Malditas e amadas muletas

Tinha acabado de ser apresentado pelo mestre de cerimônia, como o palestrante da noite em um encontro profissional que ocorria em Macapá(AP). Antes de me dirigir ao palco e iniciar a exposição dei aquela conferida no bolso para ver se achava um crucifixo que sempre portava em momentos assim. Tomei um susto ao perceber que aquele meu “amuleto da segurança” não estava ali comigo. Apesar da inicial gaguejada, embaralhada nas idéias e um suor frio que me acometeu, precisei de alguns minutos para cair na real de que a palestra tinha de acontecer, com ou sem meu crucifixo. No final, deu tudo certo, mas não pude deixar de perceber como eu estava “dependente” daquele objeto.

Dia desses planejava um treino de corrida bem interessante para realizar no dia seguinte. Seria um trotinho leve e despretensioso, de uns 10 a 12 Km, com uma freqüência cardíaca confortável, ou seja, a uns 60% da máxima. Amanheceu um dia lindo! Peguei meus inseparáveis equipamentos de corrida, o monitor cardíaco e o ipod, e fui para a rua.

Alonguei e iniciei o treino. Mas, com menos de 10 minutos, percebi que o meu monitor (relógio) não marcava mais minha FC, nem velocidade. Parou! Frustrante! Continuei meio sem graça, mas continuei. E, antes mesmo de chegar aos 3 Km, fez-se um desolador silêncio nos meus ouvidos, bem no meio do “runnin’ with the devil”, do Van Halen (ouça a música no player abaixo do post). O ipod acusava a falta de bateria. Como pude ser tão negligente?!….rs

Pronto! Tal qual havia ocorrido naquela palestra em Macapá (AP), me vi desprovido de meus amuletos, com os quais havia me acostumado a curtir a corrida, durante muito tempo. Era o manco sem as suas muletas. O que fazer? Continuar a corrida como se nada tivesse ocorrido ou parar? Decidi continuar, mas com uma tremenda má vontade e com a certeza de que nem chegaria ao fim. Precisei de uns 5 Km para, enfim, voltar a ter prazer na corrida, ouvindo a minha respiração, os carros passando, as pessoas falando e o cachorro latindo. Voltei a me integrar ao ambiente e a corrida fluiu novamente.

Não vou negar que adoro correr ouvindo música e monitorando minha FC, minha velocidade e a distância já percorrida. É um vício, além de ser ótima esta sensação de controle. Mas, por outro lado, a experiência de se despir das “bengalas” e partir para uma corrida “limpo”, vale muito a pena. Agora, tenho procurado intercalar corridas em que pratico “equipado”, como antes, e outras em que corro “puro”, sem artificialismos tecnológicos que aumentam a minha sensação de poder. No fundo é tudo bobagem. Se você já se preparou adequadamente, não precisa de nada disso para sentir prazer em correr.

Tenho reforçado ainda mais a minha percepção de que os “minimalistas” tendem a ser mais felizes do que aqueles que complicam coisas que, em essência, deveriam ser muito simples, como correr, por exemplo. Mas, perceber isso já é uma grande vitória. É preciso vigilância permanente para conseguirmos desassociar a sensação de bem estar com a necessidade (falsa) de se ter. A mudança é simples, mas não é nada fácil.

Pode ser que demore, mas eu ainda chego lá. Eu quero! E, quando isso ocorrer, vou levantar da cama num belo dia, colocar uma sunga (somente uma sunga!) e correr pela areia da praia até cansar, feito o “Forrest Gump” daquela linda fábula contada no cinema. Para um observador externo pode ser até que pareça faltar algo. Mas eu terei a certeza de que estarei completo. Livre das muletas. Pleno e feliz!…

HSF

* Haroldo Santos Filho é advogado, contador, engenheiro, mestre em administração financeira (UnB) e sócio da Haroldo Santos Consultoria Empresarial.

Abrindo o baú…

No início do ano passado, depois de um joguinho de tênis, conversava com um amigo que se dizia envergonhado, toda vez que lembrava do trabalho que fez durante 10 anos em São Paulo. A empresa para a qual trabalhava atuava na área de “reengenharia”, “downsizing” e reestruturação empresarial. A função específica dele era a de demitir! Para isso, em alguns casos, dizia a verdade e em outros, nem tanto. Disse que até hoje ficava com rosto vermelho ao lembrar de quando demitia um colaborador que há 25 anos se dedicava à mesma empresa e que ainda tinha de incentivá-lo com algo que não acreditava ser provável: “…fique tranquilo que nossa empresa vai colocá-lo em um programa de reposição ao mercado trabalho. Breve o senhor estará novamente empregado…”.

Lá pelas tantas, ele me vem com a seguinte pergunta:

– E você? Também deve ficar envergonhado quando lembra daquele tempo em que acabou saindo candidato ao governo e participou daqueles debates, não é!?…

– Por que você acha isso? (perguntei para ganhar tempo…rs)

– Ora, porque quase não vejo você tocar neste assunto.

– De fato falo pouco neste assunto, mas isso não tem a ver com “vergonha”. Sou um técnico e hoje me dedico 100%  à minha profissão e a minha empresa de consultoria empresarial e acho que voltando ao tema político de 2002, eu acabaria provocando nas pessoas uma “confusão” desnecessária. Mas, diferente de me envergonhar, tenho é muito orgulho de ter passado por aquela experiência de vida.

– E você ainda tem as gravações daqueles debates, entrevistas e programas eleitorais?

– Boa parte eu ainda tenho sim. (Cocei a cabeça para ajudar a lembrar onde eu teria enfiado aquele monte de fita VHS…)

– Então por que você não coloca no ar, naquele seu blog? Isso sim, seria a prova de que se orgulha daquela sua “exposição”….kkkkk

(Silêncio…)

– Tá bom, combinado! Em 30 dias o material estará no “atirei o pau no gato”…

– Duvido! (disse ele, para me provocar).

– Vale um daqueles bons vinhos que você toma com a madame em dia de aniversário de casamento? (Minha vez de provocar…)

– Vale. Fechado!

Ouvir tão rapidamente aquele “fechado” foi um tiro de misericórdia na minha pretensão de “esquecer” aquele assunto, tão logo a gente fosse pra casa. Não por tornar público, novamente, momentos que foram veiculados pela TV, na época. Mas, principalmente, pelo baita trabalho que ia dar para encontrar as fitas, digitalizá-las e enviá-las ao “Youtube”.

Pois bem! O acordo acaba de ser cumprido! Não sei se valerá mais aquele desejado vinho, pois aqueles 30 dias foram, em muito, extrapolados. Mesmo sem vinho, fico feliz com o cumprimento do acordo…

De toda forma, nestas horas, entra em ação a veia política que enaltece o cumprimento de uma promessa e justifica o atraso na sua realização: “…antes tarde do que nunca!….

HSF

 

CAMPANHA

 

ENTREVISTAS

DEBATES

Noronha é outro planeta!

Acordei naquele dia meio triste, sem vontade de aproveitar a manhã que eu ainda tinha, antes de voar de volta à rotina. Um contrassenso para quem estava pela segunda vez num local tão paradisíaco e maravilhoso como a ilha de Fernando de Noronha (Distrito estadual de Pernambuco, ilha oceânica situada à 545 Km de Recife (PE), com superfície de aproximadamente 17 Km2). Tal qual ocorreu na primeira vez em Noronha, nesta segunda, não foi diferente: o sétimo e derradeiro dia de passeio é sempre vazio, tenso e melancólico…

Adoro viajar e embora já tenha tido a oportunidade de conhecer alguns pedaços de paraíso espalhados por aí, o mais bonito, mais aconchegante e misteriosamente adorável é Noronha. Se você gosta de praias belíssimas, boa comida, gente simples e hospitaleira, segurança (...é, eu disse segurança!...), liberdade, belezas naturais ímpares, fauna e flora riquíssimos e Sol quase todo o ano, sugiro que inclua Noronha em sua lista de “viagens dos sonhos”, mesmo antes de conhecer outros países. Aliás, se o motivo for Noronha, os “outros países” que esperem…e muito!

Se um dia estiver em Noronha, numa bela manhã de Sol e da areia caminhar, com os pés descalços, em direção ao mar da praia da Conceição, verá a esquerda o enorme e icônico “morro do pico” rompendo o azul do céu, logo à esquerda na paisagem de cartão postal. Nesta hora, você vai me entender quando digo que “Noronha é outro planeta“. Lá, você encontrará mais um bom tanto de cenas de “cair o queixo”, de parar a respiração de tão exuberantes. Vai constatar que uma semana apenas será um período bastante econômico para que se explore tudo que a ilha tem a oferecer.

 

Fiquei hospedado na Pousada do Vale e saí de lá com a impressão de que ainda que possam existir outras pousadas tão boas quanto esta, seria pouco provável que eu encontrasse uma com tanto calor humano e atenção de todos os seus colaboradores (Marcelo, Rafael, Danilo, Valen(Tina), Jéssica, “Dona Maria”, Solón e muitos outros). Pra começar, a pousada inova quando cria um momento de encontro de todos os seus hóspedes (em torno da cozinha, claro!), entre às 17 e 19:30 h, todos os dias, variando o delicioso cardápio do lanche da tarde (além de oferecer um ótimo café da manhã)! É o momento em que a grande maioria está chegando dos passeios e oportunidade rara de se conhecerem. Fizemos muitas amizades em função desta grande ideia. A propósito, toda quinta-feira, há mais de 20 anos, o Solón nos oferece o seu famoso peixe assado na folha de bananeira, que recebe, muito merecidamente, o nome de seu autor (Peixada do Solón). Um jantar realmente inesquecível!

Uma das mais importantes dicas que adotei, desde a primeira vez, foi alugar um “Buggy”. Noronha é uma ilha vulcânica extremamente acidentada e, por mais que você goste de andar, conhecê-la por completo, na filosofia de andarilho, talvez seja uma ideia mais desgastante e demorada do que saudável. Sem depender de taxi (pelas distâncias, as corridas variam de 10 a 30 reais), de carona (se pega e se da muita carona na ilha. É praxe!), de ônibus (passagem média a R$ 2,50) ou de outros favores, um Buggy no dia a dia de Noronha lhe trará a necessária liberdade para conhecer, quando e onde quiser, todas as inúmeras possibilidades de diversão e prazer proporcionadas naquele espetacular lugar (1 litro de gasolina custa aproximadamente 4 reais).

O aluguel de um Buggy costuma ter uma significativa variação de preço, oscilando entre 80 e 200 reais pela diária (depende da idade do veículo, de suas condições e da “ganância” de quem aluga, claro….hehehe!). É muito difícil você encontrar um Buggy em perfeitas condições em que TUDO funcione bem. Assim, ao alugar, o melhor seria desistir desta utopia urbana e tentar escolher o carro que tenha os “defeitos”  mais aceitáveis, afinal, melhor não funcionar um velocímetro do que um freio, não é verdade!? Portanto, teste bastante, pois lá é ladeira que não acaba mais.  Falando nisso, tive uma excelente experiência com o Buggy alugado na Valmir Locadora, a uma diária de 130 reais. Quem fez a entrega do veículo foi o próprio Valmir Barros (81 – 9708-2692) que, de sua simplicidade e simpatia, nos passou a certeza de que o “equipamento” era confiável, dizendo: “…pode castigar!…”. Confesso que castigamos com força aquele Buggy que, de sua vez, não nos decepcionou, tendo parado somente quando a gente queria.

Sem um Buggy seria quase impossível a visita a TODAS as praias. Todas são imperdíveis e merecem ser conhecidas, sem contar que além das inúmeras “vicinais” de barro e cascalho, andar pela MENOR rodovia do Brasil (BR-363), com vento no rosto e paisagem de cinema, não tem preço. As praias seguem a seguinte ordem:

–  lado voltado para o continente – praia do porto, praia da biboca, praia do cachorro, do meio, da Conceição, do Boldró, americano, bode, quixába, Cacimba do padre, baía dos porcos , do Sancho (pra mim, a melhor!), baía dos golfinhos.

– lado voltado para o oceano – praia de atalaia, praia de sueste, praia do leão

PROGRAMAÇÃO BÁSICA

A quantidade de atividades que se pode fazer em Noronha é infindável. Mas, se eu pudesse eleger algumas como “imperdíveis” seriam as seguintes:

1) Ver o por do Sol no Forte do Boldró

Trata-se de uma visão impactante pela beleza natural. Faz a gente pensar no que realmente importa na vida. Se você chegar à Noronha antes das 17 horas e se o céu estiver relativamente livre de nuvens, nem pense duas vezes: vá conferir este cenário inigualável para entrar logo no clima de festa local. Lá, você encontrará um bar bem equipado (Bar Fortinho do Boldró), para você poder aguardar a descida do Astro-rei, tomando uma Heineken long neck (estupidamente gelada e que custa uns 8 reais), acompanhado de alguns petiscos. Quando o Sol está quase sumindo, começa-se a ouvir o Bolero de Ravel (para ouvir, clique no player no rodapé deste post). É um momento cinematográfico, que se desfecha, ao fim do clássico, ao som de aplausos dos presentes, estarrecidos com o que acabaram de presenciar! Se você tiver ao lado da pessoa amada será ainda mais perfeito: beijo na boca e pura emoção. Viva a vida!

2) Mergulho

Se você é um mergulhador profissional ou amador, ou ainda, nem bem saiba nadar, fique sabendo que Noronha tem um mergulho especialmente escolhido para você. São inúmeros pontos ideais para mergulho espalhados ao longo da costa (mar de dentro e mar de fora), reservando um mundo submarino espetacular, seja para quem observa da superfície (com colete, para quem não flutua com segurança) ou próximo dela (Kit básico = máscara, snorkel e nadadeira) ou ainda em profundidades que chegam a 80 metros (tanque e equipamento de mergulho apropriado). Os mergulhos leves que fizemos e indicamos foram: Praia de Atalaia (coral de 70 cm de profundidade), praia do sancho, baía dos porcos, praia do cachorro, praia da conceição e praia do meio. Em todos estes mergulhos que citei, você só precisará do Kit básico de mergulho, que poderá ser alugado a uns R$ 15,00 por dia (Acho que vale mais a pena alugar lá, do que levar este trambolho na viagem…rs). O que a gente vê, fácil fácil nestes mergulhos: peixes diversos, tartarugas, polvos, tubarões (tigre, limão, lixa, etc…), xaréu, barracuda, parú e arraias além de uma fabulosa vegetação submarina e corais de várias espécies.

3) Trekking.

A ilha proporciona aos amantes do “trekking” diversas opções. Todas tem as suas dificuldades e peculiaridades específicas mas, para quem gosta de “ralar” todas valem muito a pena.

Trilha do Atalaia – Posso começar com a Trilha do Atalaia que é, digamos, uma das mais badaladas para o turista que vai para suar a camisa. Existem dois caminhos do Atalaia. Um é o mais curto, pode ser feito perfeitamente pela tarde e, considerado mais fácil (30 a 40 minutos). A outra trilha do “Atalaia” é a mais longa e muito mais difícil. Esta, pelas dificuldades, é desaconselhável que seja feita pela tarde. O ideal é começar o dia nela. Ambas as trilhas do Atalaia permitem agradáveis paradas para banho e mergulho. Aliás, O mergulho na “praia” do Atalaia é super interessante e, depende da sorte, você vai ver tubarões, peixes de todo o tipo, tartarugas, polvos, etc…(imperdível!).

Trilha do Capim-Açu – São 7 km de caminhada passando pelo Farol da Sapata, de onde se tem uma vista privilegiada do arquipélago. A caverna do Capim-Açú, com suas diversas lendas, merece ser visitada. O trekking termina na Praia do Leão, uma das praias mais bonitas e selvagens de Fernando de Noronha.

Trilha da Pontinha – É a travessia da Enseada de Caieira para a Praia de Atalaia. São quatro horas de caminhada passando por pequenas penínsulas de falésias como a Pontinha e a Ponta da Pedra Alta (mirante). A Praia de Atalaia, com suas piscinas naturais refrescantes é o local ideal para terminar esse passeio.

Trilha da Baía dos Golfinhos – Das trilhas, esta é a menor. Para os menos preguiçosos vale a pena acordar cedinho para ver o espetáculo que os golfinhos oferecem pela manhã.

Trilha Costa Esmeralda – Nessa trilha estão as praias mais visitadas da ilha. Ela começa na Baía do Sancho e vai até o Forte de São Pedro do Boldró. Este é um dos lugares prediletos dos turistas para ver o pôr-do-sol.

4) Bares e Restaurantes (os que eu já fui!)

Os bares e restaurantes da ilha fazem parte da atração turística, porque depois de se pegar uma praia paradisíaca ou participar de uma aventura típica de Noronha, nada mais natural que se render aos prazeres da carne, neste caso, saboreando um bom prato, petiscos, vinhos e drinks de toda a natureza. O custo da alimentação de bom nível na ilha se equivale ao de grandes centros. Comendo-se muito bem, regado a vinho, o casal vai pagar algo em torno de R$ 150 a R$ 200,00. Para escolhas mais espartanas mas quase tão boas quanto às primeiras, um prato bem servido para duas pessoas varia entre R$ 35 e R$ 40,00.

Restaurante Varandas – Excelente. Certeza de sucesso. Atendimento primoroso. O prato que eu indico é um gratinado de frutos do mar que serve bem a três pessoas (peça o número 29). Outro prato imperdível é o “frutos do mar do purê de abóbora (peça o número 18). Quando você chega lá e senta, o próprio garçom lhe diz, simpaticamente: “…a casa indica o número 29, sem menosprezar os demais pratos…”. Resultado, a gente volta lá outros dias e acaba pedindo outros pratos…rs.

Restaurante Xica da Silva – Bom gosto e qualidade – O lugar é super agradável e a varandinha do lado de fora te impede de querer ir embora. Pedimos um peixe grelahdo a “belle muniere” que, para quem pede uma entradinha, servirá duas pessoas tranquilamente.

Restaurante Ecologiku´s – Diz a lenda que foi o primeiro restaurante de Noronha. Local é simples mas, muito limpo e extremamente aconchegante. Lá você recebido pelos donos, Sr. Carlos e Srª Iraci (que é quem prepara as delícias…). A especialidade da casa é frutos do mar. Todos os pratos são bem servidos e bastante acessíveis no preço.

Restaurante Zé Maria – Nível excelente! O restaurante apresenta um ambiente muito aconchegante, com vista para a pedra principal da ilha. Tal qual é na pousada o bom gosto impera. Os pratos são sofisticados e extremamente bem feitos. O preço não é dos mais baixos mas, asseguro, vale a pena!

Restaurante Mergulhão – Com vista privilegiada para o porto, oferece um por do sol sensacional. Pratos elaborados, de características gourmet imperdíveis.

Bar e restaurante do Cachorro – Do alto, possuindo uma vista linda para a praia do cachorro, o bar oferece petiscos de frutos do mar extremamente bem feitos e uma cerveja estupidamente gelada. Para o final de tarde é o ideal. Por estas bandas (mas, no bar da praia do cachorro) costuma-se deparar com uma figura exótica e simpática, com cabelo moicano e coleira de cachorro. Trata-se do “Cachorrão” um dos pioneiros daquele canto.

Duda Rei Bar – Na praia da Conceição. Abastece com a maior qualidade (petiscos e drinks) aqueles que estão curtindo a praia da Conceição.

5) Peculiaridades, curiosidades e mazelas da ilha

Noronha é uma ilha composta por 4 mil habitantes. Existem cerca de 1.000 (mil) veículos motorizados circulando pelo local. Ano após ano, o número de veículos aumenta e não duvidarei se um dia alguém reclamar de engarrafamento naquele local. Parecem estranhos os critérios de liberação de veículo para entrada e uso em Noronha. Claro que deve mexer com muitos interesses e deve representar o enriquecimento de algumas pouquíssimas pessoas.

Uma atipicidade local é que a mulheres grávidas de 7 (sete) meses devem sair da ilha. Pode-se dizer que SÃO OBRIGADAS a se retirarem da ilha e se dirigem ao continente para terem seus filhos, evitando com isso o nascimento de “nativos”. Em breve, a continuar esta política esdrúxula de exclusão (sou capaz de dizer que é inconstitucional, inclusive)., não terão mais nativos naquele local. Parece óbvio que as motivações para que se dê esta segregação é de ordem econômica. Algum direito (a terras, principalmente) que os nativos têm e que o Governo de Pernambuco parece querer, a todo custo, impedir que se realize.

A ilha tem animais típicos e, ao que parece, endêmicos. Os mais comuns e que poderão ser vistos quase todo o tempo são a “MABÚIA” (lagartixa preta) e o “MOCÓ” (espécie de preá). Também podem ser vistos lagartos grandes, muito bonitos que são conhecidos como “TEJÚ”.

Sou um apaixonado por Fernando de Noronha. Exatamente por isso observo que se contrapõe às belezas naturais inigualáveis os aparentes descuidos e desmandos da administração local. A ilha parece, em alguns momentos, abandonada! O povo local não disfarça a insatisfação com o administrador que, para muitos, usa o cargo para fomentar “negócios” (para ele e para seus “amigos”) na ilha mas, não gerencia adequadamente as suas necessidades.

Quando você vai mais de uma vez à Noronha e fica algum tempo lá, acaba conversando com as pessoas que lá residem e consegue perceber um sentimento totalmente diferente daquele que o turista (brasileiro ou estrangeiro) consegue enxergar. Lá, tem pessoas passando por sérias dificuldades de sobrevivência, por incrível que possa parecer. Vale a pena dar uma olhada no post :  Noronha: o paraíso às avessas.

Cabe ao Governo Federal e ao Governo de Pernambuco escolher mais criteriosamente o administrador daquele local, reservando mais verbas para o desenvolvimento e conservação da região. É quase unânime a afirmativa das pessoas de lá, de que quando Noronha estava sob os auspícios do EXÉRCITO BRASILEIRO, os residentes eram mais felizes, mais bem atendidos e a ilha parecia realmente bem cuidada como é de se esperar um tratamento público reservado a um lugar como este, mundialmente conhecido e declarado patrimônio da humanidade.

As dúvidas do “até breve”

Quem gosta de Noronha como eu, não se despede, simplesmente, da ilha. Na verdade, pronuncia um “até breve”, de preferência com a viagem de volta agendada.

Mas, sempre fica uma dúvida e uma pergunta que parece não querer calar: até quando teremos “Fernando de Noronha”? Não é difícil perceber que a convivência HOMEM x NATUREZA, principalmente lá, torna-se a cada dia algo mais insustentável. São os carros em excesso, as pessoas, o lixo…..enfim, muitas variáveis que precisam ser controladas sob pena de destruirmos um belíssimo paraíso natural. As soluções para questões extremamente complexas como estas são muitas e, quase todas, bastante antipáticas ao turismo, tais como limitar consideravelmente a presença de não residentes, aumentar os preços de tudo, de forma a que tenhamos este cruel (mas, necessário) filtro de visitação, aumentar a fiscalização, etc, etc, etc…

Enquanto isso não acontece e do alto do mais puro e elevado espírito ecológico de conservação e manutenção, nos resta contar os dias para o retorno àquele paraíso.

Até breve!

HSF

 

Correndo pra vida!

Início de ano é sempre uma boa invenção e um bom pretexto para mudar. A gente, normalmente, torce o nariz por causa das mudanças mas, acredite, a maioria delas traz algo positivo em seu bojo.

Quando esta mudança se refere a adoção de novos hábitos, com foco em uma melhor qualidade de vida, mais saúde (o que é diferente de menos doença!) é ainda mais oportuno.

Então, que tal iniciar o ano acordando cedo, se exercitando diariamente, mantendo uma alimentação frugal (pelo menos entre segunda e quinta), lendo mais e vendo menos TV?? Muita coisa pra mudar, não é!? Então, esquece o “ver menos  TV”, vai….rs

E correr, então!? A corrida é uma das atividades que mais provoca mudanças benéficas em seu corpo. Só que para você correr, antes, seu corpo (sistema cardio-respiratório e esquelético-muscular) deve ter sido adequadamente preparado para isso. É nesta hora que eu costumo dizer que, correr não é para quem quer, mas para quem pode! E o bacana é que todo mundo pode, desde que se prepare para isso.

Quando alguém me diz que não gosta de correr, logo penso: não sabe correr! Quem corre menos de 20 minutos e para quase morrendo, colocando os “bofes pra fora”, não pode mesmo “gostar de correr”. Nem ao menos atingiu o tempo mínimo para que as endorfinas (ô diliça!!!…) sejam jorradas em sua corrente sanguínea proporcionando sensação de prazer e bem-estar. Mas, então se eu não sei, como é “saber correr”? Primeiro é ter o corpo preparado para a corrida, de tal forma que o movimento de corrida não venha a se tornar desconfortável ou sacrificante. Segundo, é saber trabalhar o esporte dentro de um ritmo cardíaco seguro, confortável e saudável. Isso tem a ver a com a sua idade (A definição de sua frequência cardíaca (FC) de trabalho é definida por fórmula que usa a idade), claro, mas principalmente com a sua capacidade física adquirida com a continuidade da prática do exercício.

E como começar a correr? Nesta hora NÃO fuja do lugar comum. 1º) Procure um cardiologista e um professor de educação física. 2º) Faça um check up geral, com os exames que estes profissionais, provavelmente lhe passarão. Isso vai demorar, no máximo, 10 dias. Pense grande! Para quem pretende correr pro resto da vida, o que são 10 dias?! Provavelmente, você precisará mudar hábitos alimentares. No mínimo comer e beber (se for bebida alcoólica) em menor quantidade. Comece as mudanças devagar, mas comece!

Passada esta etapa, inicie o seu treinamento com persistência, continuidade, paciência e sem nenhuma pressa. Se você se apressar, é muito provável que vá se lesionar (aí, vai precisar de tempo pra se curar e depois começar tudo de novo!). Se o seu intuito é começar a correr provas de rua, o que eu acho uma ótima ideia, coloque na cabeça que, antes dos 4 meses de treinamento, você deve ESQUECER A PRETENSÃO de participar de provas acima de 5 quilômetros (5K) (** claro que isso depende de cada pessoa, mas esta regrinha de segurança vale para a média das pessoas!…). Quer correr uma maratona!? Ótimo!! Treine sério (muito sério!) por pelo menos 1 ano. Mas, como disse, na corrida não se deve apressar resultados pois, quando fazemos isso, os resultados que costumamos apressar chamam-se contusões.

Um livro que me ajudou muito no início e que, infelizmente, não encontrei mais para comprar (para presentear os amigos) foi a excelente obra de Marcos Paulo Reis, Emerson Gomes e Fabio Rosa, chamada “Programa de caminhada e corrida“. Trata-se de um livro de fácil e agradável leitura e absolutamente fundamental para uma iniciação segura e feliz na corrida. Mandei até e-mail para os autores perguntando sobre novas edições (editora abril), mas ainda não obtive resposta. Enquanto isso, para quem se interessar, segue um link seguro, encontrado na internet, para baixar o livro em PDF. (para baixar livro escaneado clique aqui).

E para quem ainda tem alguma dúvida sobre se correr é esta maravilha que pintam, vale ouvir a opinião da personal trainer e especialista em fitness, Valéria Alvim (matéria), sobre os benefícios da corrida:

“1. Coração: a corrida exige que o coração aumente o fluxo de sangue para todo o corpo. As fibras do músculo se fortalecem e a cavidade aumenta. Há uma hipertrofia excêntrica do miocárdio (alteração na parede e na cavidade do ventrículo esquerdo) melhorando a ejeção sanguínea. Desta forma o coração bombeia mais sangue com menos batidas, se tornando mais eficiente. Com o aumento da circulação sangüínea pelo corpo, cresce a entrada de oxigênio nos tecidos.

2. Pulmões: correr faz com que o volume de ar inspirado seja maior, aumentando a sua capacidade de respiração. Há também um aumento da quantidade de oxigênio absorvido do ar atmosférico.

3. Ossos: estimula a formação de massa óssea, aumentando a densidade óssea evitando problemas como a osteoporose.

4. Pressão arterial: correr estimula a vasodilatação, o que reduz a resistência para a circulação de sangue. Há trabalhos específicos para alunos hipertensos, como trabalhar a velocidade em terrenos planos. Uma maneira de diminuir a sua pressão é trabalhando a velocidade em terrenos plano.

5. Cérebro: aumenta os níveis de serotonina, neurotransmissor que regula o sono e o apetite. Em baixas quantidades, essa substância está associada ao surgimento de problemas como a depressão.

6. Peso: quanto maior a intensidade do exercício maior a queima calórica e de gordura. A corrida ajuda a gastar muitas calorias, favorecendo a perda ou manutenção do seu peso. Em uma hora de treino, um atleta chega a queimar até 950 calorias.

7. Colesterol: diminui os níveis de LDL (colesterol “ruim”). Corredores de longas distâncias têm o nível mais alto de HDL (colesterol bom ), encarregado de transportar os ácidos graxos no sangue e de evitar o seu depósito nas artérias.

8. Estresse: com a corrida, há liberação do hormônio cortisol, aliviando o estresse e a ansiedade.

9. Sono: fazer atividade física, melhora a qualidade de sono. Correr faz a pessoa dormir melhor. Após o exercício, o corpo libera endorfina, substância que provoca a sensação de bem-estar e ajuda a relaxar.

10. Músculos: a corrida ajuda a melhorar a resistência muscular e também queima a gordura dos tecidos musculares, deixando-os mais fortes e definidos.

11. Rins: com o aumento da circulação, há também uma melhora da função dos rins, que filtram o sangue e reduzem o número de substâncias tóxicas que circulam pelo corpo.

12. Articulações: correr torna a cartilagem das articulações mais espessa, o que protege melhor essas regiões tão frágeis do nosso corpo.

13. Aumenta a libido: após 30 minutos de corrida, há um aumento da testosterona que permanece assim, por mais uma hora aproximadamente. No caso das mulheres, também há um aumento dos hormônios relacionados ao desejo, além de aumentar a auto-confiança.”

Ahh…sem contar que, neste mesmo espaço, eu já comentei que a corrida melhora a ereção e evita câncer (post aqui).

E, então!? Tá esperando o que para começar 2012 com o pé direito? (…e, de preferência, com um tênis de corrida de boa qualidade…)

HSF