Isso aqui é a vida real?

O video mais visto da semana, no Youtube, segundo a revista Época foi o do garotinho retornando do dentista, com o pai, ainda sob os efeitos dos sedativos e anestésicos. Completamente zureta, ele pergunta se aquilo que ele estava vivendo era a vida real!? O video é , sem dúvida, engraçado e, por isso, merece a sua reprodução aqui. Mas, mais engraçado ainda é a imediata identificação que tive com ele. Em momentos muito difíceis ou muito agradáveis de minha vida, já me peguei fazendo a mesma pergunta: “isso é a vida real? Está realmente acontecendo?”.

Sinais exteriores de pobreza

Tenho convivido ao longo dos últimos anos com o termo “sinais exteriores de riqueza”. A própria Receita Federal do Brasil (RFB) se utiliza deste termo para justificar a escolha de um determinado contribuinte para uma conversa, digamos, mais íntima ou mais invasiva (rss…). É a famigerada “malha”, amigo! Pensa-se, por óbvio, assim: se o indivíduo ostenta um iate de R$ 5 milhões e anda pra cima e pra baixo de Maserati, é de se presumir que ele tenha renda lícita e declarada que suporte a manutenção mínima destes brinquedos. Em princípio, é isso que se quer investigar…

Mas, curiosamente, coleciono certos fenômenos observados no meu daytona_goldcotidiano que dizem respeito, também à ostentação, só que, às avessas. Certa vez, encontrei o motoboy da empresa usando um relógio dourado muito diferente. Aquilo me chamou tanto a atenção, que resolvi dar uma investigada, de leve. Aí travou-se o seguinte diálogo:

– Bom dia, Rogério! Tudo bom?

– Tudo, doutor. Na luta, né?!

– É, isso aí. Bonito esse relógio que você tá usando, hein!?

– Gostou, doutor?! Obrigado…

– Rogério, você sabe como é o nome deste relógio?!

– Sei não senhor. Tem nome, é!? hahaha….

– Chama-se Rolex Daytona Gold. Este “gold” quer dizer ouro…sabia?!…

– Hummmm…irado.

– E, Rogério, você tem idéia de quanto custa um relógio desse?! Continuar lendo Sinais exteriores de pobreza

A humanidade precisa de heróis de carne e osso

michael-phelpsMinha família sempre foi muito religiosa. Uma herança italiana, característica dos imigrantes que aqui desembarcaram, no início do século XX, com uma mão na frente e outra atrás, mas com uma vontade enorme de trabalhar e uma inabalável fé de que a providência divina haveria de lhes proporcionar dignidade em terras estrangeiras. A mesma fé que confortou a minha mãe, durante os seus últimos 12 anos de vida, marcados por uma luta desleal contra um desgraçado câncer. A fé que conduzia meu pai, à Catedral Metropolitana de Vitória, todo santo dia após o trabalho, para que a missa pudesse lhe dar a paz de espírito necessária, como parecia crer.

Todavia, mesmo todo este ambiente de overdose religiosa, do qual me originei, não foi suficiente para embaçar a minha enorme curiosidade de procurar a minha verdade sobre tudo, me colocando, quase sempre, em posição defensiva quanto a todas as questões que me eram forçadas goela abaixo, sem direito a perguntas. Heresia, para mim, sempre foi não questionar os dogmas! Outro ponto que sempre foi alvo de minha inquietude e repúdio era quando algo perfeito, santo ou puro demais me era apresentado, como real ou possível. Admito que eu chegava a ser inconveniente, com as perguntas que fazia, só para satisfazer o meu capricho de nunca aceitar versões públicas iniciais que tivessem como objetivo, pintar um santo no lugar de um homem. Para mim, essas publicidades oficiais sempre carregavam mais mentiras do que verdades.  Continuar lendo A humanidade precisa de heróis de carne e osso