Rotina de uma corredora

Procurando casos particulares de quem mudou a sua vida ao começar a praticar corrida, achei super interessante o “case” da Ana Maria Coltro, que tem 49 anos (…claro que parece ter muuuito menos…) e pratica corrida há 18 anos.

Ao que tudo indica ela passou a gostar tanto de corrida que adaptou sua vida a este esporte. Acorda cedo (05:30 h…..uhh…isso ninguém merece!…rs…) faz suas corridas e depois assume a sua empresa, por volta das 08:30 h, segundo sua própria narrativa. Ela tem uma empresa de turismo (Xtravel) que, inclusive, possui uma linha de produtos específicos para levar corredores à provas internacionais de corrida, com um forte diferencial competitivo: a dona da empresa também vai junto para correr … rsrsrs.

E o mais curioso é quando ela conta o que a fez se interessar pela corrida: “o semblante de alegria de quem ela via correndo“. É mesmo impressionante como isso contagia as pessoas….

A imperdível 20ª Dez milhas Garoto

20a_dez_milhas_garoto_atirei_o_pau_no_gatoMarque na sua agenda: 16 de agosto de 2009, a partir das 08:00 h, saindo da praia de camburi. Estamos falando da que, talvez, seja a prova de corrida de rua mais famosa e mais concorrida do circuito capixaba. A corrida “dez milhas Garoto”, de fato, tem sido sinônimo de um percurso agradável, emocionante e de visual inesquecível, principalmente, quando se atravessa a Terceira Ponte (que une as cidades de Vitória e Vilha Velha), tendo à direita o imponente cartão postal do “Convento da Penha”.

Pela tradição construída ao longo das edições anteriores, pode-se afirmar categoricamente se tratar de uma prova imperdível e que promete 16 quilômetros de muita festa e alegria. A alegria é por conta de cruzar a linha de chegada, como bem me lembro da última que participei. Quanto a festa… bom, a festa você descobrirá pessoalmente se comparecer ao evento. A gente se encontra por lá!…

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“Dez coisas que eu odeio na corrida”

marcos_caetano_atireiopaunogatoUma dos motivos que me fez assinar a revista O2, sem dúvida, foi a coluna “aquecimento”, do jornalista (e corredor) Marcos Caetano, de escrita fácil, acessível, engraçada e extremamente oportuna. Remexendo a minha coleção de revistas antigas (….que aliás, minha mulher,  há anos, é doida para eliminar….), tive o prazer de reler uma de suas ótimas crônicas, na revista O2 nº 12, de abril de 2004, ou seja, era o término do primeiro aninho de aniversário desta excepcional publicação, que até hoje, prima pela qualidade de suas matérias.

O título do texto era “Dez coisas que eu odeio na corrida”. De forma bem humorada, o articulista descreve acontecimentos altamente desagradáveis que, certamente, serão reconhecidos por todos aqueles que gostam e praticam a corrida com regularidade. O engraçado é que todos já passamos por algo semelhante. Na corrida de rua, são simplesmente inevitáveis os confrontos com situações, como as descritas abaixo. Quem corre, vai gostar. Parabéns, Marcos Caetano!…

1) Madames tranca-rua – São assim chamadas aquelas peruas – ou plínios de meia-idade – que preferem fazer suas caminhadas em grupos de quatro ou cinco. É claro que, para conversar, é melhor que todas caminhem lado-a-lado, mesmo que isso interdite completamente a passagem dos pobres corredores que decidem utilizar a pista de Cooper. Passo por elas várias vezes e escuto seus comentários, sempre aos berros. Os assuntos seguem mais ou menos este roteiro: enfermidades diversas no Km 1; compras no exterior no Km 2; fofocas hediondas sobre as amigas mais magras no Km 3; plástica e botox no Km 4; e as últimas da revista Caras no Km 5. Aí elas param, porque preparo físico de perua só aparece quando elas estão num outlet dos Estados Unidos. 


2) Personal dogs – Não tenho nada contra o sujeito que quer ser personal trainer do próprio cachorro (se bem que, muitas vezes, o cão é que parece estar treinando o dono), desde que ele tome as seguintes providências: pit-bull e correlatas, só com focinheira, sendo que os donos dessas bestas pavorosas também poderiam usar o artefato; nada de deixar o bicho sacudir a baba e emporcalhar o nosso tênis novinho com aquela coisa pegajosa; e, por favor, nada de coleira estilo carretel, que obriga os infelizes corredores a combinar as habilidades de fundista e pulador de corda – se não quiserem cair de cara no chão. 

3) Escarradores – Já que falamos da baba canina, existe coisa pior do que aquele camarada que espirra gritando ‘Vasssssssssco!’, puxa o catarro das entranhas, regurgita o dito cujo, vira a cara… e larga uma grossa escarrada para trás, sem ver quem está vindo? Já tive que dar alguns saltos mortais para me livrar dos disparos desses infelizes. Tá encatarrado? Melhor ficar em casa. 

4) Corredores orgásmicos – Tudo bem que correr é uma delícia. Mas será que é tão bom assim? Será que precisa gemer e gritar tanto? Você vai correndo tranqüilamente pela pista até que, de repente: ‘Arrrrrrgh!’, ‘Unnnnnngh!’, ‘Arrrrrrrfff!’, ‘Aaaaaaaimeujesus!’. É assustador! E ainda tem aqueles gritos mais pornográficos: ‘Poooorracaraaaalho!’, ‘Aaaaiputaqueospariu!’, ‘Ahhhhputameeeerda!’, além de várias modalidades de gemidos eróticos. Eu hein… Será que o shortinho de corrida desses corredores tá tão cravado assim? 

5) Marombeiros – Esses são terríveis. Vivem na academia, se entupindo de bombas e puxando ferros. Têm fôlego de tuberculoso, mas, quando passam por você, fazem uma insuportável cara de superioridade – quando não dão uma piscadela e um sorrisinho triunfal. O que os trogloditas do açaí não sabem é que, muitas vezes, aquele magrelo que eles acabaram de ultrapassar está no 17º quilômetro de uma corrida de 20, enquanto eles estão nos primeiros 300 metros de sua corrida diária de… 800 metros. 

6) Mamãe, tô na Globo! – Como são malas os caras que nunca treinam e, quando chega o dia de uma prova importante, aparecem vestidos de Chapolín Colorado, de Barbie, de caravela, de exu caveira e ficam pulando na frente das câmeras, segurando faixas e cartazes e atrapalhando o desenrolar da corrida. 

7) Ciclistas – Desculpem, mas, assim como quem tem barco à vela detesta quem possui barco motorizado, os corredores não são muito amigos dos ciclistas. Primeiro porque eles passam ventando pelas nossas orelhas; depois porque nossa classe já sofreu incontáveis baixas por atropelamentos; e por último porque eles realmente se acham membros de uma elite – mesmo já tendo aprendido que, no triatlo, quem corre mais ganha mole de quem nada ou pedala melhor. Hehehe. Gostaram dessa, pedaladores? 

8) Torcedores sacanas – Quilômetro 18 de uma meia maratona, você estouradaço, tentando encontrar forças para as últimas ladeiras… e um palhaço grita: ‘Aê, mané, a queniana já chegou faz meia hora’. Pensamos em tacar o tênis, cheio de chulé, nas fuças do infeliz. Acha fácil? Vem correr. Mas a gente respira fundo e segue em frente. 

9) Ixpicialixtax – Não importa o esporte que você pratique. Haverá sempre um especialista de plantão, sem qualquer experiência no assunto, mas, ainda assim, disposto a te dar uma aulinha. Gente que pergunta quantos quilômetros tinha a maratona que você correu, apesar de ainda não ter sido inventada uma maratona diferente daquela da antiguidade, com 42 km e uns quebrados. Ou então que insiste em saber em que posição nós chegamos, como se fôssemos o Paul Tergat. ‘Logo atrás da sua mãe’, dá vontade de responder. 

10) Ladeiras – Não há como gostar delas. Ainda que tentar, como diz o amigo Alberto Banach, ajuda bastante. Correr bem nas ladeiras é algo invejável. Gostar delas, é grave desvio de caráter. Recomendo tratamento psicológico urgente aos que pensam assim. “

Corrida melhora ereção e evita câncer

Como diria um velho conhecido meu “é muita coisa boa junta pra ser verdade”…né não!? Mas, ainda bem que o título deste post representa a mais pura verdade e é fruto dos mais recentes estudos científicos sobre o assunto. É tão bom, que parece até manchete sensacionalista. Aliás, se o objetivo deste humilde blog aqui, fosse causar impacto, certamente o título seria mais ou menos assim: “quer transar e viver mais? Prepare-se para correr!...”. Duvido que você não teria clicado primeiro nesta notícia, antes de qualquer outra.

Tenho um cunhado que é médico. Ele vive implicando comigo, dizendo que o ser humano é “bípede” e, por isso, não foi feito para correr e, sim, para andar. E que é por isso que a corrida causaria um percentual fora do comum de lesões nas articulações dos membros inferiores, na lombar, na coluna, etc….Isso, porque o sistema músculo-esquelético do humano, não foi “projetado” para os impactos provocados pela corrida. Ele repete igual a um disco furado: “gente foi feita pra andar”. Enquanto ele fala mal da corrida, eu falo mal de cunhado….rs….e aí ficamos assim combinados.

A despeito das afirmações contrárias à corrida (diga-se de passagem, não só defendidas por meu cunhado, mas por alguns outros estudiosos…), sempre tive, ainda que intuitivamente, a nítida sensação de que nos períodos da minha vida em que eu estava correndo, com regularidade e com intensidade de média para forte, tinha um ânimo muito superior para fazer as coisas, tinha mais saúde, mais alegria, mais paciência, melhor sono, melhor memória, melhor preparo físico geral (…nem preciava falar isso, né?!…rs…) e, por incrível que possa parecer, melhor sexo. Quando eu falava isso, a galera morria de rir, dizendo que era puro exagero na minha propaganda pró-corrida. Eu podia dizer, como sempre disse, que a “corrida era boa para tudo”, aí as pessoas aceitavam. Agora, quando eu dizia que a corrida  aumentava até o meu tesão, aí começava a gozação, de novo…..nunca entendi essa divisão que algumas pessoas faziam…..

Agora, recentemente, pesquisas demonstraram que a corrida praticada de forma regular, melhora consideravelmente a disfunção erétil, ou seja, o corredor teria uma chance muito menor de sofrer desta doença, cada vez mais comum em nossa sociedade moderna. Desculpe o infame trocadilho, mas trata-se de uma notícia mais do que “bombástica”. E ainda daria uma outra manchete sensacionalista ótima, olha só: “corredor contumaz de dia, atleta sexual de noite“. É horrível, eu sei….mas, chama a atenção, não chama!? rs….

O resumo da explicação para este fabuloso e desejado fenômeno é que o óxido nítrico induz ao relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos, favorecendo a ereção peniana. Ou seja, todo o caminho por onde o sangue passa precisa estar desobstruído e sabidamente a corrida ajuda nessa “limpeza”. A corrida altera positivamente esse funcionamento oxidativo, aumentando os níveis de óxido nítrico, além de estimular hormônios mais conhecidos, como a adrenalina, a noradrenalina, a testosterona, o estradiol (nas mulheres) e as endorfinas, que dão a sensação de euforia, na gente. Resultado: quanto mais você corre, mais o bicho pega, meu amigo……Quer melhor!?

Não bastasse a melhora na nossa performance sexual, a revista “Medicine & Science” in “Sports & Exercise” publicou na edição de outubro um estudo mostrando que a corrida de 10 Km pode evitar o câncer de próstata em homens acima dos 50 anos. Ficou comprovado que quanto mais rápido e melhor condicionados são esses corredores, mais se evita o crescimento da próstata. O estudo envolveu mais de 28 mil homens estudados num período de 8 anos, o que reforçou a confiabilidade dos resultados, dada a relevância da amostra utilizada.

Eu sugiro a leitura da matéria completa, publicada na página 62, da revista contrarelógio, edição de janeiro de 2009 (Não possui link na internet, desta matéria). O conteúdo foi muito bem escrito, na seção “notícias do corpo”, por Luiz Carlos de Moraes (lcmoraes@compuland.com.br).

Se eu tivesse uma daquelas “plaquinhas”, escrito “EU JÁ SABIA“, que se usa em final de campeonato de futebol em que o torcedor levanta só para despertar a fúria da torcida adversária (do time que perdeu, claro!), podem ter certeza, era a hora de eu levantá-la, na frente de todos que duvidavam de mim, quando eu afirmava isso, muito antes das pesquisas, somente com base na minha própria “experimentação laboratorial caseira”, se assim podemos nos referir a um oportuno e bem sucedido affair com a companheira. Codeloco…

Para quem, verdadeiramente, se interessou nesta associação quase irresistível apresentada pela corrida, tome a decisão mais díficil de todas que é começar. Os demais passos, acabarão se tornando mais fáceis. Existem diversos programas para os mais diversos níveis de sedentarismo e/ou obesidade em que você se encontra hoje. Qualquer hora, pode-se dizer, é boa hora para começar, desde que sejam respeitados os seus limites, o seu condicionamento e as etapas que deverão ser alcançadas paulatinamente. Importante considerar que o acompanhamento de um profissional nas áreas médica, nutricional e de educação física, garantirão o sucesso da mudança que será operada em você. Após o sinal verde dado pelos exames médicos prévios e obrigatórios, siga à risca as instruções passadas por seus orientadores. Eu garanto que você vai começar andando e quando você menos esperar já estará correndo. A distância e a velocidade, você escolhe depois, em função daquilo que mais lhe agradar. Isso, sem contar que você vai ficar cansado de ouvir: “….mas, amor, de novo….?!….”.

É por isso que eu posso dizer que amo a corrida, mesmo naqueles períodos em que não estou correndo o tanto que gostaria. Tenho horror a pensar na morte. Mas, sei que trata-se de uma inevitabilidade da natureza. Que seja! Já que temos que morrer mesmo, com a corrida sempre constante em nossas vidas, que seja da maneira mais digna possível, ou seja, aos noventa e nove anos, com o tênis de corrida ao pé da cama, fazendo sexo, quando o lustre do quarto cai sobre a sua cabeça. Pronto!…Melhor ainda do isso!? Bom….então……aos cem anos??!!

HSF