Henri Cartier-Bresson e seu olhar único

bresson_leicaHoje tive o prazer de ler matéria/sinopse no caderno 2.AG de “A Gazeta”, muito bem escrita pelo jornalista Tiago Zanoli. Sob o sugestivo título “instantes decisivos” o texto trata da vitoriosa trajetória do fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson, considerado um dos maiores fotojornalistas de todos os tempos (…para quem é fã dele, como eu, fica fácil afirmar que ele foi o maior!…).

A reportagem aborda parte da vida do fotógrafo, inclusive, quando se juntou a outros profissionais para fundarem a agência Magnum, uma das mais importantes centrais de material fotográfico profissional do mundo. Anuncia também a chegada de seu biográfico livro “Cartier-Bresson: O olhar do Século”, editado pela L&PM. Enfim, traduzido para o português, quase 10 anos depois de seu lançamento na França.

Sou tão apaixonado pela fotografia de Cartier-Bresson que, ao fundo de minha mesa de trabalho, na parede de minha sala, encontra-se uma de suas inúmeras obras-primas, que pode ser vista, logo abaixo:

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Isso me faz lembrar um episódio acontecido lá na empresa, no final do ano passado. Fui visitado, por indicação de outro cliente, por uma tradutora francesa que, dada a complexidade da legislação tributária nacional, estava cheia de dúvidas quanto à sua declaração de imposto de imposto de renda deste ano.

Conversa vai, conversa vem e, uma coisa me intrigava. Aquela senhora não me olhava direto nos olhos, ficava olhando quase todo o tempo sobre os meus ombros (..como se estivesse admirando a fotografia de Cartier-Bresson). Aquilo era agoniante, mas segui em frente. Resolvida a questão técnica, já nas despedidas, a cliente deu asas à sua curiosidade e me fez uma pergunta intrigante, com aquele seu português “bastánt arrastadô”:

– Por que o senhor tem um poster de um fotógrafo francês (Cartier-Bresson) em sua parede e não o de um brasileiro, como Sebastião Salgado, por exemplo?

Respirei fundo antes de responder, pensando que esse tipo de coisa só acontece comigo, mesmo!. E disse:

– Ambos são excelentes fotógrafos (…gosto muito de Salgado também…), mas a minha escolha foi só por eu me identificar um pouco mais com o estilo de Cartier-Bresson.

– Ahannn……(esse “ahannn” dela já foi me olhando de lado e tom de repreensão…). Mas, o senhor deveria dar mais valor aos seus próprios artistas…

– A senhora de gosta de futebol?  Mas, gosta de verdade, mesmo!? (Perguntei, já ficando puto com a conversa…)

– Sim, “adorro”! A gente sempre ganha de Brasil, não lembra!? Hihihihi….. (aí, ela provocou….passou dos limites!)

– Então se a senhora fosse pendurar um quadro em sua parede, sobre craque de futebol, escolheria um de Michel Platini abraçado com Zidane ou um com o rei Pelé sozinho? (….maldade pura minha, né?! rrsrsrs…)

– Bom, nunca pensei sobre este assunto….. (desconversou, agradeceu e saiu, literalmente, à francesa).

Depois do acontecido, olhei de novo para a foto de Bresson e pensei que talvez eu tivesse exagerado um pouco na comparação com um puta fotógrafo como é Sebastião Salgado. Honestamente, não acho que tecnicamente sejam profissionais tão distantes assim. Só tem que Cartier-Bresson se imortalizou em função da época em que foram feitas as suas descobertas artísticas e em que mundo pôde ver sua indescritível sensibilidade registrada, de forma caprichosa e inédita, pela luz. 

Para um amante da fotografia, como eu, só o fato de eu poder ter sido “politicamente incorreto” com um conterrâneo da magnitude de Sebastião Salgado, tirou o meu sono. Por isso, tem dois meses que venho escolhendo uma de suas fotos, para ser mais um poster lá na empresa. Até abril, último mês para a entrega da declaração de imposto de renda de 2009, quero estar com a decisão tomada e com o quadro na parede. Por uma questão de consciência, vou fazer o “Cartier-Bresson” passar uns tempos na recepção e colocar o “Salgado” na minha sala. Quero só ver a “carra” da francesa, quando voltar lá para mais uma consulta tributária….

Curtam mais um pouco dos clássicos da obra de Henri Cartier-Bresson

 

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Vascão em terras capixabas

Adoro cinema!…

Folheava a nossa querida “A Gazeta” à procura de um bom filme de cinema para ir com a madame neste final de semana e vi a notícia de que o time do Vasco da Gama faria uma pré-temporada de treinamentos aqui no Espírito Santo e que o “timão” chegaria hoje em nosso aeroporto internacional de Goiabeiras. Pô, a notícia falava exatamente do meu time. Pois é…foi assim que caí de verdade na real! O meu Vascão está na segundona. Puta…..segunda divisão é de doer…Lembro-me logo quando vi a recente e melancólica queda do Corinthians em 2006, e como havia ficado impressionado com aquele montão de torcedor paulista, chorando feito criança, desconsoladamente, ao fim do jogo que marcou aquela dramática queda. Pensei logo: “…ainda bem que não é com o Vasco”. Deus me livre… que sofrimento!…

E então aconteceu! Agora é com o Vasco mesmo. Vai fazer uma pré-temporada em Vila Velha para se preparar bastante para a competição que terá pela frente. Pô, mas logo em Vila Velha!? É futebol ou polo aquático? Porque a coisa lá parece bastante “molhada” com estas chuvas incessantes…Só espero que o projeto de retorno à primeira divisão do futebol brasileiro, já em 2010, não comece a fazer água desde já, né!?

Mas, pensando bem e relembrando o término daquele fatídico jogo contra o Atlético Paranaense, que definiu a queda do Vascão, percebi que não conseguia chorar como aqueles corinthianos que vi na TV, no ano anterior. Nem fiquei tão abalado assim. “Que torcedor ingrato”, pensei eu. Por que será? Só voltando às origens, talvez eu tivesse esta resposta. Afinal, por que cargas d’água fui querer ser logo torcedor do Vasco, porra!? Por que eu não criei juízo e fui torcer para o Flamengo, como a maioria dos “filas-das-putas” dos meus amigos que me ligavam, sem parar, pra me gozar, naquela noite, logo que acabou o jogo? E as piadas? As mais escrotas possíveis, do tipo: “Virou playbloy? Só anda de rebaixado, agora!” ou ” Já fez assinatura da TV a cabo? Senão não verá os jogos do seu time…”. É de tirar qualquer um do sério.

Mas, ainda bem que a gente racionaliza, quando coisas desagradáveis acontecem. Aí comecei a me questionar o “porque” de gostar tanto assim do Vasco a ponto de poder dizer que é meu time! Meus pais eram Fluminense, minha irmã e minha mulher, flamenguistas. Dos mais chegados, só aquele cunhado chato era vascaíno. Porra, seguir exemplo de cunhado, quando tudo indicava outra opção, é muita burrice, mesmo! Só hoje vejo isso. Olha a merda aí: segundona! Bom, antes eu já não aguentava ver 90 minutos de futebol na primeira divisão com aquele monte de gente embromando pra não se machucar, imagine agora na segunda divisão? Imagine o clássico da monotonia: Vasco x ABC. Pô, ninguém merece!

Futebol é chato, por natureza! Só gosto de ver mesmo os gols. Ultimamente, nem isso, pois quase sempre eram contra o Vasco. Aliás, para que ter time em um esporte que a gente nem morre de amores, não é verdade!? Além disso, não jogo nada. Sou um tremendo perna-de-pau. Chamo a bola de “vossa excelência”. Se fosse tênis, aí sim. Esporte de elite. Ninguém embroma, não tem agressão, não tem juiz ladrão e ainda tem tira-teima eletrônico para nenhum “hermano” querer fazer gol com a mão e eliminar o adversário com uma jogada inválida. Lá ninguém acaba com uma jogada fazendo falta. O craque pode mostar todo o seu talento, sem ninguém atrapalhar. Não existe gritaria, nem xingamentos. O jogo flui silenciosa e agradavelmente e se o adversário ficar enrolando é aí que perde mesmo! Sempre alguém vai ganhar, no tênis. Não aguento com essa babaquice de zero a zero do futebol. Ahhh, pára com isso! Chega disso!

Preciso parar de perder tempo com este “ópio do povo”. Eu nem sei se posso me considerar do “povo”, pô! Cara que já leu “O Capital” de Karl Max pode ser considerado “povo”? Cara que coloca em sua lista de melhores filmes do cinema, “Cidadão Kane” pode ser considerado “povo”? Cara que tem pavor a cachaça pode ser considerado do “povo”? Nem pensar…Então, meu negócio é mesmo tênis, galera. Ufa, que baita alívio. Não sei como demorei tanto a perceber o óbvio…

Bom, então voltando ao que interessa, eu dizia que adoro cinema. Cinema, sim, é cultura e só nos traz alegrias e boas lembranças. Isso me faz até lembrar daquela cena antológica do filme “Titanic” em que Jack Dawson, personagem brilhantemente interpretado por Leonardo Di Caprio, abre os braços na proa do navio, antes do desastre (claro!) e grita: “I’m the King of the World“. Que no bom e velho português deve ser mais ou menos algo como:…………. “VASCÃO, AFUNDA MAIS NÃO! VAMOS SUBIR, PORRA!!!!”……Buááááááááááaááá…………

HSF

Olha a recepção que os capixabas fizeram para o timão chegando ao aeroporto em Vitória: