David Blaikie, ultramaratonista canadense…

Talvez a essência da Ultramaratona seja sua suprema falta de utilidade. Não faz sentido, num mundo de naves espaciais e supercomputadores, correr vastas distâncias a pé. Não há dinheiro e nem fama envolvidos na maioria das provas, freqüentemente nem mesmo há a aprovação dos familiares e entes queridos. Mas como afirmam poetas, apóstolos e filósofos desde os mais remotos tempos, existe muito mais na vida que a simples lógica e o bom senso. Os Ultramaratonistas percebem isso instintivamente. E eles sabem algo mais que está perdido no sedentarismo. Eles entendem talvez mais que ninguém, que a porta para o espírito se abrirá com o esforço físico. Ao correr tão longas e extenuantes distâncias eles respondem uma chamada do mais profundo de seu ser – uma chamada que responde quem realmente eles são”. ( David Blaikie) 

Veja também aqui um texto muito interessante sobre ultramatona, escrito por André Vasquez*, consultor da Webrun. (De onde colhi esta frase do Blaikie). 

*Aproveitem para observar e admirar o vasto currículo de corridas do André Vasquez……..codeloco……..

Corrida: segundo esporte do país? Já!?…

Que as pessoas, ao menos à minha volta, têm se interessado mais pelos benefícios da corrida, eu não tenho nenhuma dúvida. Mas, o que eu não sabia é que o Brasil conseguiu a façanha de dobrar o número de corredores amadores, nos últimos quatro anos. O certo é que o “brasileiro tem corrido mais”, principalmente nas grandes áreas verdes das metrópoles, segundo atestou uma pesquisa feita em dezembro passado, no Rio de Janeiro e em São Paulo, pela empresa Sports Track. Numa consulta com quatro mil atletas, ela revelou que a corrida é o segundo esporte mais popular nestas cidades, atrás apenas do futebol.

Às vezes, a cabeça da gente tá tão cheia de “problemas” de nosso cotidiano e frustrações pessoais, fundadas nos mais diversos motivos que o que realmente queremos é fugir da realidade. Pois é…..fugir correndo da realidade. Você sabe que isso dá certo!? Sair correndo por aí com regularidade, prepara o indivíduo para o objetivo enfrentamento de seus problemas, aumenta o prazer de viver, melhora a auto-estima e, de gruja, melhora a saúde como um todo do praticante.

capa_istoe_2052A gente vê o merecido destaque que começa a ganhar a corrida, quando ela vira capa de uma revista semanal de grande circulação e credibilidade como é a revista Isto é. A edição desta semana (nº 2052), apresenta uma corredora de pernas fortes e bonitas, em pleno exercício aeróbico, sensação do momento.

A reportagem na íntegra, que pode ser vista aqui, merece ser lida por todos aqueles que têm algum interesse na corrida ou porque já correm ou só porque pretendem se iniciar neste esporte em algum momento. A matéria cita exemplos de como a corrida pode mudar a sua vida (pra melhor, claro!…), apresentando depoimentos e dicas muito legais sobre o funcionamento do corpo da gente durante uma corrida e cuidados a serem tomados por quem deseja começar a pôr o pé na estrada.

A revista Isto é merece nossos parabéns, pela oportuna iniciativa.

HSF



O poder de uma propaganda: Olympikus

Que ninguém duvide: uma propaganda bem feita, muda comportamentos, vende produtos, elege políticos (bons e maus…) e faz um outro bom tanto de proezas.

Eu gosto de correr, como já deve parecer óbvio para quem acompanha nossos posts. Não menos óbvio é que o principal equipamento para quem corre, é o tênis. Existem calçados apropriados para cada tipo de corredor e para cada tipo de exercício. A tecnologia de ponta tem estado presente em muitas marcas, fazendo com que o esforço continuado e os impactos, inerentes à corrida, possam ser atenuados e, talvez até eliminados. Com o passar do tempo, percebe-se uma gigantesca diferença entre se usar um tênis bom ou um ruim.

A minha predileção sempre foi por três marcas: Asics (no Brasl), Mizuno e New Balance, nesta exata ordem. Só que isso pode mudar, é claro!

Eu chegava de uma corrida noturna que resolvi fazer (normalmente corro de dia), só para cumprir com uma programação prévia que eu havia feito para esta semana. Foi uma corrida parecida com as demais, no que tange ao individualismo “forçado”, característico da modalidade. É como se a gente sentisse a necessidade de passar por esta “solidão”, vai entender cabeça de corredor….(rs…).

Liguei a televisão e tive uma gratíssima surpresa: uma propaganda da Olympikus, fabricante de tênis de corrida. Uma peça publicitária, cujo nome presumo ser “inspire-se”, que é extremamente bem feita, de um texto belíssimo e imagens emocionantes. Seu conteúdo toca profundamente quem pratica corrida mas, tenho certeza, tocará também todos aqueles que, muitas vezes, se sentem sozinhos, diante dos desafios pessoais de levar adiante e de defender uma idéia ou uma crença. A Olympikus está de parabéns!…

Nunca usei um tênis Olympikus antes, mas com este “incentivo”, breve vou estar com um e usarei este mesmo espaço para dizer o que achei dele. Enquanto isso, convido a todos que usufruam deste sensível filme, enquanto acompanham o texto, que eu mesmo copiei vendo o comercial, logo abaixo.

INSPIRE-SE

” (O despertador toca às 05:12 h, da matina….)

Por quê?

Se não há medalhas, nem troféus…

Se não tem torcida, aplausos, nem hinos de vitória…….só o silêncio.

Por que então?!

Se não há dinheiro, nem contratos…

Se não têm flashes, câmeras, nem podiuns, nem glórias, talvez…, só uma luz.

Onde estão as pistas, os campos, as quadras, os estádios?!…

Onde estão os adversários, os rivais?!…

Onde está o tempo?

E o limite? Onde está o limite!?…”

 

Temáticos eram os caras

i234517320_65269_2Tem dia que a gente acorda doido pra correr. Ontem foi assim. Programei até a minha saída mais cedo da empresa, para dar tempo de mudar de roupa e iniciar a corrida ainda no anoitecer.

Mas, quando eu não pensava mais em outra coisa e já estava arrumando minha mesa para zarpar do trabalho, minha secretaria anuncia a chegada na recepção de dois jovens que queriam “abrir uma empresa”. Putz…fazer o quê? Mandei entrar.

Minha sala ficou pequena com o inesperado surgimento de dois falantes e alvoroçados garotos que mais lembravam o Kenan & Kel daquele seriado americano. Começaram logo explicando que apesar de estarem “completamente duros”, queriam montar um restaurante temático em Vitória e que a coisa ia dar tão certo que eles iriam enriquecer bem antes dos trinta anos. Enquanto eu olhava pro relógio e via a minha corrida indo pras picas, os caras falavam sem parar “entre eles”, discutindo cada detalhe da empresa. O papo deles tava tão bom que eu não podia nem pensar em interromper. Eu estava ali, quase que como um Roberto Justus diante de dois candidatos disputando pra ver quem impressionava mais. Aquilo não podia ser real, tinha cara de pegadinha. Cheguei a pensar que pudesse ser sacanagem de algum amigo meu…

Só tem que o sujeito quando passa dos quarenta anos, como eu, por mais profissional que seja, normalmente, fica mais seletivo e se permite presentear com a escolha exata daquilo que realmente quer.  Valendo-me disso, interrompi na marra os empreendedores, bem na hora em que a “viagem na maionese” deles já tratava dos futuros planos de venda da franquia, do bem sucedido restaurante temático, para o resto do mundo.

Disse que estava muito atrasado pra outro compromisso, mas que a idéia do negócio me parecia muito confusa e sem fundamento técnico de viabilidade. Dito isso, encurtei o encontro apresentando logo o meu orçamento pelos serviços necessários à elaboração de um plano de negócios decente e, depois, para a abertura da empresa. Eles devem ter achado caro, pois logo levantaram e saíram dizendo que iriam “pensar” na proposta… Ufa!…deu certo.

Aquele blá-blá-blá todo me tirou do sério! Acabei prejulgando e desacreditando completamente o projeto daquela turma. Minha consciência chegou a pesar logo depois que eles saíram mas, paciência…. fui correr.

Lá pelas tantas, no meio da corrida, lembrei do caso e meu diálogo interno do bem, foi logo amenizando: você agiu bem, a corrida está ótima! Os caras eram enrolados mesmo e você nunca mais vai ouvir falar neles…

Desencanei de novo mas, não demorou muito para o meu diálogo interno do mal entrar na conversa: só que o pior vai ser, no futuro, eles serem reconhecidos na capa da revista exame, sob o título contra todos os prognósticos – capixabas desbravam o mundo com franquia milionária”. Se me conheço bem, vou ficar muito puto se isso acontecer…Foi o bastante pra estragar minha corrida.

HSF