Para finalizar a análise da campanha publicitária do Ford Fusion, não poderia deixar de comentar a última peça, alusiva ao lançamento do “Novo Fusion 2010”, realmente, um “senhor” carro.
Como as demais produções, já citadas, esta não fica pra trás em nada. Uma fotografia muito bem feita, cortes oportunos e uma linha de raciocício perfeita. Isso sem falar no inesquecível fundo musical entoado pelo “hino” “Back in Black”, do AC/DC. Mas, aí vem aquela velha história das incongruências surgidas a partir do conhecido slogan “…quem dirige, fez por merecer…”.
A tônica desta vez foi a seguinte: um almoço de negócios e executivos se imaginando onde e como gostariam de estar daqui a 5 anos. É claro que, de forma até meio pobre, quando se trata de metas e sonhos, os desejos dos personagens, naquele futuro não tão distante, envolvia sempre um Ford Fusion, como símbolo de status e sucesso…
Mas, teve gente que chegou a comentar comigo que a propaganda era altamente feminista, porque enquanto o cara se imaginou ao lado da linda “colega de trabalho” (…”faturando” ela, né, é claro!!…rsrsrs….), dirigindo um Ford Fusion, naquele futuro imaginário, a mesma colega, havia construído um futuro um “pouquinho” diferente para ela, nos próximos cinco anos. O futuro dela continha os mesmos elementos imaginados pela rapaz, ou seja, um carrão, um cara e ela, só que com uma sutil mudança: o cara que era o seu colega de trabalho, estava “vestido” como seu motorista de luxo, enquanto ela lia o seu jornal, imponente e poderosa, no banco de trás do Fusion……Hahahaha…sacanagem, não!? Isso até me faz lembrar de uma frase infame e machista que diz que quem gosta de homem é o “bicho-bambi”, porque mulher gosta mesmo é de dinheiro. Absurdo isso!!! Só repeti aqui para ilustrar, por favor, hein, feministas de plantão!….rs…
Assim, mais uma vez a cena surpreende pela ousadia e pelo inusitado, chegando a ser engraçada. Só que, infelizmente, de novo, o conteúdo da peça vem por contradizer o velho e bom slogan :”…quem dirige, fez por merecer…”.
Afinal, o cara era um alto executivo, foi dirigir um Ford Fusion, 5 anos depois e acabou como um motorista de uma alta executiva. Nada contra ser motorista, mas não resta dúvida de que o cara (que estava dirigindo o Ford Fusion como motorista) fez um péssimo negócio em seus planejamentos profissionais futuros. Concorda!?
Tem jeito não! A minha humilde sugestão à Ford é que não mude a equipe de produção nem a empresa de publicidade, pois têm demonstrado elaborar um ótimo conjunto visual e publicitário. Mas, por favor, mude o slogan e passe a divulga-lo como: “…quem tem um Ford Fusion, fez por merecer…”! Acho que assim, as incongruências desaparecerão e a campanha, a meu ver, terá a nota máxima.
HSF
Apesar da ousadia e da ótima qualidade das peças publicitárias da Ford, na divulgação de seu veículo Fusion, como já tive a oportunidade de mencionar, aquele slogan “…quem dirige, fez por merecer…“, tem causado algumas incoerências na sua interpretação, ao menos para mim.
Um exemplo é a peça em que o dono de uma empresa ao comprar um Ford Fusion, acaba se beneficiando de uma promoção e ganhando uma viagem internacional.
No dia seguinte, de manhã, chega na empresa um empregado “padrão” (“figuraça”) e estranha o aparente marasmo que vê. Gente pendurada no telefone, resolvendo questões pessoais, gente com os pés sobre a mesa pintando as unhas, um verdadeiro “banzé” do mais baixo nível! Quando pergunta o que estava acontecendo, o desavisado empregado se indigna por ter sido o último a saber que tudo aquilo se devia em função de o chefe ter saído em viagem. Na mesma hora, o cara joga toda a “papelada” que estava em suas mãos no chão e exclama “...brincadeira, hein!?….vou dormir!!...”. E sai…
Enquanto o texto em “off” reitera a frase de que quem dirige um Ford Fusion fez por merecer, fico aqui pensando o que será que este empresário, coitado, fez para merecer colaboradores tão covardes (porque fazem pelas costas), pouco ambiciosos, incompetentes, desleais e medíocres? A imagem que a propaganda passa daquela empresa e daqueles empregados é a pior possível. Concluo, quase que imediatamente: se o preço para ter um Ford Fusion é ter uma empresa com este padrão de qualidade e contando com essa gente descompromissada, prefiro não ter. Afinal, que tipo de sucesso seria esse, não é verdade!?
A gente conhece aquele ditado que diz: “...quando o gato sai, os ratos fazem a festa…“. Com base nisso, a peça até que tem o seu lado engraçado, até porque, “humor” nada mais é do que aquilo que tem graça só porque aconteceu com o outro…rsrs….mas, se fosse você o dono desta empresa (espelunca…..rsrs….), tenho certeza de que não acharia graça em nada.
Na minha empresa, talvez, não seja tão diferente assim, quando viajo, mas o que se espera da turma é bom senso e o mínimo de responsabilidade, ainda que eles possam se sentir um pouco mais soltos, sem o “incômodo” permanente dos olhos do “patrão” sobre cada atividade.
Como também já fui empregado, de fato admito que a gente até acabe trabalhando com um pouco mais de tranquilidade ou menor pressão, ao saber que o “chefe” estaria a alguns quilômetros de distância…rsrs…. Mas, daí a chegar mais tarde ou sair mais cedo, inventar “H” (doença em papagaio, sogro, avô, avó, cunhado, sogra, filho, filha, pai, mãe, marido, vizinho, etc…) para faltar ao serviço ou, simplesmente, embromar em suas obrigações contratuais, trata-se de uma prática repugnante e que, se devidamente comprovada, deveria ser punida com a mais absoluta e sumária demissão. Gente assim, não agrega em nada em empresa alguma. São dispensáveis!
Por tudo isso é que tenho um sentimento muito negativo quando vejo esta peça que, apesar de bem feita, a meu ver, ao contrário do que provavelmente intencionava o marketing da empresa, não nos passa a idéia de que aquele que dirige um Ford Fusion foi, realmente, premiado.
Para mim, este empresário deveria voltar logo de viagem, vender o Ford Fusion e, com a grana, reestruturar a sua empresa, mandando embora toda aquela “putada” que não gosta de trabalhar e contratar gente de valor. Posso garantir que, levadas a sério, estas radicais e necessárias mudanças, muito em breve, a frase adequada à nova situação poderia passar a ser: “.…quem dirige uma Mercedes, fez por merecer…“.
HSF
Normalmente, só quando passamos dos quarenta anos, ou quando “dobramos o cabo da boa esperança” é que começamos a tomar consciência de que estamos ficando mais velhos e de que os “bônus” relativos à idade já estão, já há algum tempo, sendo creditados em nossa conta.
É quando cai a máscara que, às vezes, inconscientemente usamos, de que juventude e imortalidade são palavras quase sinônimas. Muitos, ao perceberem que podem estar, com sorte, na metade de suas vidas, começam a valorizá-la muito mais do que sempre fizeram. Outros, por temerem o desconhecido em seu futuro próximo, entram em crise, em “parafuso”. É a famosa “crise dos quarenta” que, pode acontecer antes ou depois dessa idade, não importa. O fato é que a gente cai na real, mais cedo ou mais tarde, de que somos reles mortais e que precisamos, obstinadamente, acertar o caminho que nos levará a ter uma vida com a melhor qualidade possível, com estes mesmos reflexos junto àqueles que, com você convivem. Afinal, de que adiantaria termos a sensação de sermos felizes se estamos rodeados de pessoas amarguradas, não é verdade?!
O fato é que a velhice em si, de alguém que tenha saúde, não deve ser motivo de depressão para quem quer que seja. Devemos, sim, nos imaginar capazes de continuar realizando feitos, sonhando, traçando e atingindo metas, amando enfim, nos sentindo, verdadeiramente jovens, ainda que estejamos falando somente de nossas mentes. Mas, haveria algo mais importante do que aquilo pensamos. No final das contas, não “somos aquilo que pensamos ser”?!…
Como sou fã da boa publicidade e seguidor da máxima que entende que uma imagem supera mil palavras para expressar uma idéia, destaco a propaganda do complexo vitamínico “Centrum Silver“, destinado a pessoas com idade superior a 50 anos. No video, os “jovens” estão no meio de um “animado” jogo de poker, cuja pena para quem perde a rodada é a desejável retirada de uma peça de roupa. Numa certa hora, a “mocinha” (gatíssima!!!) diz que não tem nada em sua mão, perdendo aquela rodada. Os caras comemoram juntos, pois vão ver aquela gata sem roupa……quando são interrompidos (surpreendidos) por um enfermeiro que, surpreso, pergunta, de forma ríspida: “ ….O que está acontecendo aqui??….” e depois dá o comando: “...voltem já para as suas camas….“. Só aí é que caem as nossas fichas e o “off” (voz de fundo) da peça nos convida: “…sinta-se jovem de novo…“.
De fato uma peça publicitária de ótimo gosto e bela produção. Acima de tudo, e independente de seus objetivos comerciais, deixa a mensagem de que a velhice, na concepção ampla (lato) da palavra é só para quem a aceita desta forma. Se a decisão é nossa, eu lhe pergunto: e você, vai simplesmente, de braços cruzados, aceitar ficar velho?!…
HSF