Gripe “A”, na Argentina. Um exagero?

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Temporão e o tamanho do "pepino"

Acabo de retornar da Argentina! (Em um post específico, gostaria de poder detalhar algo sobre esta inesquecível experiência). Mas, agora, quero chamar a atenção para uma questão, no mínimo, curiosa: a gripe influenza “A”, mais conhecida como “cabeça de bacalhau”: a gente sabe que existe, mas não vê.

Tendo ficado pouco mais de uma semana naquele país, não vi sequer uma única pessoa de máscara “hospitalar” circulando por aquelas ruas. A referida cena só foi vista, em momentos raros, nos aeroportos, mas não nas cidades.

Em conversa com uma de nossas guias, a Natália, pude perceber uma certa indignação, nela personalizada, de todo o povo argentino com o nosso Ministro da Saúde Dr. José Gomes Temporão que, em pronunciamento em cadeia nacional, dia 06 de julho de 2009, abordou as medidas públicas nacionais contra a gripe “A” e, de quebra, sugeriu que se adiassem as viagens de julho, para países que tivessem o vírus “H1N1” “circulando livremente”. Antes, porém, ele já havia definido que países eram estes, tendo a Argentina como topo da lista, dos mais próximos…

Cheguei a ouvir que o nosso Ministro passara a ser “persona non grata” em terras argentinas, por conta de suas declarações, cujos efeitos danosos, logo se refletiram em quedas nos índices do turismo argentino, relativo a brasileiros, da ordem de 60%. Esta queda impactaria até a mais sólida indústria de turismo, por isso, disseram: “…seu ministro não pisa mais aqui…”.

Não quero pagar com a língua e, logo após escrever este texto, começar a sentir dores pelo corpo e febre alta (rs…), mas fico me perguntando até que ponto o alarme oficial do Governo brasileiro não teria outras intenções, além da preocupação com a segurança nacional? Porque a consequencia imediata do “terrorismo” anunciado, foi a destruição temporária do turismo local argentino e, natural aumento do turismo interno, aqui no Brasil.

Não tenho condições de avaliar, com a devida e necessária cientificidade, se o tratamento dado ao caso, pelo Brasil, foi de fato exagerado. Mas, posso assegurar que se o foi, teríamos aí configurado um típico caso de descuido diplomático, beirando à irresponsabilidade governamental que, em termos mais “técnicos”, poderíamos classificar como uma “puta sacanagem” com aquele povo. Para outros, esta teria sido só mais uma atitude “imperialista” e inconsequente do Brasil, tendo trazido enormes prejuízos aos nossos vizinhos.

lomoalapimienta_atireiopaunogatoTeorias da conspiração à parte, o fato é que, infelizmente, o nosso querido Ministro Temporão, pelo visto, também deverá precisar adiar as suas merecidas férias, caso tenham sido marcadas para Argentina, especialmente a Patagônia. Isso porque lá, um dos pratos mais tradicionais sempre foi a carne de caça (Viado), o “Ciervo a Cazadora“, por exemplo. Mas agora, tal opção vem sendo ameaçada por outro prato de “caça”, que se tornou um dos mais apreciados pelos “hermanos”, o “Temporão, a la pimienta“. Pelo visto, eles passaram a adorar este prato que, ao que parece, deve ser bastante indigesto. Mas, também, vai entender argentino….

Publicado por

Haroldo Santos Filho

Advogado, contador, consultor de empresas, especialista em processo civil e direito tributário, mestre em administração, gosta de viagens, fotografia, cinema, corrida e tênis

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