Rotina de uma corredora

Procurando casos particulares de quem mudou a sua vida ao começar a praticar corrida, achei super interessante o “case” da Ana Maria Coltro, que tem 49 anos (…claro que parece ter muuuito menos…) e pratica corrida há 18 anos.

Ao que tudo indica ela passou a gostar tanto de corrida que adaptou sua vida a este esporte. Acorda cedo (05:30 h…..uhh…isso ninguém merece!…rs…) faz suas corridas e depois assume a sua empresa, por volta das 08:30 h, segundo sua própria narrativa. Ela tem uma empresa de turismo (Xtravel) que, inclusive, possui uma linha de produtos específicos para levar corredores à provas internacionais de corrida, com um forte diferencial competitivo: a dona da empresa também vai junto para correr … rsrsrs.

E o mais curioso é quando ela conta o que a fez se interessar pela corrida: “o semblante de alegria de quem ela via correndo“. É mesmo impressionante como isso contagia as pessoas….

O “garimpo” na política

Como já tive a oportunidade de dizer em outro post (“política para quem precisa de política“), a política passou pela minha vida deixando muitas marcas, algumas delas, de necessário esquecimento, outras, todavia, de prazerosa lembrança, principalmente, aquelas relacionadas a pessoas especiais que tive a oportunidade de conhecer.

É como costumo dizer: na política, a gente encontra 1 milhão de motivos para se aborrecer, se decepcionar, conhecer o lado perverso das pessoas, tomar conhecimento de “esquemas” que, em geral, aquele cidadão “mortal” nunca chegará perto de conhecer.

Mas, como tudo, tem o lado bom. É o de conhecer gente de características singulares, de poder ajudar um desconhecido ou necessitado, fiscalizar o uso do erário, deixar sua marca em alguma lei, que de fato, mude para melhor a vida das pessoas ou mesmo, na realização de alguma conquista, junto a uma comunidade carente. Por tudo isso, para quem tem no sangue o gosto pela função pública, aquele milhão de motivos vira pó. É o permanente garimpo que deve ser feito no dia a dia de quem lida com a política. O ouro, embora bem escondido, está lá o tempo todo. Basta a gente localizar…

Pois um sujeito que pude ter a honra e a satisfação de conhecer e conviver, durante aquela famigerada campanha de 2002, foi o jornalista Joaquim Nery. Figura ímpar, de temperamento explosivo, leal, de senso de humor refinado e, muitas vezes, até ácido. De uma competência profissional inquestionável, com um texto envolvente e, em se tratando de política, normalmente, impiedoso com seus adversários.

Eu e Nery, tivemos momentos, realmente, riquíssimos durante o tempo em que criamos e gravamos nossos programas políticos. Dos recursos “espartanos” que tínhamos, posso dizer que fizemos milagres para que fossemos ao ar com conteúdos até muito elogiados, para a expectativa que muitos tinham. Tomamos bons vinhos e demos muitas gargalhadas juntos, rindo daquilo que, talvez, faria qualquer outro candidato ao governo do estado perder o sono. Mas, nós não! Sermos os “azarões” tinha as suas vantagens…

A empatia com o Nery foi imediata. O que mais me admirava nele é que, pagasse o preço que fosse, não mudava de lado, só porque a imprensa ou algum grupo estava “pichando” seus “amigos”. E que altos preços ele costumava pagar, em nome desta fidelidade.

Pouco tempo depois de finalizada a campanha, nunca mais ouvi falar do “famoso” Nery, ainda que eu sempre perguntasse por ele. Raramente, ouvia falar de seus “rastros”, através de amigos comuns, mas me comunicar como, se não sabia seus telefones, e-mails, etc…

Um belo dia, passando pela salinha VIP (…de ótimos vinhos, é claro!…) do Supermercado Carone, da Avenida Rio Branco, avisto uma figura que não poderia ser outra, senão o próprio Nery. Na mesma sala, em outra mesinha, estavam também meus conhecidos, o Secretário Estadual de Saúde, Dr. Anselmo Tose e o Deputado Federal Dr. Lelo Coimbra (PMDB). Não perdi tempo: adentrei a sala e falei em voz alta: “…vou pedir licença para falar com a maior autoridade deste recinto!..”. Anselmo e Lelo, como era de se esperar, chegaram a abrir um sorriso e estender a mão para o esperado cumprimento, mas eu me dirigi mesmo foi ao amigo Nery, que há 8 anos me devia a satisfação de boas estórias e inesquecíveis risadas. Depois, pedi desculpas aos outros dois pela “gozação” e fui até eles para cumprir o natural ritual de respeito à liturgia dos cargos que ocupam, além de serem pessoas das quais nutro uma especial admiração.

Lá, já sentado na mesa, conversamos bastante mas, nem de longe, tudo aquilo que ainda precisávamos colocar em dia. E se não fosse o Nery que conheci e aprendi a admirar, eu não teria, logo de cara, tomado um puxão de orelha: “….você é mesmo um cagão! Tinha talento e tudo para arrebentar na política, mas amarelou!…“. É….talvez ele até tenha razão, não tanto pelo “talento”, mas por eu ter “amarelado”. Não deixa de ser uma tese válida, não é mesmo!? rsrs….

Depois de muito tempo, nos prometemos novo encontro, regado a vinho, naturalmente. Ainda não aconteceu, mas pelos e-mails que já trocamos, posso considerar que “recuperei” o contato com esta pessoa que tanto considero.

Neste final de semana, revirando meus alfarrapos, encontro uma foto histórica que tirei com o Nery, em 2002, logo após uma gravação de programa eleitoral, em frente ao estúdio. Foi o suficiente para relembrar das inúmeras passagens antológicas daquela “aventura eleitoral”, quase dantesca. Foi o bastante para eu querer prestar uma singela homenagem a quem merece muito mais. Àquele que, pela simplicidade e retidão, para mim, de fato, se tornou uma autoridade.

Um abraço, Nery! Não se esqueça de nosso vinho…

HSF

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Joaquim Nery e Haroldo Santos Filho

Campanha Ford Fusion – motorista – erro 2

Para finalizar a análise da campanha publicitária do Ford Fusion, não poderia deixar de comentar a última peça, alusiva ao lançamento do “Novo Fusion 2010”, realmente, um “senhor” carro.

Como as demais produções, já citadas, esta não fica pra trás em nada. Uma fotografia muito bem feita, cortes oportunos e uma linha de raciocício perfeita. Isso sem falar no inesquecível fundo musical entoado pelo “hino” “Back in Black”, do AC/DC. Mas, aí vem aquela velha história das incongruências surgidas a partir do conhecido slogan “…quem dirige, fez por merecer…”.

A tônica desta vez foi a seguinte: um almoço de negócios e executivos se imaginando onde e como gostariam de estar daqui a 5 anos. É claro que, de forma até meio pobre, quando se trata de metas e sonhos, os desejos dos personagens, naquele futuro não tão distante, envolvia sempre um Ford Fusion, como símbolo de status e sucesso…

Mas, teve gente que chegou a comentar comigo que a propaganda era altamente feminista, porque enquanto o cara se imaginou ao lado da linda “colega de trabalho” (…”faturando” ela, né, é claro!!…rsrsrs….), dirigindo um Ford Fusion, naquele futuro imaginário, a mesma colega, havia construído um futuro um “pouquinho” diferente para ela, nos próximos cinco anos. O futuro dela continha os mesmos elementos imaginados pela rapaz, ou seja, um carrão, um cara e ela, só que com uma sutil mudança: o cara que era o seu colega de trabalho, estava “vestido” como seu motorista de luxo, enquanto ela lia o seu jornal, imponente e poderosa, no banco de trás do Fusion……Hahahaha…sacanagem, não!? Isso até me faz lembrar de uma frase infame e machista que diz que quem gosta de homem é o “bicho-bambi”, porque mulher gosta mesmo é de dinheiro. Absurdo isso!!! Só repeti aqui para ilustrar, por favor, hein, feministas de plantão!….rs…

Assim, mais uma vez a cena surpreende pela ousadia e pelo inusitado, chegando a ser engraçada. Só que, infelizmente, de novo, o conteúdo da peça vem por contradizer o velho e bom slogan :”…quem dirige, fez por merecer…”.

Afinal, o cara era um alto executivo, foi dirigir um Ford Fusion, 5 anos depois e acabou como um motorista de uma alta executiva. Nada contra ser motorista, mas não resta dúvida de que o cara (que estava dirigindo o Ford Fusion como motorista) fez um péssimo negócio em seus planejamentos profissionais futuros. Concorda!?

Tem jeito não! A minha humilde sugestão à Ford é que não mude a equipe de produção nem a empresa de publicidade, pois têm demonstrado elaborar um ótimo conjunto visual e publicitário. Mas, por favor, mude o slogan e passe a divulga-lo como: “…quem tem um Ford Fusion, fez por merecer…”! Acho que assim, as incongruências desaparecerão e a campanha, a meu ver, terá a nota máxima.

HSF

Campanha Ford Fusion – chefe viajou – erro 1

Apesar da ousadia e da ótima qualidade das peças publicitárias da Ford, na divulgação de seu veículo Fusion, como já tive a oportunidade de mencionar, aquele slogan “…quem dirige, fez por merecer…“, tem causado algumas incoerências na sua interpretação, ao menos para mim.

Um exemplo é a peça em que o dono de uma empresa ao comprar um Ford Fusion, acaba se beneficiando de uma promoção e ganhando uma viagem internacional.

No dia seguinte, de manhã, chega na empresa um empregado “padrão” (“figuraça”) e estranha o aparente marasmo que vê. Gente pendurada no telefone, resolvendo questões pessoais, gente com os pés sobre a mesa pintando as unhas, um verdadeiro “banzé” do mais baixo nível! Quando pergunta o que estava acontecendo, o desavisado empregado se indigna por ter sido o último a saber que tudo aquilo se devia em função de o chefe ter saído em viagem. Na mesma hora, o cara joga toda a “papelada” que estava em suas mãos no chão e exclama “...brincadeira, hein!?….vou dormir!!...”. E sai…

Enquanto o texto em “off” reitera a frase de que quem dirige um Ford Fusion fez por merecer, fico aqui pensando o que será que este empresário, coitado, fez para merecer colaboradores tão covardes (porque fazem pelas costas), pouco ambiciosos, incompetentes, desleais e medíocres? A imagem que a propaganda passa daquela empresa e daqueles empregados é a pior possível. Concluo, quase que imediatamente: se o preço para ter um Ford Fusion é ter uma empresa com este padrão de qualidade e contando com essa gente descompromissada, prefiro não ter. Afinal, que tipo de sucesso seria esse, não é verdade!?

A gente conhece aquele ditado que diz: “...quando o gato sai, os ratos fazem a festa…“. Com base nisso, a peça até que tem o seu lado engraçado, até porque, “humor” nada mais é do que aquilo que tem graça só porque aconteceu com o outro…rsrs….mas, se fosse você o dono desta empresa (espelunca…..rsrs….), tenho certeza de que não acharia graça em nada.

Na minha empresa, talvez, não seja tão diferente assim, quando viajo, mas o que se espera da turma é bom senso e o mínimo de responsabilidade, ainda que eles possam se sentir um pouco mais soltos, sem o “incômodo” permanente dos olhos do “patrão” sobre cada atividade.

Como também já fui empregado, de fato admito que a gente até acabe trabalhando com um pouco mais de tranquilidade ou menor pressão, ao saber que o “chefe” estaria a alguns quilômetros de distância…rsrs…. Mas, daí a chegar mais tarde ou sair mais cedo, inventar “H” (doença em papagaio, sogro, avô, avó, cunhado, sogra, filho, filha, pai, mãe,  marido, vizinho, etc…) para faltar ao serviço ou, simplesmente, embromar em suas obrigações contratuais, trata-se de uma prática repugnante e que, se devidamente comprovada, deveria ser punida com a mais absoluta e sumária demissão. Gente assim, não agrega em nada em empresa alguma. São dispensáveis!

Por tudo isso é que tenho um sentimento muito negativo quando vejo esta peça que, apesar de bem feita, a meu ver, ao contrário do que provavelmente intencionava o marketing da empresa, não nos passa a idéia de que aquele que dirige um Ford Fusion foi, realmente, premiado.

Para mim, este empresário deveria voltar logo de viagem, vender o Ford Fusion e, com a grana, reestruturar a sua empresa, mandando embora toda aquela “putada” que não gosta de trabalhar e contratar gente de valor. Posso garantir que, levadas a sério, estas radicais e necessárias mudanças, muito em breve, a frase adequada à nova situação poderia passar a ser: “.…quem dirige uma Mercedes, fez por merecer…“.

HSF