Rotina amiga (?)

rotina

Andei meio sumido aqui do blog. Não terá sido a primeira, nem a última vez em que “precisarei” me ausentar. Isso, certamente, acontecerá muitas outras vezes. Porém, não deixando passar em branco, devo dar uma boa razão (…desculpa…) para o acontecido, mantendo sempre bem informados os meus inúmeros e assíduos leitores (…meus filhos e minha mulher…).

A razão chama-se rotina. Se o blog não estiver completamente inserido nela, ele é deixado de lado, quase que inconscientemente. Mas, por incrível que pareça, eu gosto da rotina! Não tenho nada contra a rotina. O problema é que a rotina é que não gosta de mim. Ela implica comigo. Isso fica claro quando ela se apresenta a mim, muitas vezes, sem uma única mudança sequer, como quem quisesse testar o meu equilíbrio e a minha capacidade de resistir a sessões de torturas.

É quando, por exemplo, o caminho entre o trabalho e a casa fica imutável, com precisão de GPS, ao longo de meses. É quando aquele horário de dormir e de acordar impregnam você a tal ponto de atrapalhar até aquela programação extra, fora de hora e romântica, com a esposa que, há muito, espera por isso. É quando a leitura sagrada do jornal matinal de domingo, após a corrida, ofusca o seu interesse naquela nova peripécia do filho, plantando bananeira! Uma vozinha bem ao fundo clamando “…pai, olha! Ooooooolha pai, o que eu consigo fazer…“, enquanto sua única preocupação é de não perder aquele ponto imaginário no texto, onde foi obrigado a parar, logo na hora em que iam ser revelados os planos de Barack Obama para o Mundo…

Eu me acho tolerante, mas quando chega neste ponto, aí eu me emputeço com a rotina. Mando ela à merda e faço o que para muitos é loucura. Falto ao trabalho de vez em quando, para fazer algo de meu único interesse ou só para ver filhos fazendo macaquice. Largo o carro na garagem e volto do trabalho a pé (ou correndo) só pra ver a cara de babaca que a rotina faz quando se vê abandonada. Dispenso um cliente só para ter tempo de registrar algumas bobagens no meu blog. Sinto-me livre, humano! Completamente grato pelo fato de estar vivo.

Pena que dura pouco! A danada da rotina, sorrateiramente, vai reentrando devagarzinho na vida da gente e, não sei porque, a gente acaba fazendo as pazes com ela e, quando menos se percebe, volta tudo a ser como antes. Até o dia em que a gente brigar novamente.

Mas, de tudo isso, principalmente nas brigas, a rotina, mesmo sem saber, me presta um enorme favor, pois fortalece a minha certeza de que, se realmente quisermos, podemos estar no comando. Podemos fazer tudo de um outro jeito. Um jeito mais prazeroso ou, simplesmente, diferente. Um jeito mais criativo. Podemos até, num rompante de coragem e ousadia, mandar o planos de Obama reservados ao Mundo às favas, para simplesmente conversar com um filho e aprender como se joga Grand Chase, no computador. É o verdadeiro Nirvana!

Ainda que não façamos disso o nosso dia a dia, já é muito bom saber que está em nossas mãos a decisão. É por isso que, mesmo que alguém não acredite, volto a dizer, eu gosto da rotina!

HSF

Que inveja desse beijo…

0123_ausopen_melocornet_lp_Para quem não sabe, me arrisco a jogar umas peladas de tênis (porque no futebol já perdi as esperanças…). Aliás, ficaria mais digno de minha parte se eu substituísse a palavra “jogar”, por “perder”. Pronto! Refazendo: adoro, de vez em quando, perder umas partidinhas de tênis. E sempre que posso, estou ligado na TV acompanhando os torneios mais conhecidos e vibrando com jogadas sensacionais. Sei que tem gente que fica até com sono ao ver jogo de tênis pela TV, mas eu não só gosto muito, como acho uma terapia. Sem contar as beldades do feminino que nem precisavam jogar tanto assim, diante do espetáculo natural que proporcionam.

Hoje, em jogo de dupla mista, no aberto da Austrália, o brasileiro MarceloFRANCIA ROLAND GARROS Melo fez uma ótima partida, ao lado da francesa Alize Cornet, vencendo o compatriota Sá e a ucraniana Alona Bondarenko por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 6/4 e 10/6, no match-tiebreak. Além de vencer a partida, o cagão do Melo, de quebra, ainda ganhou um beijo da parceira.

Aí me liga Jair, um colega de tênis, comentando o jogo:

– Rapaz, viu o jogo de dupla mista, hoje do Melo? Ele ganhou do próprio parceiro, Sá. Que doideira…

– Vi, sim. E a francesinha, você viu!?

– Fiquei impressionado como o tênis dele evoluiu. Notou?

– Notei, porra! Mas, e a parceira dele, você viu!?

– Acho que aquele drive de direita para ficar daquele jeito, ele deve ter treinado muito, não!? Que inveja que eu tive daquele drive…

– Eu tive inveja foi daquele beijo…..

– Beijo!? Você tá ficando doido?

– Ahh Jair, deixa eu trabalhar. Vai treinar seu drive, vai…

Íntegra da matéria: aqui

Como pode?

Ontem, o bicho pegou em pleno Shopping Vitória! Quatro assaltantes, muito bem armados, entraram no Shopping e foram direto para o Banco do Brasil, sabedores de que era próxima a hora do transporte de valores feita por estas empresas de vigilância. Foi uma merda geral! Tiro pra todo lado e, pior, dois vigilantes mortos (com tiros na cabeça) e uma criança ferida na perna, sem risco de morte. Os caras levaram os malotes com a grana e saíram do local, pra variar, de moto.

A pergunta que me faço talvez tenha sido a mesma que esses bandidos fizeram enquanto planejavam seu feito. Como pode ser possível que quatro vagabundos, armados até os dentes, possam entrar num Shopping, com uma porrada de seguranças (bem vestidos de colete e gravata), com central de monitoramento e filmagem abrangendo quase até as portas dos banheiros, fazer o que fizeram? É verdade que a operação foi rápida! Mas, saírem sem deixar pistas? A minha reconhecida ignorância em matéria de segurança não me permite entender.

Parece coisa de gente velha, mas não é de hoje que quando me deparo na rua, com aqueles carros blindados e os vigilantes com dedo no gatilho olhando de uma lado a outro, enquanto seus colegas carregam sacos de dinheiro para dentro ou pra fora de um banco, chego a mudar a direção de meu trajeto. Se for preciso, atravesso a rua e me mantenho bem distante daquela cena dantesca.  Sempre fiz isso, porque sei que ali é potencialmente um momento do “tudo ou nada” pra quem pretende botar a mão na grana alheia. É como se algo me dissesse: “sai fora porque pode dar merda!”. Foi numa cena semelhante a essa que tudo aconteceu ontem.

Como a cerca sempre é reforçada depois de uma bem sucedida invasão, acredito que neste caso não será diferente. Novas tecnologias e novas rotinas de segurança serão implantadas a partir de logo. Se em Shopping Center, normalmente, tudo é mais caro por ser este um local que transmite ao cliente a necessária segurança para circular com a família, como fica esta certeza a partir de agora?

Quando entro num saguão de um aeroporto, acho um saco ter de passar por todo aquele aparato de segurança, de revista pessoal, detectores de metal e de tantas outras técnicas investigativas. Mas depois, devo confessar que é um dos lugares em que me sinto mais confortável em matéria de segurança. Sei que ninguém vai enfiar uma faca ou um “tresoitão” no meu fígado e fazer meu notebook, sem eu poder emitir um único pio. É o alto preço que se paga por um mínimo de segurança.

Sou pessimista quanto ao nosso futuro, principalmente, para quem vive em cidades grandes. Sei que, cada vez mais, precisaremos ser “incomodados”, tal qual se faz em aeroportos, para que possamos ter a mínima garantia de que um passeio no Shopping ou na praia, por exemplo, não se transformará em tragédia.

Não tenho, nem nunca tive nenhuma vocação para encontrar justificativas para o mundo ser como ele é. Procuro viver a minha vida respeitando e esperando respeito de quem me cerca. Entender a mente de um bandido que mata a sangue frio por dinheiro, vai muito além de minhas pretensões de vida, como pragmático que sou. Para estes casos, existem inúmeras pessoas que, engajadas nos direitos humanos, fazem um invejável trabalho que, indubitavelmente, deve contribuir para a melhoria do mundo em que vivemos.

Eu, por reconhecida incompetência na área humanística, me limito a torcer. Torcer para que a segurança dos centros comerciais para os quais levamos nossas famílias possam melhorar consideravelmente. E, por fim, torcer muito para que estes quatro marginais sejam descobertos e se vejam desprevenidos no meio de um fortíssimo e insuperável cerco policial e que, em momento algum, hesitem em reagir violentamente à prisão, com todas as suas forças. E que se faça a desejada dicotomia: sofrimento, dessa vez, de suas famílias e um enorme favor para a sociedade.

HSF

Íntegra da matéria: aqui.