por aí vai….

Olha, a Bahia é mesmo um espetáculo de belezas naturais e de potencial turístico, aliás, acabo de voltar de lá (vou comentar isso em algum outro post…rs…), mas o Espírito Santo, com sua diversidade cultural e típica culinária, não fica, de forma alguma, atrás no que tange ao turismo, incluindo-se uma outra imensa vantagem que é a sua reduzida extensão, o que representa uma efetiva facilidade e economia a mais para o turista que pretenda conhecer as belíssimas praias de nosso Estado, mas também queira ter contato com as nossas montanhas e suas tradicionais culturas descendentes (Itália, Alemanha, Austria, etc…). Riquezas turísticas ímpares, completamente distintas e separadas, muitas vezes, por apenas 30 minutos de carro.

Sempre bati na tecla de que nosso Estado merecia, por seus méritos geográficos e pelo povo acolhedor que tem, uma atenção e um investimento maior na divulgação de suas belezas com vistas ao desejável incremento de seu movimento turístico, hoje, ainda incipiente, pode-se assim dizer…

Não sei quais ações têm sido tomadas no que tange à divulgação atual de nosso Estado por aí afora mas, internamente, o Governo Estadual (Paulo Hartung), através de sua Secretaria Estadual de Turismo (SETUR), teve a oportuna e louvável iniciativa de produzir uma peça publicitária de ótimo gosto e inigualável qualidade, só para divulgar o nosso Estado para o próprio capixaba que, a considerar pelos apelos e assédios vizinhos, acabava por esquecer de fazer turismo na sua própria terra.

Agora, fico todo “bobo” quando vejo, no intervalo do Jornal Nacional, entrar a peça denominada “Aviso aos viajantes: descubra o Espírito Santo“. Tenho certeza de que, com isso, muita gente vai passar a redividir o seu orçamento familiar destinado às viagens, reservando um pedacinho para as nossas maravilhas, tais como: Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari, Marataízes, Anchieta, Nova Almeida, Santa Teresa, Domingos Martins, Pedra Azul, Itaúnas, Linhares e tantos outros pontos que fazem deste Estado um dos mais bonitos do Brasil.

A propósito, ainda que já seja óbvio, o capixaba a que se refere o título deste post sou eu mesmo!

HSF

OBS: Adoro Moqueca. Sabe por que eu não falei “moqueca capixaba“? Por que seria a mais absoluta redundância….rsss…..Se é “moqueca, só pode ser capixaba porque o resto é peixada”, plagiando e homenageando o autor desta importante observação, Cacau Monjardim. (Nada contra o dendê e o leite de côco, mas aquilo pesa tanto na barriga que, ao invés de sobremesa, você só consegue pensar em uma rede para se recuperar…)

A viagem dos meus sonhos…

Navio Costa Romàntica
Navio Costa Romàntica

Sempre fui louco pra fazer uma viagem de navio com a madame (..ela mais ainda…). Neste carnaval, assim como em vários outros, chegamos até a cogitar a possibilidade de passarmos as festas em pleno alto-mar mas, como sempre, os custos do “investimento” sempre surgem para nos demover de nossos planos originais. Mas, façamos aqui o “mea culpa”. Do casal, na hora de assumir uma “extravaganciazinha” maior em questão de viagens, sempre sou eu, o do “contra”. Em linguagem mais técnica, o “cagão”!

A sorte é que quase sempre, quando deixamos de lado a tão aguardada viagem de navio, conseguimos substituir por uma outra programação tão boa quanto (…presumo né!? Nunca andei de navio….rs…). Mas, quando acontece de nossa opção não ter sido das melhores, aí é um Deus nos acuda. Fico ouvindo um “disco furado” no meu ouvido: “…tá vendo!? Era para estarmos naquele glamouroso e romântico restaurante panorâmico daquele maravilhoso navio….mas, por sua causa, estamos nesta porcaria de restaurante a quilo, cheio de mosquito e gente feia…”. Nestas horas, como você também está puto com você mesmo, pela escolha que deixou de fazer, o melhor é ouvir bem caladinho, sem tirar a atenção da mosquitada, te comendo vivo…

Mas, desta vez, o dia foi da caça (eu) e não do caçador (minha mulher). Tínhamos ficado entre duas opções de navios (antes de eu babar a brincadeira, como sempre!…): um era o “Island Scape” e o outro, um tal de “Costa Romàntica”. Que coisa linda…….pelo nome, já até imagino em qual a gente ia embarcar.

Qual não foi minha surpresa ao ver notícias de que o navio de cruzeiro “Costa Romàntica” estava à deriva, sem água e sem luz. Tudo em função de um incêndio ocorrido na sua casa de máquinas. Imagina só a cena: nossa primeira viagem de navio e acontecendo uma merda dessa! Convenhamos, desta vez, minha intervenção foi das mais oportunas.

Foi uma coisa horrível, pelo que foi narrado pelos 1500 passageiros e os 600 tripulantes. A turma reclamava muito da falta de comida, de iluminação (o que forçou as pessoas a se manterem no convés) e, principalmente, de um cheiro insuportável de fezes. Pensei: “fezes?!”. A gente espera sentir cheiro de tudo em um cruzeiro de luxo (ainda que em condições de emergência). Talvez, cheiro daquele perfume vagabundo “alfazema”, por exemplo, já seria algo insuportável, a 100 Km da costa, mas de “fezes” foi demais pra minha imaginação.

Em uma das declarações de um brasileiro que lá estava, deu pra perceber a gravidade da coisa: “..um descaso total, não tinha condições de ir no banheiro, tudo fedorento…..tinha fezes por todos os lados, tinha urina por todos os lados do navio”.

A minha mulher ouvindo aquilo, foi logo desconversando e se mostrando, de repende, interessadíssima no desempenho das escolas de samba do primeiro grupo carioca. Afinal, aquela tragédia poderia abalar definitivamente nossas pretensões futuras de entrar num navio. Entendi logo sua aflição e resolvi ficar quieto. A tripudiada podia ficar pra depois….rsrs..

Naquele mesmo dia, antes de dormir, virei pra ela e disse:

– Querida, fique tranquila, nós ainda vamos fazer a nossa viagem dos sonhos em um navio, bem romântico, tá!?…

– Ahh… tomara! Espero muito mesmo, meu amor….

– Mas, que a viagem deste ano, no “Costa Romàntica”, ia ser uma merda, disso você não tem dúvida não, né?!….

– (silêncio prolongado). É. Ia ser mesmo uma merda, literalmente!….

Veja a notícia na íntegra aqui.