Dia do amigo

Amigo é coisa rara. A gente os conta nos dedos e, às vezes, de uma única mão.

Mas, hoje é o “dia do amigo” e, por isso,  não posso deixar de reconhecer que tê-los, em pequena ou grande quantidade (…não importa!…), é um tremendo privilégio.

Posso me considerar um sujeito privilegiado, então, pois sei quem são os meus e, sempre que posso, cultivo esta amizade para que ela nunca enfraqueça.

Assim, presto aqui minhas singelas homenagens aos meus amigos e a todos aqueles que também os têm, transcrevendo do site pensador.info três escritos sobre “amizade”, cuja autoria é de  ilustres “amigos”.

HSF

Pode ser que um dia deixemos de nos falar…
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe…
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos…
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos…
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe…
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein

BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem,os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações.

pois boas lembraças, são marcantes,e o que é marcante nnca se esquece!Uma grande amizade
mesmo com o passar do tempo é cultivada assim!

Vinícius de Moraes

Dicas de viagem do Paulo Coelho

Visitando o Blog do Paulo Coelho, vi um interessante post no qual ele enaltece a viagem como uma importante forma de aprendizado (concordo!) e terminou por dar preciosas dicas de viagem. Achei que valia a pena reproduzí-las aqui, tomando a liberdade de ressalvar somente aquela que trata dos “museus” (a primeira dica). Quanto a todas as demais concordo em gênero, número e grau.

HSF

Desde de muito jovem descobri que a viagem era, para mim, a melhor maneira de aprender. Continuo até hoje com esta alma de peregrino, e decidi relatar neste blog algumas das lições que aprendi, esperando que possam ser úteis a outros peregrinos como eu.

1] Evite os museus. O conselho pode parecer absudo, mas vamos refletir um pouco juntos: se voce está numa cidade estrangeira, não é muito mais interessante ir em busca do presente que do passado? Acontece que as pessoas sentem-se obrigadas a ir a museus, porque aprenderam desde pequeninas que viajar é buscar este tipo de cultura. É claro que museus são importantes, mas exigem tempo e objetividade – voce precisa saber o que deseja ver ali, ou vai sair com a impressão de que viu uma porção de coisas fundamentais para a sua vida, mas não se lembra quais são.

2] Frequente os bares.
Ali, ao contrário dos museus, a vida da cidade se manifesta. Bares não são discotecas, mas lugares onde o povo vai, toma algo, pensa no tempo, e está sempre disposto a uma conversa. Compre um jornal e deixe-se ficar contemplando o entra-e-sai. Se alguém puxar assunto, por mais bobo que seja, engate a conversa: não se pode julgar a beleza de um caminho olhando apenas sua porta.

3] Esteja disponível. O melhor guia de turismo é alguém que mora no lugar, conhece tudo, tem orgulho de sua cidade, mas não trabalha em uma agência. Saia pela rua, escolha a pessoa com quem deseja conversar, e peça informações (onde fica tal catedral? Onde estão os Correios?) Se nao der resultado, tente outra – garanto que no final do dia irá encontrar uma excelente companhia.

4] Procure viajar sózinho, ou – ser for casado – com seu conjuge.
Vai dar mais trabalho, ninguém vai estar cuidando de voce(s), mas só desta maneira poderá realmente sair do seu país. As viagens em grupo são uma maneira disfarçada de estar numa terra estrangeira, mas falando a sua língua natal, obedecendo o que manda o chefe do rebanho, preocupando-se mais com as fofocas do grupo do que com o lugar que se está visitando.

5] Não compare
. Não compare nada – nem preços, nem limpeza, nem qualidade de vida, nem meio de transportes, nada! Voce não está viajando para provar que vive melhor que os outros – sua procura, na verdade, é saber como os outros vivem, o que podem ensinar, como se enfrentam com a realidade e com o extraordinário da vida.

6] Entenda que todo mundo lhe entende
. Mesmo que nao fale a lingua, nao tenha medo: já estive em muitos lugares onde nao havia maneira de me comunicar através de palavras, e terminei sempre encontrando apoio, orientação, sugestões importantes, e até mesmo namoradas. Algumas pessoas acham que, se viajarem sózihas, vão sair na rua e se perder para sempre. Basta ter o cartão do hotel no bolso, e – numa situação estrema – tomar um táxi e mostra-lo ao motorista.

7] Não compre muito. Gaste seu dinheiro com coisas que nao vai precisar carregar: boas peças de teatro, restaurantes, passeios. Hoje em dia, com o mercado global e a Internet, voce pode ter tudo sem precisar pagar excesso de peso.

8] Não tente ver o mundo em um mes. Mais vale ficar numa cidade quatro a cinco dias, que visitar cinco cidades em uma semana. Uma cidade é uma mulher caprichosa, precisa de tempo para ser seduzida e mostrar-se completamente.

9] Uma viagem é uma aventura.
Henry Miller dizia que é muito mais importante descobrir uma igreja que ninguém ouviu falar, que ir a Roma e sentir-se obrigado a visitar a Capela Sixtina (sic), com duzentos mil turistas gritando nos seus ouvidos. Vá à capela Sixtina (sic), mas deixe-se perder pelas ruas, andar pelos becos, sentir a liberdade de estar procurando algo que não sabe o que é, mas que – com toda certeza – irá encontrar e mudará a sua vida.

Rui Barbosa e a injustiça

Outra boa passagem do letrado Rui Barbosa, desta feita, registrada oficialmente nos anais do Senado brasileiro, por ocasião de um de seus discursos naquela Casa. É de impressionar como o conteúdo de sua fala reverbera até os nossos dias com a mais absoluta modernidade e adequação à nossa triste realidade sócio-cultural.

É uma verdadeira crítica àquela velha tônica de que as pessoas precisam sempre se dar bem em tudo, ainda que, de forma desonesta e desonrosa. A famosa “lei de Gerson” já existia naquele tempo, só que com outros nomes.

O discurso chama a atenção para o cada vez mais presente exemplo em que, algumas pessoas, chegam a se envergonhar de terem agido de forma a ser classificada, pelo senso comum, como “honesta”. É como o caso de pessoa simples que devolve carteira recheada de dinheiro. Pela notória inversão de valores a que estamos todos submetidos, tal ato, ao invés de ser aplaudido, pode até ser criticado por iguais que, indignados com a tamanha “burrice” e desaforo de alguém devolver dinheiro achado, quando dele tanto se precisa.

Rui Barbosa já tinha visto isso…

HSF

 

“O Sr. Rui Barbosa – A falta de justiça, Senhores Senadores, é o grande mal de nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta nação.

A sua grande vergonha diante do estrangeiro é aquilo que nos afasta dos homens, os auxílios, os capitais.

A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêem nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agitarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto…..”

Falando difícil

Rui_Babosa_atireiopaunogatoEsta eu recebi de uma grande amiga, Jane Moura, exímia conhecedora do português e também do bom e velho inglês, ao se referir aos conhecidos exageros de linguagem, vistos com certa regularidade, em alguns textos.

HSF

Conta a história que o grande jurista Rui Barbosa, num certo dia, ouviu barulho estranho no quintal de sua casa e foi verificar o que era. Deparou-se com um homem muito mal vestido que estava roubando aves. Rui Barbosa reverberou:

– Oh, bucéfalo anácroto! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos  bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito de minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes  isso por necessidade, transijo, mas se é para zombares de minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima  potência do que o vulgo denomina nada.

 O  ladrão perguntou:

– Dotô, eu levo ou deixo os patos?”