Eu corro, e você?

O Portal UOL possui uma seção chamada OxigênioTV muito interessante para aqueles que gostam de praticar atividades aeróbicas e melhor ainda para aqueles que ainda possuem vida sedentária. Para os primeiros, os clipes (pequenos videos) trazem informações úteis para o dia-a-dia de quem sua a camisa. Já para o segundo grupo, as matérias costumam dar um incentivo a mais para se largar o controle remoto, tirar os fartos glúteos da poltrona e “emburacar”, como diz um amigo meu, quando quer se referir à “enfrentar a vida” ou “encarar desafios”. Vale a pena uma visita!

HSF

“Contradição” é da vida

Gato_e_rato_Amigos_AtireiopaunogatoFalar de princípios e valores é mexer em vespeiro. Mas, para começar o ano sem fugir à regra de escrever sem amarras, vale a pena correr mais este risco.

É muito comum, quando conveniente, alguém sacar da manga a questão da coerência. Não raro, você acaba ouvindo: “…mas, você não está sendo coerente?!…”. E a pessoa, normalmente, tem razão mesmo! Provavelmente você não esteja mesmo sendo coerente. Mas, e daí!? Qual o problema? Quem disse que as pessoas precisam ser coerentes? Sou até capaz de afirmar que a coerência plena e absoluta não existe, pois não passa de utopia criada na cabeça daqueles que fingem (…uns fingem até muito bem…rs…) que isso é possível.

O exemplo dos políticos é emblemático! Todo mundo cobra coerência dos políticos, mas muitas vezes, ser coerente é simplesmente impossível. IMPOSSÍVEL! Se o cara tentar ser coerente, em algumas situações, estaria sepultando todos os seus projetos políticos futuros. Exemplo: faz-se um acordo de apoio político a uma determinada pessoa e contra um determinado grupo político. Só que 1 ano após o acordo feito, o tal “apoiado” começa a fazer uma merda atrás da outra. Além disso, aquele grupo que se apresentava como hostil, no passado próximo, hoje, começa a mudar a tônica da relação, estendendo a mão para o estreitamento de projetos comuns, etc…. Eu não tenho a menor dúvida de que o acordo outrora firmado foi para o vinagre. Alguém teria alguma dúvida disso!? Aí, mesmo assim, um oportunista qualquer vem cobrar coerência!? Chega a ser engraçado. É de se perguntar: será que quem critica, no lugar do político ou da pessoa em questão, manteria o acordo feito no passado e apoiaria um boçal que só fez queimar o filme em suas últimas aparições públicas?? Claro que não…..

O Poeta dizia: “….prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...”. A frase, para meu perfil, soa como exagerada. Mas tem sentido, não posso negar. Não há como ser coerente, quando as circunstâncias mudam. Não há! E as circunstâncias só fazem é mudar o tempo todo.

Outra prática comum é o uso de rótulos. “Fulano é honesto! Beltrano é competente”. Não cola. Isso porque as pessoas se apresentam sob várias nuances. O perfil de cada um não é preto ou branco e, sim, “multitonal” entre o branco e o preto. Isso mutila a famigerada coerência, não é mesmo!?

Uma vez um cliente falou pra mim: “...fique tranqüilo, pois eu sou honesto...”. Fui até mal interpretado quando perguntei a ele: “…como a assim honesto?...”. Ora, perguntei aquilo sem nenhuma ironia, por incrível que pareça. Por quê? Por que o sujeito é humano como todos nós e, por conseguinte, tem falhas que podem fragilizar aquela afirmação. Senão eu pergunto: seria possível acreditar que alguém que trai a esposa com uma amante, mas paga todos os seus impostos em dia seria uma pessoa honesta? Seria possível levar a sério um eleitor que chama político de corrupto, mas quando vai votar quer antes saber se o emprego do parente já está garantido? E quanto ao empresário que sonega, seria ele menos criminoso do que aquele político safado que desviou verba da merenda das crianças? O fato é que se não houver uma enfática delimitação do tema, a coerência não pode ser aplicada ou cobrada.

Por estas convicções que tenho, às vezes, sou flagrado rindo sozinho, ao ouvir a declaração de alguém que se diga “baluarte da honestidade” ou “baluarte” de qualquer outra virtude, por exemplo….Um cara desse deve ser tratado com o mesmo cuidado que se deve ter quanto as reais condições de fabricação da lingüiça, ou seja, é melhor você nem conhecer a fundo, pois vai se decepcionar….rs….

Não pretendo manter coerência absoluta quanto às minhas impressões sobre este polêmico tema, pois posso ser convencido do contrário, é claro. Mas, por enquanto, só um idiota conseguiria manter a coerência durante todo o tempo, ainda que as circusntâncias originais tenham se modificado. Mas, isso facilita muito as coisas. Porque se um dia alguém me falar: “...mas, agora, você não está sendo coerente!...”. Eu só devo me limitar  a responder: “Você tá me chamando de idiota?!”.

HSF

Carrinho valente

Neste final de ano, aluguei um carro para passear com a família em uma conhecida zona turística rural do Brasil.

Diante de tanto veículo 1.0, daqueles que faz a gente passar raiva de 10 em 10 minutos, sabe-se lá porque, o escolhido foi o Chevrolet Prisma 1.4 Joy, já com 60.000 Km rodados.

Tirando a barulheira do painel (coisa solta), tive uma grata surpresa! O “carrinho” desenvolveu muito bem no asfalto e na estrada de terra (muito buraco, lama e cascalho) mostrou-se valente e resistente. Nem precisava, mas ele ainda foi bastante econômico, com uso predominante das marchas 3 e 4, no fora de estrada, fazendo até 11 Km por litro de álcool.

Aprovei!

HSF

Nossa vida, nosso aquário (Feliz 2010!)

Bonito_a 007 [Resolução do desktop]Meu réveillon foi muito bom. Uma festa completa. Muitos planos para 2010 repassados na companhia de toda família. O que alguém poderia querer mais?!…

Mas, de tudo, algo me chamou a atenção. No centro da mesa havia um arranjo diferente. Era uma espécie de aquário (com três peixinhos), rodeado por uma folhagem bem verde e com duas velas flutuantes. Achei uma sacanagem de quem teve aquela idéia de usar peixes vivos para ornamentar a mesa. Mas, tudo bem. Era Réveillon.

 Comecei a imaginar o futuro daquelas três criaturas transformadas , à revelia, em enfeite de festa. O que fariam deles pela manhã? Quanto tempo ainda teriam de vida? Qual a idade deles? Onde eles viviam antes da fatídica escolha para que participassem daquela festa de Ano Novo?

 E o mais curioso era observar a interação que algumas pessoas faziam com aquele “enfeite”.

 Teve gente que entrou 2010 sem perceber que haviam três vidas naquela caixa de vidro com água. Teve gente que percebeu e ficou brincando (brincando…?) com eles com um garfo. Teve gente que, antes de completar duas da manhã, se livrou da folhagem e levou o aquário com três peixinhos para a casa. Teve gente que apagou o cigarro na água daquele “aquário”. Teve gente que pediu ao garçom que levasse aquilo da mesa para não ter de ficar olhando. Teve gente que tirava os peixinhos da água e ficava observando, friamente, a agonia de quem estava sem ar. Teve gente que deu pedacinhos de pão para os peixinhos. Muito estranho como cada um reagiu de forma diferente àquele mesmo enfeite de réveillon….

 Eu mesmo, nada fiz. Limitei-me a ficar pensando sobre o futuro daqueles peixinhos. Afinal, “pensar no futuro” não é característica de passagem de ano? Momento propício para as promessas mirabolantes. Como mágica, o beberrão se vê sem beber, o glutão fica frugal, o obeso emagrece, o sedentário vira malhador e o desumano se vê envolvido em um sem número de projetos filantrópicos. É o encanto da virada do ano. Depois tudo (ou quase tudo) volta ao normal….

 Aí começa a contagem regressiva…..5, 4, 3, 2, 1……Feliz 2010! Música alta, gritaria, e gente se cumprimentando e desejando ao próximo, ainda que estranho, votos de paz, saúde e felicidade. Ficou difícil manter minha concentração nas elucubrações relacionadas à vida daqueles peixinhos. Mas como sou racional, cartesiano, não podia largar pela metade aquele pensamento. Foi quando racionalizei (…impressionante como tudo fica mais fácil quando fazemos isso…). Pensei: ora, não sabemos nada sobre o futuro de nossas próprias vidas, imagina se poderíamos prever algo sobre a vida daqueles pobres peixinhos…..

 Quer saber? Parei de olhar para aquele centro de mesa travestido de aquário, abri a champagne e comemorei o nascimento do novo ano. Desejei a todos, inclusive aos peixinhos, um Feliz Ano Novo!

 Inusitado mesmo foi meu último desejo. Por mero desencargo de consciência pedi Àquele que pudesse estar nos observando, que não ignorasse a minha existência e que, se possível, resistisse à tentação de brincar comigo, de DEUS, tirando-me o ar ou fincando um garfo nas minhas costas, só para mostrar quem tem poder. E tudo isso só por causa daqueles peixinhos. Tomara que eu seja atendido….

 Feliz 2010! (Glup, glup…)

HSF