Você também fez por merecer…

Sempre tive a dificuldade de me focar em uma única atividade. Para quem acredita, uma típica característica de um geminiano, com lua em leão (…que viadagem…rs..). O fato é que sempre me dividi em diversas atividades. Isso trazia, por um lado, uma grande satisfação, mas por outro um estresse incontrolável.

Certa vez, acuado com os diversos afazeres que se avolumavam em minha agenda, demonstrei uma certa fraqueza e deixei escapar que eu não estava mais aguentando aquilo. Meu pai, ao ouvir, na mesma hora, do alto de sua simplicidade, sacou a seguinte: “…você deveria estar feliz, pois está conseguindo fazer exatamente o que sempre desejou…”. Era verdade! Eu mesmo havia construído aquela realidade para mim.

Depois de muito tempo, não só caiu a ficha daquilo que meu pai havia dito, como acabei por consolidar uma tese (que não deve agradar a todos), na minha crença pessoal, de que, respeitados os extremos (exceções), tudo aquilo que você tem ou o que você conseguiu ser até agora, seja bom ou ruim, é porque você fez por merecer.

Parece conversa de “bêbado com delegado”, eu sei…rs….mas, creio piamente no fato de que se você anda com um fusca 1962, pra cima e pra baixo, você é um vitorioso, pois tem exatamente aquilo que desejou ou que fez por merecer. Raciocínio análogo serviria para o caso de você ter uma Ferrari. Da mesma maneira, você poderia se considerar um vitorioso, pois teria feito por merecê-la… Ficamos aqui na esfera material, por questões pedagógicas, mas a tese valeria também para família, relacionamentos em geral, negócios, casamento, amigos, filhos, etc….

Isso me remete a uma forte campanha publicitária feita pela Ford, divulgando o “Ford Fusion”. O slogan que vem se repetindo, desde o lançamento dos comerciais é: “...quem dirige, fez por merecer...”. Como “merecimento” é algo muito pessoal, a dita campanha, na minha opinião, cometeu alguns equívocos que, abordarei em outros posts. Abaixo, deixo a peça publicitária que mais me encanta, pela coerência, fotografia e sobriedade.

Os personagens apresentados, nitidamente, fizeram por merecer uma vida melhor (….muitos outros avanços pessoais, inclusive um Ford Fusion…rs…). Cada qual tem a sua própria história de evolução pessoal. Neste caso, é dado o devido valor ao suor, trabalho e dedicação. A recompensa é certa….

Vale a pena ver o filme, pois é muito bem feito.

Quem disse que a velhice é para todos?

Normalmente, só quando passamos dos quarenta anos, ou quando “dobramos o cabo da boa esperança” é que começamos a tomar consciência de que estamos ficando mais velhos e de que os “bônus” relativos à idade já estão, já há algum tempo, sendo creditados em nossa conta.

É quando cai a máscara que, às vezes, inconscientemente usamos, de que juventude e imortalidade são palavras quase sinônimas. Muitos, ao perceberem que podem estar, com sorte, na metade de suas vidas, começam a valorizá-la muito mais do que sempre fizeram. Outros, por temerem o desconhecido em seu futuro próximo, entram em crise, em “parafuso”. É a famosa “crise dos quarenta” que, pode acontecer antes ou depois dessa idade, não importa. O fato é que a gente cai na real, mais cedo ou mais tarde, de que somos reles mortais e que precisamos, obstinadamente, acertar o caminho que nos levará a ter uma vida com a melhor qualidade possível, com estes mesmos reflexos junto àqueles que, com você convivem. Afinal, de que adiantaria termos a sensação de sermos felizes se estamos rodeados de pessoas amarguradas, não é verdade?!

O fato é que a velhice em si, de alguém que tenha saúde, não deve ser motivo de depressão para quem quer que seja. Devemos, sim, nos imaginar capazes de continuar realizando feitos, sonhando, traçando e atingindo metas, amando enfim, nos sentindo, verdadeiramente jovens, ainda que estejamos falando somente de nossas mentes. Mas, haveria algo mais importante do que aquilo pensamos. No final das contas, não “somos aquilo que pensamos ser”?!…

Como sou fã da boa publicidade e seguidor da máxima que entende que uma imagem supera mil palavras para expressar uma idéia, destaco a propaganda do complexo vitamínico “Centrum Silver“, destinado a pessoas com idade superior a 50 anos. No video, os “jovens” estão no meio de um “animado” jogo de poker, cuja pena para quem perde a rodada é  a desejável retirada de uma peça de roupa. Numa certa hora, a “mocinha” (gatíssima!!!) diz que não tem nada em sua mão, perdendo aquela rodada. Os caras comemoram juntos, pois vão ver aquela gata sem roupa……quando são interrompidos (surpreendidos) por um enfermeiro que, surpreso, pergunta, de forma ríspida: “ ….O que está acontecendo aqui??….” e depois dá o comando: “...voltem já para as suas camas….“. Só aí é que caem as nossas fichas e o “off” (voz de fundo) da peça nos convida: “…sinta-se jovem de novo…“.

De fato uma peça publicitária de ótimo gosto e bela produção. Acima de tudo, e independente de seus objetivos comerciais, deixa a mensagem de que a velhice, na concepção ampla (lato) da palavra é só para quem a aceita desta forma. Se a decisão é nossa, eu lhe pergunto: e você, vai simplesmente, de braços cruzados, aceitar ficar velho?!…

HSF

“Corredores. Sim, nós somos diferentes”

Academia de ginástica é um ambiente interessante pelos tipos que lá se vê. É tão eclético que encontramos pessoas das mais diversas profissões e motivadas pelas mais variadas razões para, muitas vezes, acordarem cedo ou deixarem de fazer outras coisas (…quase sempre menos interessantes…), para estarem lá, no meio de um monte gente suada, dando o seu “sangue”, por puro prazer ou, no mínimo, por reconhecer a necessidade de fazê-lo.

É também na academia que se conhece pessoas. Umas demoram mais do que outras para se “deixarem” conhecer mas, ao final, com o passar do tempo e com a “forçada” convivência, a primeira conversa “puxada” é questão de tempo pra acontecer.  Vou a academia bem cedo, quase todos os dias, para tentar fortalecer a musculatura (…já meio cansada de guerra…), principalmente dos membros inferiores, para que na hora em que eu estiver correndo, pelas ruas ou em qualquer outro ambiente, nenhuma surpresa desagradável apareça, fazendo com que eu fique de molho por prazo indeterminado.

Só tem que, devo admitir, ao contrário de outros praticantes de corrida, eu simplesmente adoro a esteira! Se existe o termo “rato de academia”, eu poderia perfeitamente me auto-denominar “hamster de academia”, porque parece adorar ficar correndo naquela rodinha, sem sair do lugar. Se eu prefiro a esteira à correr no chão firme? Depende. Se for um lugar bonito com árvores em volta, vento fresco no rosto, silêncio precioso quebrado só pelos sons de animais silvestres, não tenha a menor dúvida: jogo a esteira no lixo. Mas, se for num ambiente tenso, poluído com ruídos e gases de veículos, com risco de ser assaltado, quebrar o pé num buraco ou mesmo de ser atropelado, sou mais a esteira de academia, mil vezes. O meu preparador é que fica bravo, tentando me mandar para rua. Ele sabe que se depender de mim, fico é na esteira mesmo e, com isso, comprometo o treinamento dele…..rs…..

Num dia desses, após uma corrida de 1 hora na esteira, a uns 9 Km/h (…um treino pianinho….), estava eu alongando ainda em cima da máquina, quando se aproximou um senhor, de cabelos brancos, cujo nome não sabia, embora eu o visse todos os dias naquele local. Virou pra mim e perguntou:

Rapaz, me desculpe a pergunta, mas tenho visto você correndo aí já não é de hoje. É impressão minha ou você, às vezes, fica rindo sozinho, enquanto corre?

Olha, o senhor tem razão. Eu acho que eu fico rindo em alguns momentos mesmo…..

Mas, isso é normal?! (brincou o velhor senhor). É o que você fica ouvindo no seu ipod, que o faz rir?

Não…não. No ipod só tem música (principalmente reggae). Na verdade, não sei bem explicar não. Simplesmente me dá vontade de rir e é isso que eu faço….rs… (….não ia entrar no mérito de que aquela “euforia” se dava em função das doses de endorfina, proporcionadas pela corrida, jogadas na minha corrente sanguínea, né?!…rsss….Eu ia parecer um babaca, entrando nesta seara…..rs….)

É………vocês, corredores, são bem estranhos mesmo, não é!? (…e voltou para o seu abdominal, morrendo de rir…).

Bem, “estranhos”, eu não diria. Mas, “diferentes”, com certeza! Isso me faz lembrar uma espetacular campanha publicitária promovida pela Adidas , que vi pela primeira vez, nas revistas “Runners” americanas, de 1999, que chegavam em minha casa com quase 2 meses de atraso, cujo título destacava exatamente a diferença típica de comportamento dos praticantes de corrida. Seu título original era “Runners. Yeah, we´re different“, que em tradução livre seria “Corredores. Sim, nós somos diferentes“. O mais engraçado é que a campanha “diz” tudo somente através de fotografias, extremamente oportunas e bem tiradas (…ou boladas…). É quando a gente vê corredores fazendo aquilo que para a maioria das pessoas é pura maluquice mas, pra nós, algo absolutamente comum.

Consegui algumas fotos da campanha original e terei o maior prazer em compartilhá-las com os leitores. São todas ótimas, mas tem duas melhores, na minha opinião. Uma é a foto de uma mulher com olhar intrigado ao ver um corredor de rua no warm up (antes do início da prova), colocando band aid no “biquinho” do peito (correr mais de 1 hora e meia sem esta “proteção”, causa uma assadura horrível, que você fica se lembrando por 15 dias, no mínimo). A outra é a de uma senhora que está num consultório médico espantada ao ver, nas paredes, tantos números de inscrição em diversas corridas de rua (…daquelas colocas no peito do corredores com quatro pregadores…), emolduradas, como se fossem diplomas de formatura. Provavelmente, o médico devia ser um orgulhoso corredor que fazia questão de mostrar em que cidades do mundo ele teve a oportunidade de correr. Repare que ganhar ou perder, não faz a menor diferença, neste caso. O fato de se ter participado e chegado é que deve ser lembrado, tanto é assim, que não há medalhas nem troféus pendurados, só a prova de que ele participou. O que mais posso dizer, antes de lhes apresentar a campanha? Coisas de corredor…..

HSF

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Capixaba: muito orgulhoso de sua terra

Moqueca Capixaba
Moqueca Capixaba

Perdi as contas das vezes em que, em pleno horário nobre na rede Globo, a programação era recheada com uma propaganda do Estado da Bahia. Eu, daqui do Espírito Santo, sentadinho na minha poltrona, acabava vendo as “maravilhas” (indiscutíveis, a bem da verdade!!!…) de meu querido Estado vizinho, só porque havia, por parte daquele Governo Estadual, primeiro vontade política e, depois, orçamento, para esbanjar “baianidade” por todos os recantos do país. Resultado: pintou feriado, pra onde a gente vai, hein!? Pra Bahia, é claro! É Salvador, Morro de São Paulo, Prado, Caravelas, Porto Seguro, Cumuruxatiba, Ilhéus e por aí vai….

Olha, a Bahia é mesmo um espetáculo de belezas naturais e de potencial turístico, aliás, acabo de voltar de lá (vou comentar isso em algum outro post…rs…), mas o Espírito Santo, com sua diversidade cultural e típica culinária, não fica, de forma alguma, atrás no que tange ao turismo, incluindo-se uma outra imensa vantagem que é a sua reduzida extensão, o que representa uma efetiva facilidade e economia a mais para o turista que pretenda conhecer as belíssimas praias de nosso Estado, mas também queira ter contato com as nossas montanhas e suas tradicionais culturas descendentes (Itália, Alemanha, Austria, etc…). Riquezas turísticas ímpares, completamente distintas e separadas, muitas vezes, por apenas 30 minutos de carro.

Sempre bati na tecla de que nosso Estado merecia, por seus méritos geográficos e pelo povo acolhedor que tem, uma atenção e um investimento maior na divulgação de suas belezas com vistas ao desejável incremento de seu movimento turístico, hoje, ainda incipiente, pode-se assim dizer…

Não sei quais ações têm sido tomadas no que tange à divulgação atual de nosso Estado por aí afora mas, internamente, o Governo Estadual (Paulo Hartung), através de sua Secretaria Estadual de Turismo (SETUR), teve a oportuna e louvável iniciativa de produzir uma peça publicitária de ótimo gosto e inigualável qualidade, só para divulgar o nosso Estado para o próprio capixaba que, a considerar pelos apelos e assédios vizinhos, acabava por esquecer de fazer turismo na sua própria terra.

Agora, fico todo “bobo” quando vejo, no intervalo do Jornal Nacional, entrar a peça denominada “Aviso aos viajantes: descubra o Espírito Santo“. Tenho certeza de que, com isso, muita gente vai passar a redividir o seu orçamento familiar destinado às viagens, reservando um pedacinho para as nossas maravilhas, tais como: Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari, Marataízes, Anchieta, Nova Almeida, Santa Teresa, Domingos Martins, Pedra Azul, Itaúnas, Linhares e tantos outros pontos que fazem deste Estado um dos mais bonitos do Brasil.

A propósito, ainda que já seja óbvio, o capixaba a que se refere o título deste post sou eu mesmo!

HSF

OBS: Adoro Moqueca. Sabe por que eu não falei “moqueca capixaba“? Por que seria a mais absoluta redundância….rsss…..Se é “moqueca, só pode ser capixaba porque o resto é peixada”, plagiando e homenageando o autor desta importante observação, Cacau Monjardim. (Nada contra o dendê e o leite de côco, mas aquilo pesa tanto na barriga que, ao invés de sobremesa, você só consegue pensar em uma rede para se recuperar…)