O título deste post soa como uma envergonhada confissão. Fazer o quê? Eu vejo “Big Brother” e ponto! Eu sei que desagrado a todos os meus amigos intelectuais (…e também àqueles que são só “metidos” a intelectuais…rs….) que consideram o programa uma perda de tempo, anticultura, um exemplo de mau uso da televisão. Os mais radicais acham até que caberia uma ação civil pública para tirar aquela “merda” do ar…
Bom, começo minha defesa lembrando o óbvio (rs): gosto não se discute! Além disso, saio em defesa do BBB, pelo menos, quando para me sacanear, os intelectuais de plantão o comparam com novelas, programas de auditório, Faustão, Luciano Huck e toda sorte de porcarias à nossa disposição na programação da TV nacional. Chegaram ao cúmulo de compararem o reality show com o Programa do Raul Gil……ahhh….. tenha a santa paciência…..assim, dá até vontade de mandar pra PQP, aproveitando a rima rica contida no nome do apresentador de microfone dourado…
Voltando à defesa, tais comparações não têm sentido, salvo melhor juízo. Parece coisa de quem está exercitando puro preconceito ou de quem nunca parou para ver. É o mesmo que dizer “não gosto daquela comida, mas nunca comi”. O BBB é curioso por se tornar uma atração construída com base no comportamento de indivíduos diferentes, às vezes, muito diferentes. Se “cada cabeça é um guia”, imagine o que não pode sair de um programa deste, principalmente, quando se trata de aparições “ao vivo”. A gente fica vendo tudo, em tempo real, sem cortes e sem máscaras.
Gosto do BBB porque se consegue perceber que os participantes até tentam dissimular, esconder sentimentos e pretensões mas, por pouco tempo. Logo a gente entende como cada um pensa, o que agrada e o que desagrada cada elemento. E o mais incrível é que, nas eliminações, o público quase sempre escolhe pra sair exatamente aquele que “estava merecendo”, conforme senso comum.
É comum desenvolvermos uma certa predileção por alguns “moradores da casa” pelos quais, naturalmente, passamos a torcer. Nesta edição, por exemplo, tem o Dicesar Ferreira (ou “Dimmy Kieer” para os íntimos ou “Linda Mona Luxo” para os pra lá de entendidos…rs) que se destaca entre os que estão na minha torcida. O cara é uma figura. Homossexual assumido e Drag Queen de profissão, Dicesar esbanja simpatia e solta tiradas de rolar de rir. Para melhorar ainda mais a distração, o “mona” tem a língua presa, ou melhor “peguesa”!
Ontem, no programa ao vivo, em horário nobre, provavelmente, com pico de audiência, a gente via uma prova para disputa da liderança da casa. O apresentador Pedro Bial explica a prova, dizendo que quando ele dissesse “já” era para todo mundo sair correndo e apanhar o máximo de garrafas de refrigerante de 600 ml de Guaraná Antártica Zero (patrocinador pesado). No meio da prova, quando descobre que estava pegando as garrafas erradas (a de 2 litros), Dicesar nem pensa duas vezes e exclama: “….ai, é a pequenininha CAGALHO….!!!!…..“. Vocês entenderam o “cagalho” ou vou precisar traduzir? Aí, eu pergunto: em que situação seria possível vermos algo parecido? Foi muito engraçado….
Assim, a título de sugestão, peço aos queridos intelectuais, que enobrecem o meu virtuoso círculo de relacionamento, que assistam um pouquinho o BBB, antes de opinarem. Procurem valorizar o viés psicológico do programa. Tenho certeza de que vão encontrar lá exemplos de comportamento contidos e previstos em obras clássicas, de autores como Maquiavel, Freud, Nietzche, Smith, Engels, Marx, Montesquieu, etc… Com isso, certamente vão conseguir assistir ao programa, sem pesos na consciência, limitando seu conteúdo à uma mera distração, nada mais. Cuidado pra não se tornarem fãs…
Mas, de tudo, o que posso assegurar é que, no mínimo, vocês vão rir pra “cagalho” e isso é o que mais interessa…..rs….ou não é!?….
HSF
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