Devo dizer que essa maldade aí me chegou ontem, por e-mail, vinda de um leitor. O fato de ter sido publicada em meu blog não quer, necessariamente, dizer que concorde com a piadinha…..não é verdade!?
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Ser milionário é para poucos
Pode até ser um de meus paradigmas a serem superados ou só um crime neurolinguístico que cometo mas, tenho em mim a idéia de que ganhar dinheiro não seja algo fácil. Juntar então, nem se fala! Isso, me faz valorizar cada centavo que adquiro, nutrido pela certeza de que enriquecimento da noite para o dia ou é falcatrua ou é fantasia.
Admito, porém, que nesta área tenho até progredido. Também, ao longo de quase duas décadas de consultoria empresarial, contábil e tributária pude ter a grata oportunidade de conviver com empresários dos tipos mais variados. Do falastrão quebrado ao mais competente e abastado executivo, todos, sem exceção, deixaram para mim um precioso aprendizado.
Todavia, sempre me chamou muito a atenção, em especial, as características observadas naqueles clientes que, sem medo de errar, podemos chamar de ricos. Quase todos agem como se estivessem seguindo cegamente ao corolário: “a pessoa enriquece não exatamente pelo que ganha, mas pelo que consegue guardar“.
Isso é fácil de ver pelos hábitos frugais e simples dessas pessoas. Não freqüentam restaurantes caríssimos, não compram carros de luxo e, muito menos, parcelado. São ótimos observadores (enxergam oportunidades onde menos se espera) e avessos a conselhos, principalmente quando relacionados à aplicação de seus recursos. Eles devem pensar, assim: “…como pode um gerente de banco que ganha cinquenta vezes menos do que eu, saber o que é melhor para o meu dinheiro?!…“. É. Tem sentido!
Com toda esta experiência adquirida “por tabela”, a gente até toma coragem ao inferir sobre a possibilidade de um negócio ter sucesso, só de conhecer as pessoas envolvidas e seus planos para adquirir um lugar ao Sol.
Mas, o que temos como certo, é que ficar milionário é uma habilidade que pertence a poucos. Exige técnica, perseverança e crença. Acima de tudo, exige do ricaço de amanhã, a decisão de abrir mão de muitos prazeres no presente, como forma de pagar o preço de sua independência financeira futura.
Esse assunto me lembra uma matéria do jornal A GAZETA, assinada pelo jornalista Abdo Filho, publicada em 30 de março de 2008, sob o título “você, milionário aos 50 anos”. Vale a leitura. Para quem se interessar, a íntegra poderá ser baixada aqui (em PDF).
Temáticos eram os caras
Tem dia que a gente acorda doido pra correr. Ontem foi assim. Programei até a minha saída mais cedo da empresa, para dar tempo de mudar de roupa e iniciar a corrida ainda no anoitecer.
Mas, quando eu não pensava mais em outra coisa e já estava arrumando minha mesa para zarpar do trabalho, minha secretaria anuncia a chegada na recepção de dois jovens que queriam “abrir uma empresa”. Putz…fazer o quê? Mandei entrar.
Minha sala ficou pequena com o inesperado surgimento de dois falantes e alvoroçados garotos que mais lembravam o Kenan & Kel daquele seriado americano. Começaram logo explicando que apesar de estarem “completamente duros”, queriam montar um restaurante temático em Vitória e que a coisa ia dar tão certo que eles iriam enriquecer bem antes dos trinta anos. Enquanto eu olhava pro relógio e via a minha corrida indo pras picas, os caras falavam sem parar “entre eles”, discutindo cada detalhe da empresa. O papo deles tava tão bom que eu não podia nem pensar em interromper. Eu estava ali, quase que como um Roberto Justus diante de dois candidatos disputando pra ver quem impressionava mais. Aquilo não podia ser real, tinha cara de pegadinha. Cheguei a pensar que pudesse ser sacanagem de algum amigo meu…
Só tem que o sujeito quando passa dos quarenta anos, como eu, por mais profissional que seja, normalmente, fica mais seletivo e se permite presentear com a escolha exata daquilo que realmente quer. Valendo-me disso, interrompi na marra os empreendedores, bem na hora em que a “viagem na maionese” deles já tratava dos futuros planos de venda da franquia, do bem sucedido restaurante temático, para o resto do mundo.
Disse que estava muito atrasado pra outro compromisso, mas que a idéia do negócio me parecia muito confusa e sem fundamento técnico de viabilidade. Dito isso, encurtei o encontro apresentando logo o meu orçamento pelos serviços necessários à elaboração de um plano de negócios decente e, depois, para a abertura da empresa. Eles devem ter achado caro, pois logo levantaram e saíram dizendo que iriam “pensar” na proposta… Ufa!…deu certo.
Aquele blá-blá-blá todo me tirou do sério! Acabei prejulgando e desacreditando completamente o projeto daquela turma. Minha consciência chegou a pesar logo depois que eles saíram mas, paciência…. fui correr.
Lá pelas tantas, no meio da corrida, lembrei do caso e meu diálogo interno do bem, foi logo amenizando: você agiu bem, a corrida está ótima! Os caras eram enrolados mesmo e você nunca mais vai ouvir falar neles…
Desencanei de novo mas, não demorou muito para o meu diálogo interno do mal entrar na conversa: só que o pior vai ser, no futuro, eles serem reconhecidos na capa da revista exame, sob o título “contra todos os prognósticos – capixabas desbravam o mundo com franquia milionária”. Se me conheço bem, vou ficar muito puto se isso acontecer…Foi o bastante pra estragar minha corrida.
HSF