Tenho convivido ao longo dos últimos anos com o termo “sinais exteriores de riqueza”. A própria Receita Federal do Brasil (RFB) se utiliza deste termo para justificar a escolha de um determinado contribuinte para uma conversa, digamos, mais íntima ou mais invasiva (rss…). É a famigerada “malha”, amigo! Pensa-se, por óbvio, assim: se o indivíduo ostenta um iate de R$ 5 milhões e anda pra cima e pra baixo de Maserati, é de se presumir que ele tenha renda lícita e declarada que suporte a manutenção mínima destes brinquedos. Em princípio, é isso que se quer investigar…
Mas, curiosamente, coleciono certos fenômenos observados no meu cotidiano que dizem respeito, também à ostentação, só que, às avessas. Certa vez, encontrei o motoboy da empresa usando um relógio dourado muito diferente. Aquilo me chamou tanto a atenção, que resolvi dar uma investigada, de leve. Aí travou-se o seguinte diálogo:
– Bom dia, Rogério! Tudo bom?
– Tudo, doutor. Na luta, né?!
– É, isso aí. Bonito esse relógio que você tá usando, hein!?
– Gostou, doutor?! Obrigado…
– Rogério, você sabe como é o nome deste relógio?!
– Sei não senhor. Tem nome, é!? hahaha….
– Chama-se Rolex Daytona Gold. Este “gold” quer dizer ouro…sabia?!…
– Hummmm…irado.
– E, Rogério, você tem idéia de quanto custa um relógio desse?! Continuar lendo Sinais exteriores de pobreza