Para enxergar: vontade política e fé!

 

Para quem tem algum interesse em dar a sua contribuição para a sociedade ou mesmo para quem tem pretensões políticas (candidatura), ter a oportunidade de assumir uma secretaria municipal ou estadual, e fazer um bom trabalho, costuma ser um ótimo caminho para se atingir um destes objetivos.

Todavia, ser um secretário, por si só, não é garantia de sucesso quando suas pretensões são exclusivamente eleitorais. Digo isso porque não me parece algo tão incomum assim, a notícia de alguém ter assumido uma determinada secretaria e, pouco tempo depois, ter sido “fritado” politicamente. Isso é um perigo! Portanto, mais importante do que saber qual secretaria, é saber qual a sua relação pessoal com o chefe do executivo (seu superior direto), qual a relação de seu partido político com o dele (se forem diferentes) e, principalmente, qual o animus de se reservar uma suficiente fatia do orçamento para a sua secretaria, de forma a que se possa, no mínimo, fazer alguma coisa.

Desta forma, a dica que dou para quem pretende fazer um bom trabalho na esfera pública e que tenha sido convidado para assumir uma pasta é que, antes de aceitar o nobre encargo, seja bastante direto com quem manda. Pergunte: “vou ter liberdade para trabalhar?”, “vou poder indicar algumas pessoas de minha confiança para me auxiliar?”, “a secretaria terá verba suficiente para atender, minimamente, às suas demandas sociais?”, “qual o tempo que eu tenho para começar a apresentar os primeiros resultados concretos?”. Se não sentir firmeza na resposta para alguma destas perguntas, saia fora! Invente uma desculpa qualquer e diga que lamenta muito não poder aceitar e corra desta cilada. Deixe para que outro desavisado e, muitas vezes, vaidoso, assuma esta “missão”.

Lembro quando fui convidado a assumir uma secretaria municipal, em Vila Velha (ES), município pertencente à região da grande Vitória. Quando aceitei, embora não tenha feito nenhuma das perguntas acima mencionadas (faltou experiência…rs), parecia óbvio que eu teria pouco dinheiro para desenvolver os projetos, pois Vila Velha é um município com muitas prioridades e poucos recursos, infelizmente. Assumi a Secretaria de Trabalho e Geração de Renda sabendo da “pedreira” que tinha pela frente.

Mesmo diante da falta de recursos mas, contando com uma equipe de primeira e com o apoio (moral) do Prefeito, acredito que a contribuição que o Município, através de nossa secretaria, deu à comunidade foi muito interessante. Para mim, foi uma experiência fabulosa! Interagir com a parcela mais carente da sociedade e deixar a sua marca, tendo a consciência de ter proporcionado benefício direto ou indireto para alguns cidadãos, não tem preço. Este é o lado fascinante na política!

Um dia desses, em um supermercado no centro de Vitória, quando passava pelo caixa, perguntei ao atendente se ele poderia trocar um produto que parecia furado. Logo atrás de mim, na fila, tinha uma pessoa que ao ouvir a minha voz não hesitou e disse: “secretário, como vai o senhor!?…”. Era o José, um dos mais assíduos alunos do Curso de Massoterapia para cegos que havíamos implantado, como projeto piloto do programa “Cidadania para todos”. Minha emoção foi ainda maior ao saber que José era um feliz profissional de massoterapia até hoje e, por isso, fez questão de demonstrar uma enorme gratidão por aquela bela iniciativa do Poder Público que o havia alcançado.

Diante de tantas dúvidas que temos sobre as nossas ações, no dia a dia, sempre em permanente auto cobrança sobre se fomos ou não bem sucedidos em nossas pretensões, aquele episódio foi, especialmente para mim, muito significativo. É como se eu tivesse tido um encontro com a prova viva de minha “utilidade”. Terminei o dia exultante!

Para muita gente o pouco que fizemos, a frente daquela secretaria sem recursos, não passou de uma mera obrigação. Para outros, talvez, não tenhamos feito nada demais. Mas, para o José, tenho certeza, fizemos toda a diferença!…

HSF

PS: Abaixo, reproduzo artigo do jornalista José Carlos Corrêa (A Gazeta), sobre o destaque do trabalho da Secretaria. Logo depois, são anexados vídeos referentes à esta iniciativa a frente da pasta.

 

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Jornal “A Gazeta” – Opinião – página 03 – 14 de agosto de 2004

FRUTOS DA PARCERIA

(José Carlos Corrêa)

Os detentores de cargos públicos, via de regra, têm na ponta da língua a resposta para quem cobra ações de suas responsabilidades que não são executadas: “Não há verba”, repetem a cada cobrança. Mas, existe, acredite, quem faz muito, mesmo sem dinheiro. É o caso da Secretaria Municipal de Trabalho e Geração de Renda de Vila Velha.

Dinheiro, efetivamente, a Secretaria não tem. Do total das despesas da Prefeitura no períodp de 2001-2003, a Secretaria do Trabalho e Geração de Renda só gastou 0,1%. Ou seja, R$ 248,5 mil, o que resulta em uma média de R$ 6,9 mil mensais. Mas isso não impediu de tocar oito programas de capacitação profissional, que deverão, até o fim do ano, ampliar a empregabilidade de 3 mil pessoas. Tudo graças a muito trabalho, criatividade e parcerias construídas com instituições públicas e privadas como o Senai, Sebrae e BrasilCenter.

Na sexta-feira da semana passada, o secretário Haroldo Santos Filho lançou mais um projeto de grande repercussão social, o “Cidadania para Todos”. Por ele, serão qualificados e inseridos no mercado de trabalho portadores de necessidades especiais, a começar pelos portadores de deficiência visual na Unicep, a União dos Cegos D. Pedro II. A capacitação será feita através do curso de Massoterapia iniciado segunda-feira, que segue a saudável receita da parceria, desta feita, com a Escola Técnica e Terapias Alternativas Império Solar.

A iniciativa tem o mérito de romper com o maior obstáculo para a inserção dos portadores de deficiência no mercado de trabalho, que é a falta de qualificação. Uma vez qualificados, eles se habilitam não só a disputar as vagas do mercado de trabalho formal, como a seguir o caminho do empreendedorismo, pois serão orientados também se decidirem optar por montar a sua propria empresa. Convenhamos, é uma caminho muito mais racional e lógico do que tentar obrigar as empresas a contratar portadores de deficiência de forma compulsória.

Mas o maior mérito da iniciativa é que ela demonstra, mais uma vez, que não é só o dinheiro que faz as idéias se transformarem em realizações. Iniciativa, determinação e parcerias também fazem.

 

Campanha Ford Fusion – chefe viajou – erro 1

Apesar da ousadia e da ótima qualidade das peças publicitárias da Ford, na divulgação de seu veículo Fusion, como já tive a oportunidade de mencionar, aquele slogan “…quem dirige, fez por merecer…“, tem causado algumas incoerências na sua interpretação, ao menos para mim.

Um exemplo é a peça em que o dono de uma empresa ao comprar um Ford Fusion, acaba se beneficiando de uma promoção e ganhando uma viagem internacional.

No dia seguinte, de manhã, chega na empresa um empregado “padrão” (“figuraça”) e estranha o aparente marasmo que vê. Gente pendurada no telefone, resolvendo questões pessoais, gente com os pés sobre a mesa pintando as unhas, um verdadeiro “banzé” do mais baixo nível! Quando pergunta o que estava acontecendo, o desavisado empregado se indigna por ter sido o último a saber que tudo aquilo se devia em função de o chefe ter saído em viagem. Na mesma hora, o cara joga toda a “papelada” que estava em suas mãos no chão e exclama “...brincadeira, hein!?….vou dormir!!...”. E sai…

Enquanto o texto em “off” reitera a frase de que quem dirige um Ford Fusion fez por merecer, fico aqui pensando o que será que este empresário, coitado, fez para merecer colaboradores tão covardes (porque fazem pelas costas), pouco ambiciosos, incompetentes, desleais e medíocres? A imagem que a propaganda passa daquela empresa e daqueles empregados é a pior possível. Concluo, quase que imediatamente: se o preço para ter um Ford Fusion é ter uma empresa com este padrão de qualidade e contando com essa gente descompromissada, prefiro não ter. Afinal, que tipo de sucesso seria esse, não é verdade!?

A gente conhece aquele ditado que diz: “...quando o gato sai, os ratos fazem a festa…“. Com base nisso, a peça até que tem o seu lado engraçado, até porque, “humor” nada mais é do que aquilo que tem graça só porque aconteceu com o outro…rsrs….mas, se fosse você o dono desta empresa (espelunca…..rsrs….), tenho certeza de que não acharia graça em nada.

Na minha empresa, talvez, não seja tão diferente assim, quando viajo, mas o que se espera da turma é bom senso e o mínimo de responsabilidade, ainda que eles possam se sentir um pouco mais soltos, sem o “incômodo” permanente dos olhos do “patrão” sobre cada atividade.

Como também já fui empregado, de fato admito que a gente até acabe trabalhando com um pouco mais de tranquilidade ou menor pressão, ao saber que o “chefe” estaria a alguns quilômetros de distância…rsrs…. Mas, daí a chegar mais tarde ou sair mais cedo, inventar “H” (doença em papagaio, sogro, avô, avó, cunhado, sogra, filho, filha, pai, mãe,  marido, vizinho, etc…) para faltar ao serviço ou, simplesmente, embromar em suas obrigações contratuais, trata-se de uma prática repugnante e que, se devidamente comprovada, deveria ser punida com a mais absoluta e sumária demissão. Gente assim, não agrega em nada em empresa alguma. São dispensáveis!

Por tudo isso é que tenho um sentimento muito negativo quando vejo esta peça que, apesar de bem feita, a meu ver, ao contrário do que provavelmente intencionava o marketing da empresa, não nos passa a idéia de que aquele que dirige um Ford Fusion foi, realmente, premiado.

Para mim, este empresário deveria voltar logo de viagem, vender o Ford Fusion e, com a grana, reestruturar a sua empresa, mandando embora toda aquela “putada” que não gosta de trabalhar e contratar gente de valor. Posso garantir que, levadas a sério, estas radicais e necessárias mudanças, muito em breve, a frase adequada à nova situação poderia passar a ser: “.…quem dirige uma Mercedes, fez por merecer…“.

HSF

Você também fez por merecer…

Sempre tive a dificuldade de me focar em uma única atividade. Para quem acredita, uma típica característica de um geminiano, com lua em leão (…que viadagem…rs..). O fato é que sempre me dividi em diversas atividades. Isso trazia, por um lado, uma grande satisfação, mas por outro um estresse incontrolável.

Certa vez, acuado com os diversos afazeres que se avolumavam em minha agenda, demonstrei uma certa fraqueza e deixei escapar que eu não estava mais aguentando aquilo. Meu pai, ao ouvir, na mesma hora, do alto de sua simplicidade, sacou a seguinte: “…você deveria estar feliz, pois está conseguindo fazer exatamente o que sempre desejou…”. Era verdade! Eu mesmo havia construído aquela realidade para mim.

Depois de muito tempo, não só caiu a ficha daquilo que meu pai havia dito, como acabei por consolidar uma tese (que não deve agradar a todos), na minha crença pessoal, de que, respeitados os extremos (exceções), tudo aquilo que você tem ou o que você conseguiu ser até agora, seja bom ou ruim, é porque você fez por merecer.

Parece conversa de “bêbado com delegado”, eu sei…rs….mas, creio piamente no fato de que se você anda com um fusca 1962, pra cima e pra baixo, você é um vitorioso, pois tem exatamente aquilo que desejou ou que fez por merecer. Raciocínio análogo serviria para o caso de você ter uma Ferrari. Da mesma maneira, você poderia se considerar um vitorioso, pois teria feito por merecê-la… Ficamos aqui na esfera material, por questões pedagógicas, mas a tese valeria também para família, relacionamentos em geral, negócios, casamento, amigos, filhos, etc….

Isso me remete a uma forte campanha publicitária feita pela Ford, divulgando o “Ford Fusion”. O slogan que vem se repetindo, desde o lançamento dos comerciais é: “...quem dirige, fez por merecer...”. Como “merecimento” é algo muito pessoal, a dita campanha, na minha opinião, cometeu alguns equívocos que, abordarei em outros posts. Abaixo, deixo a peça publicitária que mais me encanta, pela coerência, fotografia e sobriedade.

Os personagens apresentados, nitidamente, fizeram por merecer uma vida melhor (….muitos outros avanços pessoais, inclusive um Ford Fusion…rs…). Cada qual tem a sua própria história de evolução pessoal. Neste caso, é dado o devido valor ao suor, trabalho e dedicação. A recompensa é certa….

Vale a pena ver o filme, pois é muito bem feito.

Este vende geladeira pra esquimó!

O dia de trabalho, hoje, já estava terminando quando eu recebi o último cliente, que apresentou uma questão bem “cabeluda” em seu Imposto de Renda para ser solucionada, de forma a fazê-lo passar bem longe da famigerada “malha”…

Depois de muitas possibilidades discutidas, chegamos, enfim, a uma solução técnica plausível, após uma longa argumentação. Segundo ele, o “veredito” só aconteceu por eu ter sido um bom “vendedor”, neste caso, de idéias. Disse ainda que eu só não era melhor do que o “mineirinho”. E, antes mesmo que eu pudesse perguntar algo, ele engatilhou a piadinha infame transcrita logo abaixo.

Foi um momento muito legal! Além de rirmos bastante, sempre que me divirto no meu ofício, com meus clientes, lembro o quanto gosto do que faço e de que, definitivamente, dinheiro, quase nunca, deve ser o motivo principal de fazermos o que fazemos, profissionalmente falando.

Fechei a empresa e fui pra casa tão leve quanto cheguei para trabalhar, hoje pela manhã. Realmente, não consigo me ver fazendo outra coisa na vida…

Agora, vejam só a destreza comercial, invejável, do tal “mineirinho”….rs…..

HSF

“Um mineirinho inteligente vindo da roça se candidatou a um emprego numa grande loja de departamentos da cidade. Na verdade era a maior loja de departamentos do mundo, tudo podia ser comprado nessa loja.

O gerente perguntou ao rapaz:

– Você já trabalhou alguma vez na vida?

– Sim, eu fazia negócios na roça.

O gerente gostou do jeito simpático do mineiro e disse:

– Pode começar amanhã, e no final da tarde venho verificar como você se saiu.

O dia foi longo e árduo para o rapaz.

Às 17:30 o gerente se acercou do novo empregado para verificar sua produtividade e perguntou: – Quantas vendas você fez hoje?

– Uma !

– Só uma?! A maioria dos meus vendedores faz de 30 a 40 vendas por dia.

De quanto foi a venda que você fez?

– Dois milhões e meio de Reais !

– Como você conseguiu isso

– Bem, o cliente entrou na loja e eu lhe vendi um anzol pequeno, depois um anzol médio e finalmente um anzol bem grande.

Daí eu lhe vendi uma linha fina de pescar, uma de resistência media e uma bem grossa, para pescaria pesada.

Eu lhe perguntei onde ele ia pescar e ele me disse que ia fazer pesca oceânica.

Eu sugeri que talvez fosse precisar de um barco, então eu o acompanhei até seção de náutica e lhe vendi uma lancha importada, de primeira linha.

Aí eu disse a ele que talvez um carro pequeno não fosse capaz de puxar a lancha, levei-o a seção de carros e lhe vendi uma caminhonete com tração nas quatro rodas.

O gerente levou um susto e perguntou:

– Você vendeu tudo isso a um cliente que veio aqui para comprar um pequeno anzol?

– Não senhor, ele entrou aqui, na verdade, querendo um pacote de modess para a esposa, aí eu falei:

Já que seu fim de semana tá perdido mesmo;.. que tal uma pescaria ?!…”