Este vende geladeira pra esquimó!

O dia de trabalho, hoje, já estava terminando quando eu recebi o último cliente, que apresentou uma questão bem “cabeluda” em seu Imposto de Renda para ser solucionada, de forma a fazê-lo passar bem longe da famigerada “malha”…

Depois de muitas possibilidades discutidas, chegamos, enfim, a uma solução técnica plausível, após uma longa argumentação. Segundo ele, o “veredito” só aconteceu por eu ter sido um bom “vendedor”, neste caso, de idéias. Disse ainda que eu só não era melhor do que o “mineirinho”. E, antes mesmo que eu pudesse perguntar algo, ele engatilhou a piadinha infame transcrita logo abaixo.

Foi um momento muito legal! Além de rirmos bastante, sempre que me divirto no meu ofício, com meus clientes, lembro o quanto gosto do que faço e de que, definitivamente, dinheiro, quase nunca, deve ser o motivo principal de fazermos o que fazemos, profissionalmente falando.

Fechei a empresa e fui pra casa tão leve quanto cheguei para trabalhar, hoje pela manhã. Realmente, não consigo me ver fazendo outra coisa na vida…

Agora, vejam só a destreza comercial, invejável, do tal “mineirinho”….rs…..

HSF

“Um mineirinho inteligente vindo da roça se candidatou a um emprego numa grande loja de departamentos da cidade. Na verdade era a maior loja de departamentos do mundo, tudo podia ser comprado nessa loja.

O gerente perguntou ao rapaz:

– Você já trabalhou alguma vez na vida?

– Sim, eu fazia negócios na roça.

O gerente gostou do jeito simpático do mineiro e disse:

– Pode começar amanhã, e no final da tarde venho verificar como você se saiu.

O dia foi longo e árduo para o rapaz.

Às 17:30 o gerente se acercou do novo empregado para verificar sua produtividade e perguntou: – Quantas vendas você fez hoje?

– Uma !

– Só uma?! A maioria dos meus vendedores faz de 30 a 40 vendas por dia.

De quanto foi a venda que você fez?

– Dois milhões e meio de Reais !

– Como você conseguiu isso

– Bem, o cliente entrou na loja e eu lhe vendi um anzol pequeno, depois um anzol médio e finalmente um anzol bem grande.

Daí eu lhe vendi uma linha fina de pescar, uma de resistência media e uma bem grossa, para pescaria pesada.

Eu lhe perguntei onde ele ia pescar e ele me disse que ia fazer pesca oceânica.

Eu sugeri que talvez fosse precisar de um barco, então eu o acompanhei até seção de náutica e lhe vendi uma lancha importada, de primeira linha.

Aí eu disse a ele que talvez um carro pequeno não fosse capaz de puxar a lancha, levei-o a seção de carros e lhe vendi uma caminhonete com tração nas quatro rodas.

O gerente levou um susto e perguntou:

– Você vendeu tudo isso a um cliente que veio aqui para comprar um pequeno anzol?

– Não senhor, ele entrou aqui, na verdade, querendo um pacote de modess para a esposa, aí eu falei:

Já que seu fim de semana tá perdido mesmo;.. que tal uma pescaria ?!…”

Rotina amiga (?)

rotina

Andei meio sumido aqui do blog. Não terá sido a primeira, nem a última vez em que “precisarei” me ausentar. Isso, certamente, acontecerá muitas outras vezes. Porém, não deixando passar em branco, devo dar uma boa razão (…desculpa…) para o acontecido, mantendo sempre bem informados os meus inúmeros e assíduos leitores (…meus filhos e minha mulher…).

A razão chama-se rotina. Se o blog não estiver completamente inserido nela, ele é deixado de lado, quase que inconscientemente. Mas, por incrível que pareça, eu gosto da rotina! Não tenho nada contra a rotina. O problema é que a rotina é que não gosta de mim. Ela implica comigo. Isso fica claro quando ela se apresenta a mim, muitas vezes, sem uma única mudança sequer, como quem quisesse testar o meu equilíbrio e a minha capacidade de resistir a sessões de torturas.

É quando, por exemplo, o caminho entre o trabalho e a casa fica imutável, com precisão de GPS, ao longo de meses. É quando aquele horário de dormir e de acordar impregnam você a tal ponto de atrapalhar até aquela programação extra, fora de hora e romântica, com a esposa que, há muito, espera por isso. É quando a leitura sagrada do jornal matinal de domingo, após a corrida, ofusca o seu interesse naquela nova peripécia do filho, plantando bananeira! Uma vozinha bem ao fundo clamando “…pai, olha! Ooooooolha pai, o que eu consigo fazer…“, enquanto sua única preocupação é de não perder aquele ponto imaginário no texto, onde foi obrigado a parar, logo na hora em que iam ser revelados os planos de Barack Obama para o Mundo…

Eu me acho tolerante, mas quando chega neste ponto, aí eu me emputeço com a rotina. Mando ela à merda e faço o que para muitos é loucura. Falto ao trabalho de vez em quando, para fazer algo de meu único interesse ou só para ver filhos fazendo macaquice. Largo o carro na garagem e volto do trabalho a pé (ou correndo) só pra ver a cara de babaca que a rotina faz quando se vê abandonada. Dispenso um cliente só para ter tempo de registrar algumas bobagens no meu blog. Sinto-me livre, humano! Completamente grato pelo fato de estar vivo.

Pena que dura pouco! A danada da rotina, sorrateiramente, vai reentrando devagarzinho na vida da gente e, não sei porque, a gente acaba fazendo as pazes com ela e, quando menos se percebe, volta tudo a ser como antes. Até o dia em que a gente brigar novamente.

Mas, de tudo isso, principalmente nas brigas, a rotina, mesmo sem saber, me presta um enorme favor, pois fortalece a minha certeza de que, se realmente quisermos, podemos estar no comando. Podemos fazer tudo de um outro jeito. Um jeito mais prazeroso ou, simplesmente, diferente. Um jeito mais criativo. Podemos até, num rompante de coragem e ousadia, mandar o planos de Obama reservados ao Mundo às favas, para simplesmente conversar com um filho e aprender como se joga Grand Chase, no computador. É o verdadeiro Nirvana!

Ainda que não façamos disso o nosso dia a dia, já é muito bom saber que está em nossas mãos a decisão. É por isso que, mesmo que alguém não acredite, volto a dizer, eu gosto da rotina!

HSF