A maratona e o preço que se paga

Ninguém fica impune quando se propõe a concretizar, de verdade, uma realização do tipo correr uma maratona ou outra prova qualquer de longa distância e duração. Você (gordinho, completamente sedentário e despreparado) até poderia, cometer a insanidade de se arriscar a participar de uma prova de 5 K, por exemplo. Talvez até, dependendo do histórico anterior de exercícios da pessoa, ela consiga dar uma “enganada” na prova de 10 K.

Mas, quando estamos falando de uma meia-maratona em diante, não tem como. Neste ponto, a gente sai do campo do “querer” e entra no campo do “poder”. Aí, ou o sujeito paga o preço de se preparar com uma antecedência mínima de seis meses (o ideal é um preparo de 1 a 2 anos), se alimentar adequadamente, perder peso, treinar com disciplina, regularizar o seu sono, dormir cedo, acordar cedo, evitar álcool e comidas gordurosas ou o preço que vai pagar depois, poderá ser muito mais caro, do que simplesmente colocar os “bofes” pra fora, antes dos primeiros trinta minutos de corrida. Se ficar só nisso, no “mico”, pode saber que ficou no lucro.

No final do ano passado, resolvi programar a minha volta à prática a corrida, de forma mais sistemática e objetivando um preparo específico para provas de mais longa duração. Após os devidos e aconselháveis exames médicos, comecei 2009 colocando em prática este propósito. Com o acompanhamento permanente de um bom preparador (…que aliás, tá me e$folando…rsrs…), tenho visto enormes progressos na minha performance e visíveis mudanças no corpo. A mais notada, naturalmente, é que a gente “joga fora” aquele peso que só serve para dificultar o máximo de seu VO2 na corrida. A gente acaba secando mesmo!…rs…

Ontem, encontrei um amigo que não via há muito tempo. O cara é um conhecido boêmio, da noite mesmo, super engraçado e que não abre mão daquela “biritinha” (..tô sendo complacente…rs…) acompanhada de aperitivo, todo santo dia, a partir do “rush”, até Deus sabe a hora….É só olhar pra ele que se percebe a vida que ele gosta de levar, de forma consciente, que fique bem esclarecido. Aí ele vira pra mim e fala:

– Rapaz!!!!!!!!!!! O que houve com você? Tá doente? Você secou!!…

– Não, cara. Só voltei a correr. Aí, você sabe né, precisei cortar algumas coisas como bebida, frituras e aquele nosso velho churrasquinho do “rush”….

– Como é que é!? Parou de beber?

– É, pelo menos por enquanto…(falei isso pra não ficar parecendo que eu teria algo contra quem bebe….rs…)

Aí a figura se aproxima de mim e fala baixinho no meu ouvido: “…cuidado, hein!? …A vida é uma só!….”. A gente riu bastante e depois se despediu.

Quando eu voltava pra casa, parado num sinal (farol, pra paulista entender…), aquela frase dele ecoou mais uma vez na minha cabeça. Só que desta vez, não deu branco não, a resposta, em pensamento, saiu de imediato: “é…eu tenho certeza de que a vida é uma só! É por isso mesmo que eu mudei…“.

HSF