“Porque (sic) almentar (sic) a carga horária??”

A realidade do ensino médio do Brasil já teve dias melhores, embora sejam muitos os planos governamentais para que seja recuperado o prestígio do ensino público em nosso país. Tempo em que se torcia o nariz quando alguém optava por colocar os seus filhos em escola particular. Na escola pública, desse tempo romântico que, infelizmente já passou, a gente tinha notícia de que além de tantas outras disciplinas paralelas e complementares tais como ética, moral e cívica, formação cidadã, latim e muitos outros conhecimentos importantes na formação de uma criança, também podíamos ter a certeza de que o aluno aprenderia, de forma satisfatória, pasmem, a ler e a escrever.

Hoje, ressalvadas as exceções, nosso ensino público encontra-se em frangalhos. Se nos abstivermos dos casos reais e esdrúxulos de tráfego de drogas, crimes diversos e de porte ilegal de arma nas áreas comuns da instituição pública de ensino, isso para que foquemos o problema em somente um de seus cernes, a alfabetização, podemos dizer que ainda  muitos esforços deverão ser direcionados a este fim, tanto pela sociedade como um todo, quanto pelas autoridades responsáveis direta ou indiretamente pelo funcionamento da educação pública, prevista constitucionalmente mas, em muitos casos, negligenciada solenemente, quando não por interesses escusos, tão-somente, por incompetência admisnitrativa de seus gestores.

Apesar de parecer uma “piada pronta”, a cena fotografada hoje, não tem nada de engraçado. Mas, como costumamos levar a sério o ditado que nos incentiva a rir, por ser melhor do que chorar, em casos que mereciam, a rigor, o pouco de nossas lágrimas, enfatizo o inoportuno cartaz utilizado por um grupo de estudantes, da cidade de Vila Velha(ES), que protestavam (…ao menos tentavam…) contra a alta carga horária de ensino naquelas escolas públicas, sob a alegação de que a estrutura da escola não comportaria o aumento da permanência dos alunos no local. Tá….a gente entendeu o que eles quiseram dizer, porque sempre temos boa vontade para isso, mas olha só como estava escrito, olha:

foto: Guido Nunes
Gazeta online: Guido Nunes

Num primeiro momento, cheguei a pensar que as mudanças na escrita que agrediram minha visão, se davam por conta da tal mudança ortográfica, mas não!….Três erros em uma única faixa escrita por estudantes, que protestavam, exatamente, pelo excesso nesnecessário e inviável de carga horária de ensino imposta a eles. O verbo aumentar é impunemente agredido e transformado em “almentar”, o “Por que”, devendo ser apresentado assim, separado, por se tratar de pergunta, tava coladinho, coladinho. E a palavra “horária”, apresentada sem o devido acento agudo. Uma lástima!

Não queria estar na pele de meu xará Secretário Estadual de Educação Haroldo Correa Rocha, ao que tudo faz indicar, um servidor competente e dedidado, todavia, um Davi com a conhecida e inglória missão de acertar o gigante Golias. Entretanto, “não querer estar na pele”, nem de longe, compromente a minha enorme torcida de que suas intenções e seus esforços possam lograr êxito e que, num futuro próximo, possamos voltar a nos orgulhar do ensino que, em tese, sai custeado por nossos bolsos, quando recolhemos os tributos que nos engolem diariamente…

Quanto ao ensino de Vila Velha, pela experiência que tive a oportunidade de conhecer, temos neste município, diversos exemplos de escola pública de ensino médio com características que não deixam a desejar a nenhuma outra escolha particular. Desde as quadras esportivas, escolha de professores, merenda e tudo o mais que se espera de um celeiro público de cidadãos de bem. Desculpem o meu romantismo excessivo ou tolo mas, toda turma tem um sujeito mais lento, mais bobão ou cujo aprendizado respeita uma linha do tempo, desconectada de nossa realidade, relativizada, tal qual os princípios de Einstein, quando se referia a massa e energia. Tenho certeza de que, mesmo diante da gravidade em que se encontra o ensino público, aquele cartaz, em especial e por mero acaso, calhou de ter sido escrito por um único aluno que havia ficado com esta incumbência, na divisão de tarefas, pré-manifestação…..quero me convencer de que o maldito texto foi cair exatamente na mão daquele aluno lento que acabo de descrever. Convenhamos, um longa descrição, só para não chamar logo o cara de burro! Responsabilizemos um único, ainda que imaginário, em nome da esperança de que todos os demais tenham a chance de superarem tantas dificuldades, longe das pechas e rótulos discriminatórios.

Sei que os “puritanos” de plantão condenariam o termo “burro” que empreguei. Mesmo reclamando meus direitos de liberdade poética, devo reconhecer que os tempos mudaram mesmo. Hoje, dá-se mais valor, ao “politicamente correto” do que a exigência mínima de que escolas públicas ensinem seus alunos  a “ler e escrever”, como já o fizeram naqueles tempos em que éramos absolutamente “impuros” no que tange ao nosso comportamento político, mas cometíamos nossos deslizes de conteúdo, hoje condenáveis, sob um perfeito e brilhante português.

Em notícias assim, permitam-me deixar de usar Rui Barbosa, para citar nosso conhecido Prefeito Odorico Paraguaçu, com uma de suas mais célebres e, infelizmente, tempestiva, frase: “….o nosso pobrema é essa ingnorança que astravanca o pogreço“. É de machucar o coração. Codeloco…

Para ler a matéria original cique aqui.

HSF

Carteirinha de torcedor! Alguém merece?!

Já estive do lado de lá (público), na gestão administrativa municipal e em outros órgãos públicos e, posso afirmar com perfeita exatidão, o quanto dói ouvir de quem nunca fez nada pela melhoria do bem estar social, uma ácida e irônica crítica em cima de uma idéia ou de um procedimento que você, que os defende na condição de agente público, tem certeza de que funcionará. Sei bem como funciona…

Exatamente por isso é que penso muitas vezes antes de lançar alguma crítica, ao setor público ou, em casos mais específicos, até mesmo de, carinhosamente, alcunhar alguma “sacada” proveniente da admnistração pública como sendo uma idéia de jerico. Apesar do cuidado, quando chego a afirmar isso, tenho observado uma relação que atende ao conhecido princípio de Pareto (80-20), ou seja, de cada dez vezes que acho a idéia descabida, acerto 8. Tá bom, não tá?!….

Agora foi a vez do nosso digníssimo Ministro dos Esportes, Orlando Silva, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), divulgar a sua “magnífica” e inusitada idéia de instituir uma “carteirinha de torcedor de futebol”, já para entrar em vigor a partir do brasileirão de 2010. A motivação foi a violência descabida que hoje impera nos estádios de futebol. A tal carteirinha teria uma impressão digital e a “roleta” acusaria a entrada de alguém, digamos assim, fichado, ou seja, que já tenha aprontado alguma em algum jogo dos campeonatos brasileiros, coordenados pela CBF.

E isso não vale só pra torcida organizada não! Qualquer um, terá um prazo definido para se cadastrar, senão, não teria direito a entrar em um estádio para ver o seu time jogar. Como fariam com os turistas, por exemplo?!…

Bom, pelo que lembro dos bancos acadêmicos, tal idéia além de esdrúxula é também manifestamente inconstitucional. Mas, até aí tudo bem! Tem um montão de dispositivo legal vigente por aí, totalmente inconstitucional, mas que foi aprovado por “solicitação” do executivo. Com todo respeito aos legislativos (municipal, estadual e federal), infelizmente, não é de hoje que eles só têm trabalhado, subservientemente, para o Executivo…

O que me preocupa, usando de um português mais “técnico” é se esta merda vai mesmo dar certo ou, de longe, atingir seus objetivos. Alguém já ouviu falar em RG? Registro Geral ou Carteira de Identidade? Com base neste documento oficial, já seria possível fazer um controle mais rigoroso da entrada de desordeiros nos espetáculos de futebol. Sem contar que o próprio ingresso, com código de barras, chips e tantos outros “gadgets” já comportaria mecanismos sofisticados de cerceamento de “vagabundos”, atrapalhando a vida de quem quer só se divertir, sozinho ou com a família.

Outro ponto a ser considerado é que a necessidade de se manter a ordem pública cabe ao Estado, de diversas formas, sendo uma delas, através de suas forças policiais que, em casos de espetáculos “públicos” como jogos de futebol para mais de 10 mil torcedores, deve estar presente e pronta para coibir atos de vandalismo, violência, agressões e tudo o mais. Ali, meu amigo, tem de valer tudo para se manter a paz, desde a simples presença do policial em quantidade relevante à determinação da voz de prisão e, até mesmo, o uso da força, na sua proporcionalidade necessária. Lamento dizer, mas tem gente que só sossega tomando porrada. Politicamente incorreto, eu sei, mas é verdade, não é!?

Por outro lado, a violência dos estádios, infelizmente, não pára dentro deles. Segue pelas ruas, tão-logo terminem as partidas mais disputadas. E, muitas vezes, a pancadaria e a covardia, correm soltas, momento em que uma carteirinha dessas, talvez, só tivesse a utilidade como arma, se for de PVC então, melhor ainda, poderia até cortar uma garganta…rs…

Mas, vamos dar tempo ao tempo e ver se a minha previsão, desta vez, estará dentro dos 20% de Pareto. Isso significará que a idéia terá sido brilhante e bem sucedida e, não apenas, um espalhafatoso evento de marketing estatal. Não torço contra, não! Todavia, acho que a adoção de carteirinhas funciona muito bem com estudantes, como bem entende o nosso Ministro, só não sei se funcionaria com desordeiros profissionais que, para muitos deles,  não bastaria ficar de fora de um jogo. Precisariam mesmo é ficar de fora da sociedade!

Dizem que o cavalo árabe é um dos mais inteligentes de sua espécie. Senhor Ministro, por enquanto, por ainda não termos todos os detalhes da operacionalização da coisa, vamos dizer que essa história de “carteirinhas” não chega a ser uma idéia de jerico, talvez, de cavalo árabe…

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HSF


“Malditos” gêmeos…

twinsLonge de mim fazer graça com o drama alheio, mas no caso da advogada brasileira Paula Oliveira, é muito difícil conseguirmos passar ao largo, sem ao menos especularmos as possíveis motivações que poderiam ter causado todo esse “samba suiço do crioulo doido”.

No início, era só mais uma brasileira, tentando a vida no exterior, inocente vítima de um odioso ataque xenofóbico. Três covardes neonazistas a cercaram e a subjugaram. De tão violento o episódio, além de lesões corporais superficiais por todo o corpo, de “efeito psicológico”, a moça também teria sofrido agressões físicas suficientes para que ela tivesse sofrido um terrível aborto, perdendo os “gêmeos” que esperava.

Foi o suficiente para entrar em ação o nosso nacionalismo adormecido e provocar as mais diversas reações de repulsa e justa condenação ao acontecido. Chegou-se a justificar o violento ataque, em função de estrangeiros estarem por lá, na terra do chocolate, “surrupiando” vagas de emprego de cidadãos suíços, legítimos herdeiros daquela economia, baseada substancialmente, em entrada de capitais estrangeiros, por lá ainda ser um porto seguro para investidores, pelo elevadíssimo grau de sigilo bancário e pela manutenção de um alto valor externo do franco suíço, no longo prazo. Continuar lendo “Malditos” gêmeos…

Bom….o blog voltou….agora pra ficar…(espero!)

Bom, depois que o nosso programador conseguiu devolver ao “Atirei o pau no gato” a sua cara original, posso considerar um retorno oficial aos “posts”.

Obrigado, Rogério Lino, por consertar aquilo que consegui detonar, numa aparentemente, tranquila e inofensiva tarde de sábado. Da próxima, te ligo antes….