O Brasil decolou?

Brazil_Takes_offEm recente reportagem da revista “The Economist“, “Brazil takes off”, o Brasil foi apontado, definitivamente como a bola da vez, para desenvolvimento, riquezas e oportunidades.

A matéria enfatiza a redução dos riscos de investimento no país e todas as suas potencialidades. Deixa claro que agora o maior risco para a história do grande sucesso da América Latina é a arrogância!…rs…

Já em 2001, os economistas da Goldman Sachs inseriam o Brasil, juntamente com a China, Russia e Índia, no time das economias que dominariam o mundo, nos próximos anos.

Brazil_The_Economist_atireopaunogatoQuando veio a crise norte-americana, podemos dizer que tenha sido um grande teste para nós e também para aqueles economistas da Goldman Sachs. E se o Brasil não resistisse? Pois o que vimos foi uma inesperada reação de uma pujante economia que, se por um lado não conseguiu se livrar dos efeitos da crise, pode-se dizer que foi uma das últimas nações a entrar em crise e uma das primeiras a sair. Hoje, segue de novo, com crescimento econômico sinalizando uma ultrapassagem pela casa dos 5% anuais. Os economistas estavam certos. O “the economist” também está, principalmente quando aponta como um dos maiores riscos a “arrogância”. Todo mundo deve lembrar da declaração de nosso Presidente Lula, fazendo alusão a uma famosa “marolinha”….. kkkkk…melhor deixar isso pra lá.

Friedman_proximos_100_anosEm setembro deste ano, a editora Best Seller publica um polêmico livro do cientista político americano George Friedman, intitulado “Os próximos cem anos”. O autor é categórico ao afirmar que nos próximos cem anos não tem pra ninguém! Que Brasil, China, Rússia, Índia ou qualquer outro país que nada! Quem vai continuar dominando o mundo e fazendo dos outros “gato e sapato” são, exatamente, os Estados Unidos!!!! Será mesmo!?…

Não é a primeira vez que alguém publica livros premonitórios no campo da geopolítica, alguns inclusive, com o mesmo título relacionado aos “próximos 100 anos”.

Eu gosto muito dos Estados Unidos! Nunca resisti à tentação de ceder ao consumismo daquele povo. Aliás, sou um consumista declarado e controlado, mas sei que sou! Independente disso, percebo nítidos sinais de “fadiga” daquela sociedade. Já vi, inclusive, estudiosos afirmarem com todas as letras de que se trata de uma nação em plena decadência.

Mas, o Friedman não enxerga assim não. Ele justifica que apesar de ser americano, possui fortes argumentos para defender a idéia de que, assim como nossos pais, também nossos netos e bisnetos serão condenados ao fascínio encantado dos Ipods e dos Big Macs.

Fico a me perguntar, da mesma maneira que discuto futebol num boteco, sem nunca ter jogado bola na vida, como seria possível duas opiniões tão divergentes: uma que aponta a nação norte americana em franco declínio social e econômico e ascensão dos emergentes citados e outra que ignora tudo isso e diz que serão os americanos, como têm sido, os verdadeiros dominantes do próximo século???

Não torço, de forma nenhuma, para a concretização da decadência dos Estados Unidos, mas torço muitíssimo para que o Brasil possa ser a grande potência econômica que tantos esperam. Um país celeiro do mundo. Um país auto suficiente em recursos naturais e independente quanto à sua matriz energética. Um país sem fome, sem analfabetismo, com justa distribuição de renda e exemplares políticas de proteção ao meio-ambiente. Por isso, espero que o Friedman esteja redondamente enganado em suas previsões, no que tange à sua indiferença em relação ao Brasil. Sonhar ainda é possível, ou não!?…

De qualquer maneira, daqui a 100 anos a gente confere se o que ele convincentemente afirma era certo ou não.

Enquanto isso, tratemos de escolher melhor nossos representantes do executivo e do legislativo, pois o futuro é feito com base nas escolhas que fazemos hoje. E não há nada mais destrutivo para o sucesso de uma nação quanto à irresponsável eleição de seus gestores públicos.

HSF