Esta eu recebi de uma grande amiga, Jane Moura, exímia conhecedora do português e também do bom e velho inglês, ao se referir aos conhecidos exageros de linguagem, vistos com certa regularidade, em alguns textos.
HSF
“Conta a história que o grande jurista Rui Barbosa, num certo dia, ouviu barulho estranho no quintal de sua casa e foi verificar o que era. Deparou-se com um homem muito mal vestido que estava roubando aves. Rui Barbosa reverberou:
– Oh, bucéfalo anácroto! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito de minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo, mas se é para zombares de minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência do que o vulgo denomina nada.
O ladrão perguntou:
– Dotô, eu levo ou deixo os patos?”